O Solar, construído para ser residência de um ex-prefeito de São Paulo e de sua esposa, hoje é referência em arquitetura e design
Que tal visitar um lugar que você nunca foi? O que acha de ver objetos e móveis que você nunca viu? E por que não tirar alguns minutos para espiar como era a vida no passado e compará-la com o presente? Essas são algumas das experiências que o Museu da Casa Brasileira (MCB), criado em 1970, pode lhe proporcionar.
Aliás, os contrastes que esse lugar causa, começam com a sua própria localização. Embora o museu seja antigo, e esteja em um prédio datado de 1945, ele está em plena Av, Faria Lima, que já é considerada por muitos o novo centro comercial de São Paulo, e está cercada não só por empresas modernas, como também, por uma arquitetura que nada se assemelha ao MCB.
Este é, por sinal, um dos motivos pelos quais o local merece ser visitado. Assim como o CCBB-SP, o Edifício Martinelli e muitos outros pontos turísticos de São Paulo, o MCB atrai por sua arquitetura! E mesmo se nada houvesse lá dentro, se só o vazio ocupasse o seu imenso espaço, ainda assim valeria a pena uma visita.
Os móveis da casa
Sendo o único museu do Brasil especializado em cultura da casa brasileira, design e arquitetura, o MCB possui um acervo digno de respeito e admiração, vindos não apenas dos especialistas nessas áreas, como também de qualquer um que tenha o mínimo interesse pelo o que forma uma boa e confortável casa.
Dentre os espaços cômodos do museu, que lá no passado já foi uma residência, é possível se deparar com objetos modernos (como diversas luminárias e cadeiras), mas também com peças nunca vistas ou imaginadas antes. Esse é o caso de uma cadeira sanitária, feita de madeira, que tem uma tampa em seu assento para a passagem de dejetos humanos.
Ainda nesse âmbito antigo, há muito para se ver. Há um espaçoso banheiro de época, camas, armários, baús, louças e até um velho computador. Cada detalhe, fazendo os visitantes enxergarem como o tempo passou, e quantas coisas mudaram.
Outra vida
A perspectiva de que realmente vivemos outra época, com outros modos e costumes, fica ainda mais clara quando se chega ao segundo andar do Solar neoclássico. É lá que se aprende sobre a imponente construção que o MCB ocupa, que antigamente (antes de todo o acervo citado ser colocado ali) era apenas uma casa.
Por 18 anos, Fábio da Silva Prado, ex-prefeito de São Paulo, e sua esposa, Renata Crespi Prado, fizeram desse casarão o seu lar. Na parte de cima do museu, ainda há resquícios da antiga casa, cadeiras que vieram da Itália, obras de renomados artísticas, como “A Floresta”, de Candido Portinari, “Vista de casario”, de Di Cavalcanti, e inúmeras fotos, contando a história do casal e, consequentemente, da casa.
É nesse cômodo também, que uma enorme coleção de utensílios de cozinha (como pratos, talheres e candelabros) está exposta. Ao parar para analisar e ler um pouco das descrições, nota-se o quanto as refeições naquela época eram planejadas nos mínimos detalhes, como verdadeiros rituais.
Contudo, essas recepções oficiais realizadas na casa dos Prado, terminou com a morte de Fábio, quando sua esposa, sozinha, resolveu mudar-se e transferir o prédio para a Fundação Padre Anchieta. Depois disso, tornou-se instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e deixou de ser moradia para tornar-se referência e expor a cultura da casa brasileira.
Além de toda sua história e atrativos, esse é um excelente lugar para conhecer o passado, reconhecer a infância, mas também para encontrar inspiração para constituir novas residências, seja agora, ou no futuro.
Curiosidades
- Só o jardim da casa, que é uma atração à parte, tem de mais de 6 mil metros quadrados. Nele é possível percorrer uma pequena trilha para caminhadas, relaxar em um dos bancos lá dispostos ou até fazer piquenique (consulte as regras)!
- Os domingos são ótimos para conhecer o MCB, já que é nesse dia da semana, na parte da manhã, que acontece o projeto “Música do Museu”, com apresentações musicais gratuitas.
- O acervo do MCB é formado por móveis e utensílios dos séculos 17 ao 21, e muitos deles giram em torno de ações rotineiras da vida, como servir, sentar, descansar, dormir, guardar e rezar.
Quer conferir?
Localizado na Av. Faria Lima, nº 2705 – Jardim Paulista, em São Paulo, o MCB funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.
O ingresso é de R$ 7,00 (inteira), e R$ 3,50 (meia). Porém, durantes os finais de semana e feriados a entrada é gratuita. Vale mencionar que pessoas com deficiência e acompanhantes têm meia-entrada garantida e maiores de 60 anos e crianças até 10 anos não pagam.
Para saber valores do estacionamento de carros e motos, consulte o site do MCB, aqui! Para o mais alternativos, o museu tem bicicletário. Seja como for, tenha uma boa visita!