A banda foi se formando aos poucos. Assim como diversos grupos musicais, os atuais integrantes do Bloco do Caos também já tiveram outras bandas, inclusive com outros integrantes, mas, insistentemente, conseguiram encontrar a formação que queriam: Ale Casarotto (vocal), Gui Ito – Japa (Guitarra), Well Souza (baixo), Cidão Formigão (percussão) e Andrew Lee (bateria).
Porém, antes disso, o troca-troca de integrantes e produtores abalou: “Foi bem difícil. Tínhamos certeza da banda em um momento e, de uma hora para outra, tudo mudava”, diz Japa, que também comenta o lado bom dessa fase, que acabou unindo ainda mais aqueles que continuaram. Para fazer dar certo, o Alê saiu da guitarra e soltou a voz: “Isso foi muito bom. Sempre procuramos um vocal e o cara estava do nosso lado, o tempo todo”, relembra Japa.
Juntos, eles integram uma banda que faz sons bem brasileiros e que carrega essa raiz até mesmo no nome. Afinal, de acordo com Ale, Gui e Cidão, escolher o nome não foi uma tarefa fácil, mas eles já sabiam o que queriam: “A ideia era ter um nome composto, original e com dicção simples, então buscamos referencias brasileiras, para combinar com o nosso som”, explica Ale.
Segundo os três integrantes, a palavra “bloco” veio da inspiração do CD “Bloco do eu sozinho”, do Los Hermanos, e foi escolhido por remeter bem às tradições do Brasil. Quanto ao “caos”, o cantor diz que foi para revelar mais o lado rock in roll, cuja inspiração veio do nome de outro álbum, chamado “Da lama ao caos”, de Chico Science & Nação Zumbi. Com essa junção, a banda encontrou o nome perfeito para representar, como eles queriam, a musicalidade e ideais do Bloco do Caos.
De fãs, a parceiros
Com o bloco pronto, a banda de amigos começou a trabalhar como profissionais em busca de conquistas. Músicas antigas foram gravadas, vídeos foram feitos, e a realização de um sonho foi alcançada: eles conseguiram lançar o 1º EP do Bloco, chamado Singular. Com 5 músicas, o projeto deu certo e resultou em surpresas que vieram no formato de grandes parcerias, que alguns diriam (e disseram!), serem impossíveis! “Acho que 80% de tudo que conquistamos até hoje, teve alguém para falar que não ia dar certo, que não íamos conseguir de jeito nenhum”, comenta o baixista Well.
Mas eles conseguiram. Conseguiram cantar e gravar a música “O Mensageiro”, com Toni Garrido, compositor e vocalista da banda Cidade Negra, referência no reggae brasileiro. Com a mesma música, conquistaram também a atenção do artista internacional Quino McWhinney, cantor da banda norte americana de reggae Big Mountain. Quino curtiu a letra e resolveu participar da gravação dela, contribuindo profissionalmente com o trabalho desenvolvido pelo Bloco do Caos e, de quebra, mostrando a todos (principalmente aos que duvidaram da possibilidade das parcerias) que a banda é capaz e tem talento, tanto é, que conseguiram dois nomes de peso como participantes do 1º CD.
“Tudo começou através da internet. Por incrível que pareça, nem conhecíamos eles pessoalmente, apenas como ídolos”, revela Ale, que também fala sobre como eles chegaram até o Quino: “No processo de criação das músicas cantávamos algumas partes em inglês, apenas na brincadeira, e daí tivemos a ideia: ‘Porque não tentar uma parceria com o Quino?’”. Eles tentaram, mandaram uma mensagem para o site do cantor e conquistaram tanto a atenção, quanto o gosto do ídolo, que topou gravar trechos de “O mensageiro”. “Quando ele mandou uma gravação de um minuto da música, fique em choque! Só então acreditei que era ele mesmo, que tudo aquilo estava acontecendo” conta o vocalista.
Depois do apoio internacional, era a hora de tentar alguém de peso da música brasileira. O sonho? Toni Garrido, que fez o desejo do Bloco do Caos se tornar realidade. Por conta própria, e passando por cima da “dúvida” de alguns, eles entraram em contato com Toni. O resultado não é mais segredo para ninguém. Eles foram gravar no Rio de Janeiro e fez questão de ser pessoalmente, de sentir a sintonia e de acompanhar tudo de perto! “Ele tem a grandeza que tem, mas é um dos caras mais humildes que já conheci na minha vida. Ele recebeu a gente como um pai recebe um filho”, comenta Japa, com grande admiração.
Conquistas futuras
Com a intenção de repetir as vitórias alcançadas no ano passado, a banda está com excelentes planos para 2016, que incluem o lançamento de um novo disco. Os detalhes, como o nome do projeto, por exemplo, ainda estão sendo definidos, mas eles já possuem 19 músicas prontinhas. “Queremos chegar a 30 músicas para ter um bom repertório e escolher umas 12 ou 14 e ter só músicas boas no CD”, informa Ale.
A banda pretende lançar o novo trabalho até julho desse ano e Ale garante que a essência do Bloco do Caos está em cada uma das novas músicas, todas pensadas, desenvolvidas e gravadas com a intenção de despertar a consciência e a reflexão sobre questões do dia a dia, seja sobre relacionamentos ou problemas sociais. “Estamos fazendo umas mesclas com muito MPB, bastante samba e até um pouco de forró com rock, a viagem está produtiva e essa brincadeira do rock com a música popular brasileira nos agrada bastante”, diz o vocalista, que é complementado por Well: “Não temos a intenção de ser diferente, simplesmente queremos algo que nos represente, que seja real”.
Mesmo com 18 anos de diferença entre alguns integrantes, o que a história do Bloco do Caos revela é que eles estão juntos por dois grandes motivos: pela forte amizade que os unem (e que dita o clima e até mesmo os sons produzidos por eles), e pela vontade em comum de transmitir uma mensagem significativa e tocante para todos que param e os escutam, por uma música que seja.