“Tecemos ficções necessárias, e às vezes elas nos tecem. Nossas mentes, nossos corpos. A sereia me ensinou a cantar, mas ela era enganadora, manipuladora, e viu que eu não ajudei, não segurei a faca enquanto ela cortava os punhos. Então contei a ela outra história, uma bonita na qual ajudei um lobo perdido – que era na verdade, uma garota. Ajudeia-a a encontrar a se mesma e a se tornar um lobo d enovo. Coloquei uma em cima da outra e me tornei uma heroína, não uma tola. Mas meu cérebro se debatia e clamou, e eu deveria ter sabido que nunca daria certo.” – A Menina Submersa
“A Menina Submersa” é um livro de memórias sobre os fantasmas de Imp, ou, India Morgan Phelps, uma garota com esquizofrenia. Assim como sua avó e sua mãe, que se suicidaram para tentar se livrar da doença e de toda a paranoia que ela causa. A história é toda em primeira pessoa, ou seja, vemos a história inteira na visão da garota e isso pode dificultar um pouco a leitura.
Tentando mostrar como pode ser a mente de um esquizofrênico, a autora acaba tendo um grande sucesso. A leitura pode ser bem difícil para quem está acostumado com outros tipos de livros, repetir um ou mais parágrafos por mais de uma vez é aceitável enquanto se lê “A Menina Submersa” já que estamos vendo tudo pelos olhos de quem sofre com esse diagnóstico.
A narrativa não segue uma ordem cronológica dos acontecimentos, tanto que a própria Imp deixa isso bem claro, o que pode tornar tudo um pouco mais confuso. Também não temos como saber se algo realmente aconteceu do jeito exato que ela nos conta, ou se pode ter informações a mais criadas em sua mente. Além disso, a garota é apreciadora de obras de arte, uma em especial que se chama “A Menina Submersa”.
Imp busca entender o que aconteceu com sua avó, sua mãe, com ela, com seu relacionamento e Eva Canning – uma mulher muito misteriosa que só vamos descobrindo mais sobre ela ao logo do livro.
O livro é uma espécie de diário, que ela não está escrevendo para que seja lido por outra pessoa, e pode ser por isso que é tão confuso aos nossos olhos. Imp está passando suas memórias, que ela chama de fantasmas na ordem em que acha importante ser contado e esse estilo de leitura pode fazer com que a leitura leve muito mais tempo para algumas pessoas do que para outras.
Essa é uma edição especial do livro feito pela Darkside, onde a capa dura é toda feita com desenhos em relevo, com uma libélula ao meio, as folhas com uma textura um pouco mais rossa e com a borda pink. Dando a impressão de ser um diário antigo. No interior do livro há também pequenas ilustrações e no fim, há alguns parágrafos que lembram uma forma mais tradicional de um diário, só que datilografado.
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Informações do livro:
Autora: Caitlín R. Kiernan
Editora: Dark Side
ISBN: 978-85-66636-53-6