Resenha: Uma história meio que engraçada

“Uma história meio que engraçada”, diferente do que pensei no início do livro, Ned Vizzini conseguiu realmente me fazer rir durante a leitura apesar do tema.

“Um livro sobre depressão que não é nem um pouco deprimente.” – Teen Vogue

A história é sobre Craig Gilner, um garoto de 15 anos que sempre foi muito inteligente e que adorava desenhar mapas – principalmente o de Manhattan – mas que agora tinha dedicado grande parte do seu tempo se preparando para entrar na Executive Pre-Profissional High School, uma das melhores escolas para adolescentes que querem vencer na vida.

Ao conseguir o que queria, descobriu que não era bem o que ele esperava. As coisas mudaram em sua vida e não foram exatamente para melhor. Durante as horas que Craig passou se dedicando aos estudos e se preparando para a prova de admissão, ele fez desse teste, o seu problema, além disso acabou se afastando de seus amigos, mas foi também quando conheceu seu melhor amigo, Aron.

Aron também pretendia passar na mesma escola, mas ao contrário de Craig, não se esforçava nem um pouco e mesmo assim conseguiu alcançar seu objetivo. Não é que ele invejava seu amigo, mas se sentia mal ao vê-lo indo tão bem sem nem ao menos se esforçar tanto quanto ele.

Sua preocupação excessiva sobre a escola, com o seu futuro, o pensamento de não ser bom o suficiente ao se comparar com seu melhor amigo, e até o fato de estar gostando da namorada de seu amigo, fez com que ele começasse a ir mal nas atividades, e como ele não conseguia dar conta de todas as lições e trabalhos que tinha, as coisas acabaram virando uma bola de neve incontrolável. Ele começou a se sentir incapaz, cada vez mais para baixo e abandonando de vez tudo o que tinha para fazer, e as coisas foram se acumulando cada vez mais. Simplesmente não conseguia ter a mesma concentração e foco que tinha quando estava estudando para o teste rigoroso aplicado para entrar nessa escola.

O estresse e a pressão eram grandes demais, então, após passar com especialistas e tomar medicação, ele chegou a conclusão de que o suicídio seria a sua única e melhor saída. Na mesma noite em que decide pular da ponte do Brooklyn e acabar com tudo, ele escolhe seguir outro caminho e procura por ajuda. Assim, ele fica internado no Hospital Argenon, especificamente na área psiquiátrica para adultos.

Durante o tempo em que está no hospital, acompanhamos o seu dia, o que pensa e como se sente. Lá o garoto conhece e aprende a conviver com pessoas bem diferentes dele e também com outras realidades. E é dessa forma que ele irá aprender que apesar das diferenças, é possível fazer novos amigos, se apaixonar, redescobrir seu antigo talento e até motivos para se dar outra chance e viver.

O livro, que apesar de ter passagens engraçadas, aborda males do século como a depressão e o suicídio; e foi adaptado para o cinema com o título de “Se enlouquecer, não se apaixone”. Super recomendo a leitura, ainda mais por ser o tipo de obra que não encontramos facilmente. Não são muitos os livros que abordam temas tão sérios, mas que ainda assim nos conseguem fazer sorrir.