“Origem”, do autor de O Código Da Vinci, mexe com perguntas essenciais da humanidade
É fato consumado que o autor americano Dan Brown já é um dos mais consagrados na literatura mundial. Depois de vender milhões de cópias de seu terceiro livro publicado, “O código Da Vinci“, o autor teve seus livros adaptados para o cinema e abalou o mundo religioso com suas tramas cheias de fatos científicos e religiosos amarrados à ficção. Agora com “Origem” – seu sétimo livro publicado – ele volta a falar de religião, porém olhando para o passado e o futuro de forma que ninguém viu.
Aos 53 anos, o autor já fez histórias incríveis com suspense, ação, fatos religiosos com provas históricas, estudos científicos e, principalmente, muita simbologia – o que deixa cada página ainda mais interessante e imprevisível. É de se admirar que alguém consiga mesclar tantas coisas que a primeira vista são de difícil compreensão em uma história tão envolvendo e que te prenda do começo até o final.
“Origem” é só mais um exemplo da boa literatura feita pelas mãos dele, que precisa de longo tempo de pesquisa – dá para imaginar – para conseguir escrever e envolver tantos dados e conhecimento de local em sua escrita. A publicação foi lançada em setembro desse ano e se passa na Espanha nos tempos atuais. Mais uma vez, o professor de simbologia na Universidade de Harvard, Robert Langdon, que nos filmes adaptados é vivido por Tom Hanks, é o personagem principal da trama.
Seguindo um roteiro pré-programado desde “Anjos e demônios” – terceiro livro de Dan Brown – Langdon, um mero professor acadêmico, se vê em meio a um mistério e uma situação de vida ou morte. Além disso, como de praxe, há também uma personagem feminina que o acompanha em cada momento de suas descobertas, sendo nesse caso, Ambra Vidal, diretora do museu de Guggenheim de Bilbao.
Sinopse de Origem do Dan Brown
Tudo começa quando o cientista e tecnólogo de longa fama, Edmond Kirsch, anuncia que tem a resposta para duas perguntas cruciais para a humanidade: “De onde viemos? Para onde vamos?”. Segundo suas afirmações, a descoberta abalará os pilares de todas as religiões do mundo e mudará a visão de mundo de toda a humanidade.
Sem nenhuma pretensão de passar despercebido, a descoberta de Edmond Kirsch é planejada para ser revelada em um grande evento no Museu de Guggenheim de Bilbao com convidados selecionados a dedo e com transmissão ao vivo pela internet. Robert Langdon, claro, é um dos convidados dessa célebre mente ao grande evento e tem o seu tempo de protagonismo em vídeo que faz parte da apresentação de Kirsch.
A noite, porém, se torna um caos completo e a apresentação interrompida periga ser perdida para sempre. A missão de Langdon desta vez, ao lado de Ambra Vidal, é conseguir fazer com que a revelação seja mostrada para o mundo, enquanto foge de ameaças de fanáticos religiosos ou, até mesmo, da própria realeza da Espanha que busca silenciar as descobertas de Kirsch para sempre.
O que achamos
Como sempre, o prólogo do livro já começa nos instigando a começar a leitura que demoramos quatro anos para ter em mãos e a não querer largar mais. O livro é dividido entre capítulos que mostram diferentes perspectivas da história. Ora narrando os acontecimentos a partir da visão de Robert Langdon no museu, indo assistir a apresentação de seu ex-aluno e amigo, ora na visão de Almirante Ávila, ex marinheiro espanhol, ora na visão de profissionais da realeza. Essa divisão nos permite diferentes aspectos da história, além de nos manter vidrados em cada acontecimento.
A leitura possui 427 páginas, que estão dentro da média das outras obras do autor, e tem a religião, a origem da vida e a tecnologia, como temas centrais. Edmond Kirsch alega que por meio da tecnologia, área na qual já é renomado, ele conseguiu respostas para “De onde viemos? Para onde vamos?” e passamos quase o livro inteiro esperando por essa revelação, claro.
As respostas não surgem fáceis, até porque Langdon e Ambra precisam passar por muitas coisas ao longo da narrativa para que tudo fique mais interessante, com mais suspense e expectativa para o gran finale. Apesar de esperarmos quase até o final para a revelação, a leitura não é nem um pouco cansativa – um dos pontos que mais admiramos nas obras de Dan Brown.
Nos agradecimentos é possível ver o quanto de pesquisa foi necessária para a confecção desse livro. E é com elas que ele nos apresenta o tempo todo dados de estudos científicos que apoiam o caminho a ser percorrido pela teoria de Kirsch, estudos sobre o comportamento da sociedade antiga até hoje, sobre às concepções de deuses e o próprio Deus atual, além de descrições de diversos locais de Barcelona, criados por Antoni Gaudí, tais como a Casa Milá, a igreja da Sagrada Família (conhecida por sua obra que dura mais de 135 anos e ainda terá pelo menos mais uma década de construção), até o Centro de Supercomputação de Barcelona que fica dentro de uma basílica abandonada; entre outras localizações.
É impossível não se surpreender – mais uma vez – com o jeito que o autor mescla suspense, simbologia, dados e descrições, de forma que não ficam cansativos. Pelo contrário, conseguem nos atrair ainda mais, tanto para os locais que ele cita, quanto para os estudos. A curiosidade sempre bate à porta dos leitores ávidos de Brown e fica quase impossível não parar para ver fotos e ler artigos sobre o que quer que ele esteja falando, até para ter maior noção de onde termina a realidade e onde começa a ficção colocada na história.
Pontos negativos
Em “Origem”, especificamente, teve um conflito entre o que o autor conta sobre um personagem no começo e o desfecho que ele tem no final. Além de acharmos que esse desenlace foi desnecessário para o conjunto da obra, também teve pontos a menos por ser tão diferente do que nos foi apresentado logo nas primeiras páginas da história.
Há também dois pontos da história que geram dúvidas e que nos fazem querer ler duas vezes o mesmo capítulo. Lá no final do livro, quando todas as cartas nos são apresentadas, Dan Brown, quase que propositalmente, coloca um ponto de interrogação ao mesmo tempo que nos fala o que aconteceu. Dando espaço para a interpretação de cada leitor e debates para chegar a uma conclusão concreta do que aconteceu. (Pelo menos nós aqui chegamos a um consenso)
Conclusão
Para quem está na dúvida se deve ou não investir tempo e dinheiro lendo a obra, a resposta é sim! Invista! Vale muito a pena toda a reflexão, o conhecimento e o entretenimento que nos é dado em cada página. Além, claro, de poder nos deliciar com mais uma vez que o autor faz um desfecho que nos impressiona. Aos leitores mais religiosos, também não há com que se preocupar. O autor não tenta desvalorizar a fé de ninguém e isso fica ainda mais evidente quando vamos chegando no final da história.
Apesar desses pequenos momentos de “deslize” o livro não perde a sua graça e a melhor parte fica exatamente no desfecho total que nos leva a debater, a querer conversar e a pensar no futuro. A ideia de Dan Brown com o arremate da história é inesperada e criativa. É realmente o melhor jeito de terminar mais uma de suas belas obras.
Leia mais resenhas aqui.
2 thoughts on “Dan Brown desvenda o passado e o futuro em novo livro”
Liliane
(31 de julho de 2018 - 23:59)Se quiser conhecer alguns segredos da maçonaria, visite: http://carlosliliane64.wixsite.com/magiaeseriados
Bruna de Oliveira
(9 de agosto de 2018 - 19:02)Obrigada, Liliane 🙂