Por Jaqueline Oliveira
Rocketman, já de antemão, é um filme biográfico que trata da excentricidade e extravagância de seu homenageado: Elton John. Assinado por Dexter Fletcher, o mesmo diretor de Bohemian Rhapsody , motivo pelo qual chega a ser impossível não comparar as duas obras – já que falam de dois artistas importantíssimos da música, Rocketman, por sua vez, surpreende ao ter características só suas e uma linguagem de filme musical que afasta da mente qualquer resquício do outro longa.
Em sinopse, a obra conta a história do extremamente talentoso mas muito tímido, o pianista prodígio Reginald Dwight – que muda seu nome para Elton John e torna-se uma estrela da música de renome internacional durante os anos 1970. Confira o trailer abaixo!
O que achamos de Rocketman?
No primeiro ato do projeto já somos migrados para um contexto que aponta o caminho que o desenrolar da história passará: o cinema musical. É interessantíssimo que já no começo podemos nos familiarizar com a narrativa apoiada à música que conta a história do dono dela. A emoção é bastante trabalhada neste apoio que em momentos exalta a extravagância do artista, e, em outros, nos aproxima do indivíduo de Elton John – com sua humanidade, fracassos e seus demônios.
De forma resumida, sutil e ao mesmo tempo com a mão pesada em criatividade, Rocketman se assume ímpar ao tomar posse do estilo filme musical, além se aproximar profundamente e intimamente com o protagonista da história, o que justifica alguns exageros e a carta na manga que é se assumir como um filme espalhafatoso, no sentido mais verdadeiro da palavra. Ao invés de se afastar como um trabalho audiovisual que fala sobre alguém, Rocketman é a essência deste alguém. É o espelho que reflete diretamente o escândalo que é Elton John, sua música, sua vida pessoal, chegando a ser edificante.
Taron Egerton o protagoniza sem tirar nem pôr. É de forma absoluta uma de suas melhores e importantes da carreira. Muito conhecido por seu papel em Kingsman: O Círculo Dourado – filme que teve a participação de Elton, Egerton interpreta as cenas “espetacularizadas”, bem como de cine-bio-musical – da forma mais fantasiosa possível, o que o favorece demais. E a “espetacularização” não para só nas cenas musicais.
Na verdade, é utilizada em tom de liberdade nas cenas de drogas, sexo e tentativa de suicídio – alá Elton John, que recentemente, declarou, em artigo escrito para o jornal britânico The Guardian, “que produtores quiseram atenuar essas questões para que a classificação indicativa do filme nos Estados Unidos passasse de “restrito” para “impróprio para menores de 13 anos” – aumentando, assim, seu potencial de bilheteria”.
“Eu não queria um filme recheado de drogas e sexo, mas, igualmente, todos sabem que tive bastante dos dois durante os anos 1970 e 1980, então não fazia muito sentido produzir um longa que mostrasse que, depois de cada show, eu voltava para o meu quarto de hotel com apenas um copo de leite quente e uma Bíblia dada por um Gideão como companhia”, escreveu.
Por fim, Rocketman é filme musical e que não segue ordem cronológica nem da história, quanto menos das músicas e de suas datas de lançamento, o que pode incomodar alguns fãs mais viscerais. Mas vale lembrar, de novo, que estamos falando de uma adaptação biográfica da vida de um artista para o cinema e que qualquer dose de criatividade precisa ser avaliada tal como seja e não apenas em restrições sobre a realidade.
Ficha Técnica
Título | Rocketman (Original) |
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Ano produção | 2019 |
Dirigido por | Dexter Fletcher |
Estreia |
30 de Maio de 2019
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Duração | 121 minutos |
Classificação | 16 – Não recomendado para menores de 16 anos |
Gênero | |
Países de Origem |
Estados Unidos da América
Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
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