Ícone do site E.T.C.

Entrevista com a banda de rock independente NDK

Banda NDK

Um bate papo sobre a banda, as novidades, o clipe “Missão” e o Movimento AcenaviveSP que já conta com mais de 100 bandas envolvidas

A banda NDK está longe de ser uma qualquer. Com entrevista marcada no Centro Cultural Vergueiro (um dos pontos culturais mais bacanas de São Paulo), fomos recebidas por Rike e Caio com muito ânimo e simpatia. As histórias dos dez anos da banda fizeram até o Jardim Suspenso do Centro ficar pequeno e o envolvimento dos caras com outras bandas, mostra a força da união na música e na cultura.

Composta por Rike, Marcola, Chapola, Mizão e Caio, a banda de Jundiaí começou com o nome de No Ducky por conta de uma brincadeira entre eles no videogame. Agora, com a nova fase e a busca pela profissionalização, eles sentiram que era a hora de mudar o nome, porém, sem perder a essência.

NDK é uma abreviação do antigo nome, assim como o nome do mais novo CD deles, lançado em fevereiro do ano passado. “Achamos que era a hora de fazer essa troca junto com o CD novo, a sonoridade nova e o momento novo”, diz Rike, vocalista da banda.

A NDK tem influências dentro e fora do país, mas nesse novo CD, produzido a partir de financiamento coletivo, os caras usaram muitas referências de fora para incrementar o som deles. “Nós nos espelhamos muito na banda Alt-J que tem uns timbres modernos, e no 311 que é uma banda californiana e tem umas coisas bem diferentes”, complementa Rike.

A banda que já se prepara para se apresentar ao lado de CPM22, Far From AlasKa, Esteban Tavares e muitas outras atrações no Sampa Music Festival no dia 28 de fevereiro, conta que fez boa parte da gravação do disco no estúdio “Toca do Bandido” no Rio de Janeiro em uma semana, mas Rike afirma também que o processo de produção do CD estava longe de acabar por aí. “A gente considera a gravação de agosto a dezembro de 2014. O projeto do disco começou há um ou dois anos, fazendo as músicas, etc. Quando tínhamos todas, mostramos umas 20 músicas para um produtor. Das 20, escolhemos 12 e tivemos mais algumas semanas de trampo. Quando fomos pro Rio a gente gravou quase tudo e o restante gravamos depois em São Paulo.”

Pensando em ter que tirar oito músicas prontas para poder fechar o CD com doze, perguntamos para eles se não dá um aperto no coração por ter que tirar composições, e Caio (guitarrista), de pronto, anuncia: “Dá! Muita! Esse é o maior problema dos músicos na hora de gravar”. Caio e Rike concordam entre si quando comentam que sempre tem uma pessoa da banda que gosta mais de uma música que vai ficar fora do disco. “Não, esquece, esquece! É desapego agora”, brincam.

E já que estávamos entrando em coisas complicadas, pedimos para que escolhessem uma música favorita de toda a carreira do NDK e a coisa ficou ainda mais difícil. “Da história da banda? Pô, complicado! rs Cada disco tem uma música preferida, mas eu vou ficar com  uma atual, “Cabo de guerra”, que é uma das músicas que mais me agrada. Ela tem uma mensagem bem forte”, escolhe Caio. Já Rike diz que fica com as músicas ‘Bom’ e ‘Em mim’, mas afirma “A melhor composição ainda está por vir. Acredito muito no que a gente está fazendo. Esse próximo disco vai ser diferente e bem legal”.

Clipe “Missão”

O clipe acima, mais novo single da banda com participação da banda Medulla, foi lançado no final de novembro e está com quase 15 mil visualizações no Youtube. A letra da música reflete a ideia de ter atitude, o que, na visão dos músicos, é a mensagem passada em toda a produção do CD.

“A gente se reuniu com o Keops – vocalista do Medula – que também assina a direção do clipe, umas duas ou três vezes na casa dele para ir discutindo como poderia ser o roteiro. Ele começou a ideia e fomos juntos lapidando, lapidando, até chegar no roteiro final. O clipe é todo gravado dentro de estúdio, mas tem muitos objetos reais, como o trilho, a roupa do paraquedista, etc. Foi uma puta experiência!”, comenta Rike sorridente.

 AcenaviveSP

A banda NDK além de surpreender com a simpatia e as ótimas músicas já lançadas, surpreendem também quando ficamos sabendo que foram eles que trouxeram o Movimento Acenavive para São Paulo.

O projeto já acontecia no Rio de Janeiro e foi exatamente quando a banda foi gravar o CD lá, que rolou a ideia de trazer o movimento para o cenário do rock paulista. Rike e Caio contam um pouco mais sobre o projeto:

Rike: O movimento começou no Rio com a dificuldade das bandas independentes em se articularem, fazerem shows legais, com bastante público, terem marcas do seu lado. Eles começaram então a criar saídas para resolver isso. Quando fomos gravar no Rio, conhecemos o (Felipe) Rodarte, produtor da “Toca do Bandido” e idealizador do Movimento.

Ele explicou tudo e achamos que tínhamos que levar o projeto para SP porque o pessoal tem as mesmas dificuldades. Ele topou e a gente se juntou com umas oito bandas que já eram parceiras, que a gente já conhecia, para nossa primeira reunião.

Caio: Bandas que também estavam mais engajadas em tentar se profissionalizar. Até porque uma das coisas que vai mudar o cenário do rock é profissionalização do trabalho.

Rike: Tem uma linha muito tênue entre a ‘zueira’ e o profissionalismo na música. Tem muita gente que só está ali para curtir, para se divertir.

Caio: Isso. Então, nós escolhemos essas oito bandas que aqui em SP a gente achou que estavam mais engajadas nisso e lançamos a ideia para eles.

Rike: E quando colocamos a Fan Page do Facebook no ar, a galera começou a procurar bastante. Tem muita gente correndo em diversas fases, banda começando, banda que já tem um tempo de estrada, banda que tá no meio… E todo mundo vai se entendendo, se respeitando e cada um arruma uma coisa para outra. Tá sendo bem bacana!

Caio: Inclusive lançamos um projeto da Acenavive no “Brasileiríssimos” em dezembro. Reunimos quatro bandas da Acenavive, fizemos a produção ao vivo de uma faixa que já existia e eles lançaram um vídeo por semana como Especial de fim de ano. Então é legal que a gente consegue chamar atenção de umas mídias grandes com o movimento, com essa interação entre as bandas.

Mais sobre a banda NDK e o Movimento AcenaviveSP nos links abaixo.

Site OficialFacebook NDK | AcenaviveSP

Leia mais entrevistas com bandas em Entrevista 

Sair da versão mobile