Mulan (1998)

O machismo enraizado em nossa sociedade torna filmes em que mulheres precisam se passar por homens, comuns. Como se fossem apenas mais um filme sobre “olha o que eu posso fazer”, ou “eu também posso fazer isso”. No entanto, se prestarmos atenção, cada filme desse, seja de ação, comédia e etc. carrega a mesma mensagem: luta por igualdade.

 O enredo de que a mulher precisa se passar por um homem para provar seu valor já  foi usado de diversas formas no cinema que parece ser só “mais um” filme desse subgênero. Porém, mesmo já um tanto utilizado, a mensagem continua sendo poderosa se for bem desenvolvida. 

Em 1994, a Disney’s Hollywood Studios, anuncia a produção da primeira animação desenvolvidas pela empresa que é um braço da Disney Company, Mulan, que seria lançado 4 anos depois, utilizando-se como base o conto chinês Hua Mulan. Usufruindo-se como base a mensagem de lutar por igualdade, enquanto apresentar a cultura asiática imperial chinesa. 

É conhecido que a empresa do rato mais famoso do mundo envia os diretores de suas animações aos países em que a história se passará e não foi diferente com Mulan, pois além de contar a história do conto chinês que dá título ao filme, é necessário habituar de maneira coerente os fatos históricos ali contato. 

MAS, O QUE ACHAMOS?

Começamos acompanhando Fa Mulan sendo instruída se comportar como uma “boa mulher”, mas ela é como diversas protagonistas atuais da Disney, desastrada, autoconfiante e que não visa no homem a salvação de sua vida; e não se encaixa naquela sociedade que sua família queria lhe impor. Entender essas características é fundamental para entendermos o motivo dela tomar o lugar de seu pai idoso numa guerra contra os Hunos, e fugir escondida rumo ao desconhecido, acompanhada apenas de um dragão falante e um pequeno grilo. 

A polêmica principal em torno desta obra estão em torno do acompanhante de Mulan, Mushu, o pequeno dragão falante, atrapalhado e um ex-guardião desonrado enviado para despertar o dragão de pedra, mas parece que tornar um símbolo sagrado da China um alívio cômico não foi uma boa ideia. Pois, apesar de divertir o telespectador ocidental, é conhecido que o oriente não recebeu muito bem essa liberdade criativa que os diretores tiveram. Mas,os diretores, Tony Bancroft e Barry Cook, consegue nos fazer simpatizar com a personagem título rapidamente, pois a animação usa como artifício a comédia para cativar, mas não faz dela um apoio, mas apenas um truque narrativo para fazer identificar o público com os personagens. 

Conforme os minutos vão passando o roteiro vai apresentando problemas e conflitos que deixam o filme em sentido de urgência em muitos sentidos, mas não se perde em nenhum momento. Além disso, a China imperial é ricamente detalhada e um encantador plano de fundo para uma história de mensagem poderosa sobre igualdade e reconhecimento. 

Mulan é um jovem clássico das animações que receberia em 2020 sua versão live-action, porém devido a pandemia do novo Coronavírus, o lançamento foi adiado indefinidamente. 

Disponível na plataforma de Streaming Telecine.

Post Author: Guilherme Batista

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