A banda NDK, já havia conquistado diversos patamares em sua carreira ao longo dos anos. Agora, depois de mudanças na formação com a saída do guitarrista Chapola, os integrantes Rike (vocal), Mizão (baixo), Marcola (bateria) e Caio (guitarra) estão focados em um novo momento e uma nova proposta para as suas músicas.
Sem deixar o rock de lado, mas buscando novos horizontes, a banda se uniu no começo do ano para compor o que seria o novo EP “Impermanência”, lançado no último dia 22, com cinco faixas inéditas. Cada uma de sua forma propõe um olhar interior e uma ligação com nós mesmos antes de mais nada.
Abaixo, o vocalista Rike (veja também a coluna dele por aqui todo mês) fala sobre o que cada uma das composições representa e quem foram os responsáveis por colocar a mão na massa e trazer esse resultado final para nossas casas e playlists de cada dia.
O NECESSÁRIO
Letra do Bozo Barretti – antigo músico do Capital Inicial e compositor de inúmeros hits da música brasileira – e produção do Tomás Magno, que é o mesmo produtor do nosso antigo disco. Essa música fala sobre valorizar o simples e o eu interior que é uma coisa que estamos querendo passar em diversas faixas.
“Quanto menos eu quero, mais parece que tenho. Nada é menos que um sonho, tudo é mais que eu espero”.
IMPERMANÊNCIA
A palavra “Impermanência” quer dizer ciclo, algo que começa, tem meio e fim. E falando disso nós buscamos mostrar que podemos viver a vida de forma mais tranquila, sem medo de sofrer por algo terminar um dia, sem sofrer quando terminar ou ficar mal por algo que nunca aconteceu. Tudo na nossa vida é impermanente. Tudo começa e termina. Todo fenômeno natural, toda vida.
Essa faixa tem letra minha e do Mizão e é produzida pelo Raul Alaune, que é um amigo nosso que tem trabalhado com youtubers. Ela é bem clean, bem aberta, com um refrão leve, mas, ao mesmo tempo, potente.
“Saiba que meu caminho é em sua direção. Eu não estou sozinho tenho o céu em minhas mãos e o seu sorriso é uma contradição”
QUANDO EU FECHO OS OLHOS
“Quando eu fecho os olhos me entrego sem medo. Desfazendo o ego eu me sinto inteiro”
O MANTRA
Com produção do Paulo Vaz do Supercombo, essa é, com certeza, o carro chefe da música eletrônica dentro do EP. Potente, forte e com muitos graves. Antes ela era apelidada de biribau porque nós caímos em uma viagem no processo de composição em que esse barulho era exatamente o do mantra, o do nosso momento de silêncio, em que estávamos nos energizando e nos concentrando para esse trabalho. A letra é uma parceria minha, do Mizão e do Rodrigo Gianotto que é um compositor da nova MPB, e nós buscamos expressar nela esse mantra, esse momento, junto com uma composição que eu particularmente adoro.
“Escuridão me levou, correndo então fui ver o mundo e só aparecem loucos vagabundos, mas eu amo mais que tudo”.
ALMA
Essa é uma versão da música “Amber” da banda 311 que nós sempre tivemos como referência, inclusive no último álbum “NDK”. A letra é minha e do Marcelo Mira, vocalista do Alma DJem e compositor de diversos singles nacionais. Essa é a primeira faixa que tem entrado em rádios (está tocando na 89 – A rádio rock) e a galera está gostando. Sempre fomos apaixonados pela composição original e crescemos ouvindo ela, então nos empenhamos em fazer uma tradução que não fosse literal, mas que também não fugisse muito do conceito. “Amber” para eles é a cor, talvez a cor da alma, que é exatamente o que tentamos indicar. Essa também teve produção do Rodrigo Castanho que é o único produtor que assina duas músicas.
“Eu não posso ver, mas eu posso sentir”
CURIOSIDADES
1 – O EP teria seis músicas inicialmente, mas eles resolveram guardar uma para um futuro próximo.
2 – A banda decidiu lançar o EP em formato físico por conta do amor pelo formato e por poderem divulgar o trabalho em grandes lojas que podem proporcionar turnês por diversas cidades em parceria. Um exemplo disso foi o show que eles realizaram na FNAC Paulista.
3 – Foram quatro produtores para cinco músicas: “Tentamos extrair o melhor de cada produtor dentro das faixas que achamos que tinha a ver com eles. Conversamos com os respectivos produtores para tentar pegar esse melhor de cada um e não saturar o trabalho. Foi um processo muito gratificante e conseguimos manter uma coesão de ideias e de produção que resultou em um trabalho cheio de boas energias”.
Essa matéria foi publicada oficialmente na revista E.T.C. Mag de outubro.