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2 Filhos de Francisco: O Musical – Coletiva de imprensa do novo espetáculo conta com três números exclusivos e muito mais

Coletiva - 2 Filhos de Francisco

Todos os detalhes sobre a história mais conhecida no Brasil que agora também ganha os palcos

Por Jaqueline Oliveira

Na última sexta-feira (22), fomos à coletiva de imprensa do espetáculo 2 Filhos de Francisco – O Musical, no Teatro Cetip. Para começar já adiantamos que existe uma desconstrução do modelo “certinho” de equipe de produção, o que acaba, consideravelmente, resultando em algo bem mais maduro do que se imagina, em especial daquilo que é baseado no cinema.

FOTO: Marcos Ribas/Brazil News

Um diretor que nunca fez teatro, um ator que não canta (Rodrigo Fregnan que interpreta Francisco), um musical que vai além do “fazer teatro”, com uma narrativa conhecida e que possui referências do filme da mesma história. Aspectos que para olhos desatentos podem ser caracterizados como negativos, mas se olharmos atentamente, vemos a necessidade de algo que vá além do normal, que ultrapasse limites e que com isso faça um trabalho muito bem feito. Conseguimos identificar isso nas três cenas que tivemos a possibilidade de assistir e se emocionar muito e que vamos falar mais para frente.

Sim, mesmo sabendo de toda a história, o impacto que foi conhecê-la no palco, com uma narrativa própria dele, com tudo o que ele proporciona, foi emocionante. É essa a palavra que talvez resuma todo este projeto: emoção. A trama já é emocionante por si só, agora com todos os elementos que o teatro permite, é de disparar o coração. E sim, teve momentos que foi necessário segurar o choro.

FOTO: Marcos Ribas/Brazil News

O diretor da peça, Breno Silveira, que também foi diretor no filme, evidenciou bastante esse feeling que é o emocionar. Para ele, esse é o diferencial e o principal do espetáculo, além da história ser nacional. “Faz tempo que não tinha trabalhado dessa forma. O teatro, principalmente no musical, possibilista trabalhar coisas que no filme não permite, então dá para viajar bastante, conseguimos trazer os personagens mais fortes”, comenta. Já para Renata Alvim, que é gerente geral de produção, Silveira conseguiu imprimir sua sensibilidade, como fez no cinema, agora nos palcos do teatro.

Quem fez?

Essa equipe de produção se resume à grandes nomes do mercado criativo. A direção fica à cargo de Breno Silveira, como dito, foi o diretor do filme da mesma história, é um prestigiado diretor de cinema, com longas como: Era uma vez… (selecionado para o Festival de Toronto) e Gonzaga – De Pai para Filho. O filme que baseia o espetáculo, 2 Filhos de Francisco, rendeu mais de 5,3 milhões de espectadores, considerado uma das maiores bilheterias nacionais e foi o representante brasileiro ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

FOTO: Marcos Ribas/Brazil News

O roteiro coube à Carolina Kotsho, que é autora e produtora de cinema e TV, também atuou como roteirista no longa 2 Filhos de Francisco e é contratada pela TV Globo desde 2011. A participação de Mariana Elisabetsky como colaboradora de texto teve total diferença. Ela que é roteirista dos programas de TV Mais Cultura, Quintal da Cultura e Grandes Chefs, também foi responsável pelas versões de Wicked e Cantando na Chuva, o que garantiu elogio de Renata, durante a coletiva. Ela disse que Elisabtsky “conhece o time  do musical no teatro”.

Direção Musical, figurino e coreografia

Já a direção musical ficou como responsabilidade de Miguel Briamonte que é um compositor premiado e arranjador que também esteve envolvido em grandes espetáculos, como Cats, A Bela e a Fera, O Fantasma da Ópera, Peter Pan, Castelo Rá-Tim-Bum entre outros. Rachel Ripani, diretora associada, influenciou a produção com seu extenso currículo, e esteve de frente, junto às responsáveis, nos ensaios figurinísticos que tem grande importância ao retratar o universo caipira e por possuir muita representatividade. Agora o que ficou considerado na coletiva como “menos dançado e mais sensorial”, a coreografia e todo movimento em cena está nas mãos de Gabriel Malo e Marco Lima.

