Por Renata Schmidt
No último sábado (11), o Sepultura encerrou com chave de ouro mais uma rodada de shows na capital paulista. Criada com objetivo de promover o último álbum da banda, Machine Messiah (sobre o qual você pode saber mais na entrevista do Andreas Kisser para o E.T.C), o show aconteceu no Clube Atlético Juventus, e contou com apresentações das bandas Faces of Death e Ego Kill Talent. Confira o que rolou:
Abertura: Faces of Death
Veterana do trash metal Nacional, a Faces of Death surgiu em 1990 na cidade de Pindamonhangaba, gravou duas demos em 1994 e 1996 e ficou 20 anos fora do circuito, tendo voltado agora com força total, com o EP Consummatum Est.
No show, que durou cerca de 1h, a banda fez bonito ao mesclar o som que a destacou no cenário do trash metal nacional dos anos 90, com as músicas novas, valendo destacar “Killer in the name of God” e a própria “Consummatum Est”, que nomeia o álbum.
Ego Kill Talent
Uma das principais promessas dessa nova leva do metal nacional, Ego Kill Talent é formada por músicos que passaram por bandas como Diesel/Udora, Reação em Cadeia e o próprio Sepultura. Um aspecto bem interessante da banda é que rola um “rodízio de instrumentos” no meio do show, ou seja, em determinado momento o baixista pula para a bateria, o baterista pega o baixo, depois eles trocam de novo e a vida vai seguindo, rs. Acaba sendo um tempero adicional do show, que já é incrível por si só, valendo ressaltar a presença de palco incrível do vocalista, Jonathan Corrêa. O estilo da banda é um tanto quanto eclético, e o setlist mesclou músicas com uma pegada mais melódica a um som mais pesado. Para quem ainda não conhece o som, as faixas “My own Deceiver” e “The Searcher” dão uma mostra boa da versatilidade da banda.
Sepultura
É difícil descrever a energia que dominou o ambiente quando os acordes iniciais do órgão e o clássico gelo seco no palco anunciaram a chegada do Sepultura, um misto de ansiedade, animação e aquela expectativa de quando você sabe que está prestes a presenciar algo excepcional – e foi exatamente isso que aconteceu, um show poderoso. São poucas as bandas que conseguem a combinação explosiva que os integrantes do Sepultura têm no palco, que faz o show fluir maravilhosamente do começo ao fim – aliás, é a única banda de heavy metal que conheço capaz de tocar Titãs e agradar a galera do mosh pit, que seguiu pulando e batendo cabeça alegremente ao som de “polícia para quem precisa de polícia”. Derrick e Andreas são um espetáculo à parte no palco, é como presenciar a essência do heavy metal a cada grito e acorde.
A estrutura do Juventus estava perfeitamente adequada para receber as pessoas, com direito a food trucks na área externa para que os metaleiros de plantão pudessem fazer aquele lanchão de pernil para aplacar a fome da madruga. Os funcionários circulando pelo salão para vender fichas foi uma ótima estratégia para evitar filas. Em suma, foi uma noite memorável, pra fã do metal nenhum botar defeito.