Fomos até Guarulhos conversar com os integrantes da Rosalia Paranoia que não têm medo de incorporar todas as vertentes musicais para fazer a sua própria
Conseguir encontrar sua própria identidade é algo difícil. Mas também, dificilmente somos uma única coisa. Somos encontros de gostos variados, das pessoas que conhecemos e das que ficam mais a nossa volta, das viagens que fizemos e, claro, das músicas que conhecemos. E foi nesse último tópico que a banda Rosalia Paranoia, se encontrou, ficou e fez o seu primeiro disco.
Com nova faixas, o álbum da banda formada por Vinícius Stepanov (vocal e composição), Fillip Campos (guitarra) e Ade Jam (baixo), é uma verdadeira celebração à música. Com ritmos que vão desde o rap, rock até o reggae, eles colocam cada um a sua marca e criam sua própria identidade em um álbum que também dá voz às críticas sociais e ao sensacionalismo de muitos veículos de comunicação.
Para conhecer um pouco mais sobre essa banda que tem tanto a dizer, ambos verbal e musicalmente, fomos até Guarulhos no estúdio deles bater um papo. O resultado da entrevista você veem abaixo:
E.T.C.: O que é a Rosália?
Vinícius: É a junção das nossas vidas! O significado maior que tem é que sempre teremos isso, sempre vou levar esse pessoal comigo. Tudo que estamos construindo e que já construímos juntos. Rosalia Paranoia é a gente cumprindo com o nosso papel aqui. Eu escrevendo as letras, Ade no baixo, Fillip na guitarra e a gente transmitindo o que queremos transmitir e realmente tocar a vida das pessoas.
E.T.C.: Como começou a história da banda?
Rosalia: A ideia da banda começou em 2012, eu (Vinícius) comecei a escrever algumas letras de rap e procurei o Fillip para fazer a base no violão. Desde então, várias pessoas passaram pelo projeto e agregaram bastante, mas atualmente estamos nós três fazendo todos os trabalhos e seguindo mesmo com a banda.
E.T.C.: A música de vocês mistura várias estilos e gêneros musicais, é por isso que não gostam de se rotular como uma única coisa?
Rosalia: A banda é uma mistura das coisas que mais influenciam a gente, é transcender o rótulo de uma coisa só e fazer algo que nós nos orgulhamos e que seja coerente com aquilo que queremos passar. A Rosalia Paranoia tem uma base muito forte no rap por conta das composições, mas passa pelo reggae, rock, groove e ao mesmo tempo acaba criando uma identidade a partir dessa música. Acreditamos que isso que é o legal da criação.
E.T.C.: Quais são as outras bandas independentes que vocês gostam?
Ade: Vixi rs. se for para citar sei que vou esquecer um monte.
Vinícius: Tem muito brother fazendo sons muito bons e a tendência é cada vez mais essa. Todo mundo continuar sem ter competição. Cada um entregar um trabalho mais legal que o outro e você vibrar pelo trabalho do cara. E as vezes você pega referência para fazer outras coisas e até se inspira para coisas fora da música.
E.T.C.: O que é a música para vocês?
Ade: É tudo. Sem música o planeta não funciona.
Vinícius: É uma forma de exercer meu papel de alma. Hoje se eu não tiver ela para desabafar, eu não vivo bem. Serei infeliz sem ela. E o rap para mim veio como forma de mandar uma mensagem, é um desabafo, é contar a sua história, as histórias ao seu redor.
Fillip: É o propósito de vida. É o legado, o que vai ficar eternizado, independente do que aconteça.
E.T.C.: Sobre o clipe de “Degradação”, como foi a produção? Já sabem quando vão lançar?
Vinicius: Gravamos ele em um final de semana inteiro em Santa Isabel com direção de Carlos Eduardo Machado – que também já dirigiu clipe da banda do Ade. Vamos lançar ele ainda no primeiro semestre desse ano, mas não sabemos a data exata ainda porque gostamos de fazer as coisas sem pressa e ele está no processo de edição.
E.T.C.: Músicas que mais marcam cada um do próprio disco?
Ade: “Degradação” – que gravamos o clipe – e “Cromossomos” porque tocar reggae é a melhor coisa do mundo para mim. Não tem jeito.
Vinícius: Para mim é a “Cadeado mental”, porque eu estava mais forte espiritualmente quando compus e ela tem um significado forte para mim. Mas gosto muito de “Degradação” e “Cromossomos”. Gosto de todas na verdade. Temos muito a melhorar ainda, mas tudo que saiu ali é porque nós gostamos bastante.
Fillip: Estou na mesma linha. Cada som tem a sua importância, mas se tivesse que escolher uma, eu ficaria com “Cromossomos” e a ‘Cadeado Mental”. A letra da “Instinto de sobrevivência” também gosto muito porque é meio que o conceito do disco e também tem essa importância.
O álbum “Instinto de sobrevivência” possui ainda participação de Victor Franciscon, Mautari Beat-Box, Deryck Cabrera e Jamil Alla Dread. Vale muito a pena escutar o som desses caras e descobrir um pouco da música livre que eles se propõem a propagar com amor e, claro, muito talento.
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