Estreou recentemente a terceira temporada de As Telefonistas, uma das séries espanholas originais da Netflix que, inclusive, já resenhamos a primeira e a segunda temporada por aqui. Recheada de drama e assuntos (ainda considerado por muitos) como polêmicos, a produção tenta manter o seu público fiel e, talvez, alcançar uma quarta leva.
Com foco ainda na sequência da vida turbulenta de Alba (interpretada por Blanca Suárez), a série retorna em 1930 mostrando o casamento entre a personagem e Carlos Cifuentes (Martiño Rivas), com quem teve a filha Eva – apesar das diversas tentativas da sogra de fazê-la abortar a criança. No entanto, o clima de felicidade e de desfecho feliz para todos logo dá lugar ao desespero com o incêndio que invade a igreja.
Confira o trailer da terceira temporada de As Telefonistas
Na saída da cerimônia algumas pessoas ficam feridas e a filha de Alba e Carlos é supostamente uma das vítimas. Durante a temporada vemos Alba se agarrar à esperança de que a criança tenha sobrevivido e move mundos e Terras para encontrá-la. No caminho, seu relacionamento tanto com as amigas telefonistas, quanto com Carlos, fica um pouco abalado.
No entanto, não é só de Alba que se faz a série. Marga, a jovem delicada e inocente, que já derrotou diversos de seus monstros, se casou com Pablo e toma coragem para começar a entender melhor a sua sexualidade. Assim ela tenta abrir uma conversa com o marido sobre a sua falta de prazer durante o sexo (conversa que é um forte tabu ainda hoje entre os casais). Em paralelo, ela conhece o irmão gêmeo de Pablo (Nico Romero), Julio, e começa a ajudá-lo a conseguir um emprego na companhia telefônica.
A vinda do personagem Julio para a série é marcada como um alívio para todo o drama que rodeia a terceira temporada. Os temas como identidade de gênero, feminismo e abuso de drogas ainda são abordados, porém, não têm tanto destaque quanto nas outras temporadas já que o drama e as reviravoltas frequentes são muito mais exploradas. Quem não é muito fã do modelo “novela” da produção, podem não sair muito satisfeito.
A novidade foi a inserção do fanatismo ideológico e o quanto ele pode ser prejudicial, terminando em violência para ambos os lados. Isso, porém, não foi o suficiente para manter a pose de série de conteúdo relevante. Os exageros reinaram em diversos momentos e a tornaram um tanto fantasiosa e cansativa.
Em geral, a série continua sendo um passatempo legal para aqueles que foram fixados logo na estreia, mas perdeu um pouco o brilho do começo. Com os indícios finais de uma nova temporada, nos resta torcer para que parte da identidade da produção não se perca por completo.