Personagens

Ok, Rodrigo Fregnan que interpreta Francisco não canta. Mas e daí? Essa foi a nossa conclusão ao entendermos a necessidade desse ator na peça. Como o próprio diretor disse, Fregan “possui uma luz própria que cativa e que se conecta certinho ao personagem”.

Já a intérprete de Helena, Laila Garin, que é a atriz convidada, evidenciou o papel feminino no sertão “eu tenho pensado muito nesse universo, tenho ouvido música caipira e tenho pensado nessas mulheres que trabalham pesado, lavam e passam”, acrescenta. Breno também comentou sobre a personagem, ao responder uma pergunta. Segundo ele, a Helena do teatro é bem mais forte que a Helena do cinema. Ele ainda diz que os dois personagens (Francisco e Helena) possuem cargos específicos na casa, Francisco é quem ouve o rádio e Helena é quem canta. “Ela é ainda muito afinado”, elogia.

FOTO: Marcos Ribas/Brazil News

Zezé e Luciano foram retratados por Beto Sargentelli e Bruno Fraga numa fase mais madura dos dois, já no auge da fama. Para eles foi “incrível trabalhar com esses nomes e foi gratificante poder compartilhar com os próprios músicos a alegria de interpretá-los, durantes os bastidores”.

O elenco infantil (Alex Novais, Bruno Barros, Marco Souzza, Pedro Miranda e Renatinho) também está impecável. Um detalhe é que a produção foi atrás de atores que já nasceram no sertão, em lugares que possuíam familiaridade com a vida dos cantores e que isso qualificou muito essa fase da história na peça.

2 Filhos de Francisco: Os três números exclusivos

1º – primeira vez 

Esse ato foi no estilo introdutório. Conseguimos olhar bem para o cenário e para a montagem da cena. Mostra a primeira vez que Zezé Di Camargo (Mariosmar José de Camargo) sobe num palco e canta. Isso na festa de São João do vilarejo da pequena cidade de Pirenópolis, em Goiás.

2º – o canto na madrugada

Sabe aquilo sobre prender o choro, lá do começo do texto? Então, foi neste ato aqui. Eu, particularmente, amei esta cena. Ela começa num cenário que apresenta o amanhecer e mostra a casa simples onde eles moravam, só que de uma forma bem lúdica e que possui um grande valor ao realçar o rádio no molde da casa. Era como se um cômodo da casa, uma sala simples, estivesse dentro daqueles rádios antigos. O despertar da manhã é dado pelos galos que estão no chiqueiro, representado nas grades que são o fone do rádio gigante. Neste momento, a trama ganha um ar engraçado ao exibir a tão conhecida parte em que os meninos são obrigados a engolir ovos crus para cantar bem. No momento em que as crianças começam a cantar até o fim da música, embaladas pelas lágrimas do pai que as ouve, é emoção pura.

3º – eu não vou negar que sou louco por você…

Eu não vou negar que essa cena também foi incrível. Quer dizer, nem tem como negar. Aqui vimos a interpretação de Beto Sargentelli e Bruno Fraga, quando eles cantam essa música num show e seus pais entram no palco. Também é emoção pura. Além dos pais, todos os atores da peça sobem ao palco e cantam juntos.

FOTO: Marcos Ribas/Brazil News

A Time For Fun traz o musical que é anunciado pelo Ministério da Cultura, com patrocínio Uber e apoio Vivo. Esse é um daqueles espetáculos que a gente não pode perder. E você? Confira todos os detalhes da programação abaixo:

Serviço: 2 Filhos de Francisco – O Musical
Curta Temporada: De 05 de outubro a 17 de dezembro de 2017.
Local: Teatro Cetip – Rua dos Coropés, 88 – Pinheiros.
Horários: quintas e sextas, às 21h; sábados, às 17h e 21h; domingos, às 16h e 20h.
Duração: 120 minutos em dois atos (com intervalo de 15 min).
Classificação Etária: Livre.
Capacidade: 627 lugares.
Ingressos: a partir de R$ 25. Mais detalhes aqui.

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