O rock sem frescura da banda SSD

A banda SSD (Sistema Sob Descontrole), começou em 2005 durante um trabalho de escola, uma canção sobre a bomba de Hiroshima foi o pontapé inicial. Muitas mudanças aconteceram até chegar à formação atual: Renan Ricci, Caio Maior, Gustavo Manente e Henrique Polak.

Com grande dedicação, eles estudam cada vez mais seus instrumentos para trazer sempre o que há de melhor para banda e isso será visto no novo trabalho.

“No momento em que o Caio assumiu a guitarra sozinho, começamos mostrar a nossa identidade, o que acreditávamos e realmente gostávamos. Ele tinha muitas ideias guardadas e nos apresentou. Eu escrevo em cima do que ele compõe. Crescemos muito!” nos conta Renan, o vocalista. “Eu sempre gostei de um som mais pesado e o outro guitarrista gostava de heavy metal, por isso, sempre ficamos em uma indecisão. Depois da saída dele trouxemos o som para o lado mais new metal com uma afinação mais baixa e a partir disso fomos evoluindo. Hoje tudo flui com mais facilidade e temos mais propriedade nas composições”, complementa Caio.

A música entrou na vida de todos ainda na infância por influência de seus pais, irmãos e primos – o que foi também o caso do Gustavo (baixista): “Quando eu era pequeno, meu primo morou um tempo lá em casa – Renan, o vocalista da banda – e o irmão dele também, ele tocava guitarra e o irmão dele bateria. Eles sempre foram meus ídolos, eu pensava: ‘nossa, quero tocar também’. Comecei com violão e bateria, e depois o baixo veio muito do nada. O baixista resolveu sair e eu falei brincando numa festa ‘Renan, quer que eu toque baixo na sua banda?’ e ele ‘Quero! Você quer tocar?’, eu disse que queria e foi. Eles compraram baixo para mim e pediram para eu aprender as músicas em um mês”, relembra o baixista.

Momento marcante

Perguntados sobre um momento marcante durante esses anos, a resposta foi unânime: “O show de 10 anos! Teve muita superação, o baterista tinha acabado de sair da banda e nós chamamos o Polak para tocar. Ele aceitou o desafio e em poucos dias aprendeu a tocar as músicas. Não foi nosso melhor show em questões técnicas, mas no quesito energia foi maravilhoso!”, lembra Renan.

A cena do Rock nacional

No cenário de hoje “existe espaço, mas não iremos ficar famosos e aparecer na TV em horário nobre e, sim, tocar nas casas de shows paulistanas e ir contra o sistema imposto pela mídia. Hoje as bandas possuem abertura para tocar o que realmente gostam e a internet contribuiu muito com isso. O rock é muito verdadeiro, não precisamos agradar”, Caio.

No cenário independente “nós temos a liberdade de fazer nossa música, mas também temos que nos preocupar com tudo: composição, gravação, divulgação, venda de shows, entre outras coisas”, complementa Polak.

Nova Era

O clipe de “Nova Era” aborda o abuso sexual sofrido na infância por Renan e a letra foi escrita para externar suas vivências: “A letra da música foi só um detalhe, era algo que eu queria muito expor e tirar de mim. O difícil é o sentimento! Toda vez que canto eu me lembro, mas, ao mesmo tempo, eu posso ajudar outras pessoas. Muitas se anulam sobre esse tema, é algo obscuro, mas precisamos nos abrir ou nada vai mudar”, conta Renan, que teve todos os passos vividos no clipe da música.

“Eu passei por isso com 11 anos e só tive coragem de contar aos 18. Me revoltei, usei drogas, bebi, foram 7 anos me sentindo sufocado. Essa música é o resultado de uma vivência que tive. Eu estudei muito e conversei com psicólogos antes de fazer o clipe. Em cada detalhe tem um pouco de mim, o alcoolismo, as drogas e a vergonha de se olhar no espelho”, complementa o vocalista.

“Recebemos muitas mensagens de pessoas que passaram por situações como essas. O feedback não poderia ter sido melhor! As pessoas se identificaram e se sentiram bem ao ver o clipe. A mídia não mostra que a maioria dos casos de estupro acontece dentro de casa”, diz Caio.

Vivo sem vícios

Renan criou o grupo “Vivo sem vícios” para ajudar as pessoas a enfrentarem seus vícios e traumas. Diferente dos grupos de apoios, ele reúne desde o alcoolismo até pessoas que foram abusadas. O intuito é dividir experiências com pessoas que vivem problemas diferentes. “É gratificante receber mensagens de pessoas que participam do grupo dizendo que está limpo por mais um dia e que as conversas estão valendo a pena”, revela Renan.

Agora, eles lançarão um novo EP aproveitando a mídia gerada pelo novo clipe. Desejamos boa sorte meninos!

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Post Author: Carolina Cordeiro

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