Série estreou na Netflix no dia 25
A segunda temporada da série As Telefonistas (Las chicas del cable) estreou no último dia 25 – pleno Natal – para continuar a contar a história das quatro mulheres telefonistas que conseguiram seus postos de trabalho lá no começo da história em 1928. A produção da Netflix, se passa na Espanha e é um deleite para quem adora um drama e ouvir tudo em espanhol.
No meio desse ano, resenhamos a primeira temporada e todos os temas que ela abordava por aqui. O pontapé inicial de As Telefonistas, foi marcado por tratar de relacionamentos abusivos e mostrar a evolução contínua de cada uma das protagonistas a serem mais independentes, fortes e seguras. Tudo isso com forte influência do trabalho em suas vidas.
Muito além desses tópicos, a produção também mostra uma forte amizade entre mulheres, triângulos amorosos, homossexualidade… Tudo aliado à história de Alba (Blanca Suárez) que tenta recomeçar sua vida em Madri, mas não consegue escapar de sua rede de segredos e seus relacionamentos conturbados com o Francisco (Yon González) e Carlos (Martiño Rivas).
Segunda temporada
Com apenas oito episódios, a segunda temporada de As Telefonistas começa na virada de ano para 1929 com as quatro protagonistas, Alba, Marga, Carlota e Angeles, se livrando de um corpo em uma ponte no meio da noite. Com os passar do episódio vemos quem é a pessoa dentro dos lençóis e iniciamos uma saga para acompanhar se elas se safarão ou não. Além disso, o relacionamento de Alba, bem como sua posição dentro da companhia telefônica na qual trabalha, é o outro impasse durante quase toda a temporada.
Dessa vez, fica clara a evolução de cada uma das personagens. Marga, por exemplo, uma mulher tímida e medrosa, começa a demonstrar mais atitudes. O que explicita a forma como o trabalho e a independência foram cruciais em sua vida.
Porém, além de continuar mostrando o feminismo no meio da história, a série propõe outro assunto que é um tabu nos tempos atuais e ainda mais na década de 20: a identidade de gênero.
Alerta de spoiler
Quem começa a tentar se descobrir melhor e entender as coisas que está sentindo é Sara Milán (Ana María Polvorosa), amiga e amante de Carlota (Ana Fernández Garcia). Após ter que se vestir de homem para um disfarce, Sara começa a reviver seus impulsos de criança e que foram reprimidos por seu pai.
Na busca por entender porque ela não se enxerga como mulher, ela entra em contato com um médico que a traria esclarecimentos sobre o que está acontecendo. No entanto, ela é enganada e trancava em uma clínica psiquiátrica que busca “curá-la” por meio de torturas, como é o caso da banheira cheia de gelo na qual é enfiada a força.
O que é retratado na série é uma clara referência à época em que a homossexualidade era tratada como doença, quem dirá no caso de pessoas que se identificavam como transexuais. Ainda que atualmente isso tenha melhorado muito, ainda não está nem perto de acabar com as mortes, os preconceitos constantes e o medo que esses indivíduos têm, muitas vezes, de serem exatamente quem eles quiserem ser. A série As Telefonistas é mais uma lembrança de que ainda falhamos em igualdade e respeito.
Outro tema que é abordado são as drogas. De forma um pouco mais sutil, vemos como alguém que se sente rejeitado ou deixado de lado, pode voltar aos velhos hábitos e sucumbir ao vício.
Além disso, um outro tema que a série aborda é o aborto. Porém, não entraremos em detalhes para não dar spoiler. No mais, a produção continua com as suas peculiaridades da primeira temporada, como é o caso da trilha sonora que se destoa da época em que a história se passa, a independência feminina e em como as mulheres tinham que lutar duas vezes mais para serem ouvidas ou creditadas pelos seus próprios trabalhos.
Para quem está em dúvida no que assistir em 2018, está aí uma boa opção para curtir. Além dessa, tem a matéria das séries que vão estrear em janeiro na Netflix, além de filmes e documentários para você não perder nada.