Conhecemos a banda Limados em um evento da AcenaviveSP e podemos dizer que amamos o som dos caras na primeira frase! A entrevista aconteceu um tempo depois na Casa das Rosas localizada na Avenida Paulista, foi debaixo de muita chuva que batemos um papo hiper descontraído com Karim Salman, Paulo Zex, Thiago e Hub.
Eles já se conheciam de um antigo projeto que durou 15 anos, e com o fim deste, surgiu a banda Limados, alimentados pela vontade de trazer um som cada vez mais profissional, eles foram para o estúdio e gravaram o CD “Sonho de criança” que traz a participação do Badauí na faixa “Multidão”.
“Em 2015 nós plantamos e tudo foi bem aceito, agora é hora de colher. Com esse time aqui, tudo vai dar certo” – Karim Salman.
Como que surgiu a música na vida de vocês?
Karim: Quando eu tinha uns 12 anos eu ia muito para a praia e sempre via que as meninas ficavam em volta dos caras que tocavam violão, então eu comecei a fazer aula. Me dediquei muito ao instrumento, montei uma banda que só tinha eu na guitarra e o baterista, ficávamos o dia inteiro ensaiando. Meu primeiro show foi no aniversário de 14 anos e minha família achou bem ruim, mas isso só me fez querer melhorar. Com 15 anos eu entrei em um projeto tocando guitarra e depois da saída do vocalista assumi o lugar dele, me reprovaram no primeiro teste, mas depois fui aceito (risos). Quando você entra na música percebe que precisa dela para viver, não sei explicar.
Thiago: Eu e o Hub começamos juntos, estudávamos na mesma sala e sempre inventávamos uma coisa para fazer.
Hub: Montamos uma banda na época do colegial para chamar a atenção das meninas. Eu nem gostava de música, eu vivia de videogame, mas eles precisavam de um baterista, marcaram aula para mim e eu acabei gostando.
Paulo: Meu pai tocava violão e eu cresci nesse clima, ouvindo Beatles e jovem guarda. Sempre tive a música presente e, quando eu conheci Iron Maiden, escolhi a guitarra para ser meu instrumento.
“Sonho de criança” foi composta por você (Karim) e seu irmão, vocês sempre compõem juntos?
K: Na verdade não, meu irmão chegou para mim e disse que tinha uma música nova e começou: “meu sonho de criança era…”, eu achei ruim, mas depois ele cantou o refrão “já cai muitas vezes, mas me levantei…” e eu peguei o violão para acompanhar ele. Faltava só algumas partes e nós fizemos juntos. Percebi que a música era forte.
Usando “Sonho de criança” como exemplo, conte sobre o processo criativo da banda.
P: O Karim sempre chega com a letra e a melodia da parte vocal e todo o resto surge dessa base, seja uma linha de baixo, um solo ou uma virada da bateria. Essa música foi uma luz, depois que o Hub fez a levada da bateria, eu fechei os meus olhos e senti a música, então tudo fluiu. Não fiquei pensando em fazer isso ou aquilo, só toquei.
K: Nossos ensaios são bem brincados, e isso sempre resulta em algo bom. Eu sempre apresento uma composição em voz e violão e com essa base introduzimos os demais elementos.
Esse processo demora quanto tempo?
K: Depende, tem música que sai de primeira e outras que mesmo depois de gravada você fica pensando que poderia ser diferente. Após a pré-produção entramos em estúdio para gravar e depois a produtora fez a mixagem, demorou cinco meses para ficar pronto o trabalho.
Clipe “Sonho de criança”
Como surgiu a ideia do clipe?
K: Nossa ideia inicial era outra, mas como não estava dentro do nosso orçamento, o Rafael da MonoMídia começou a pensar em um roteiro de boas ações e, como queríamos o menino vestido de super-herói, colocamos ele fazendo as boas ações. Queríamos interligar o CD com o clipe. Faz 2 meses que lançamos e já bateu 350 mil visualizações no Facebook.
Vem clipe novo por aí!
Serão lançados dois lyric vídeos por semana até totalizar as oito faixas do CD e o vídeo que for mais curtido, comentado e compartilhado ganhará um clipe.
Como vocês conheceram o movimento ACenaViveSP?
Karim: Eu vi a tag #AcenaviveSP e entrei em contato, quem me respondeu foi o Rike do NDK, eu comecei a ir nos encontros logo no início do projeto. Essas reuniões fortalecem o vínculo entre as bandas e as palestras agregam muito. Já fizemos até parcerias de shows com Mercúrio Cromo, Suíte7 e vamos tocar com o NDK – o show será em Suzano no dia 27/02. O melhor do movimento é que as bandas fazem coisas maiores juntas e isso ajuda na divulgação.
Antes do movimento eu nem imaginava que tinha tanta banda de rock em São Paulo. A mídia não mostra, mas através das redes sociais é possível ver a galera correr atrás.
Quais são as referências musicais de vocês?
K: Eu gosto de vários sons, ouço muito The Beatles, meu Pai, Charlie Brown Jr, CPM 22, Barão Vermelho, Skank.
H: Ouço de tudo porque como eu dou aula os gostos dos alunos variam. Eu já ouvi desde Heavy Metal até Hanna Montana, mas eu não gosto de Hanna Montana! rs Pego uma referência ou outra, sou bem eclético.
P: The Beatles, Iron Maiden, Ramones… um pouco de tudo.
T: Rock em geral, mas eu escolhi o baixo por causa do Red Hot Chili Peppers, o baixista deles é muito criativo. Escuto muito The Beatles também, tenho todos os álbuns.
Quais são as maiores dificuldades de ter uma banda e como vocês lidam com elas?
K: São várias fases. No começo são umas e quando você adquire experiência elas mudam. A primeira dificuldade é saber se as pessoas que estão dentro da banda querem a mesma coisa, se elas estão dispostas a suar a camisa pelo projeto, é algo interno que atrapalha todo o resto.
Outra questão é o dinheiro para movimentar a banda – instrumentos, CD, arte, entre outras coisas – queremos sempre dar o nosso melhor, mas falta investidor para fazermos ações maiores. Porém, apesar das dificuldades, já conseguimos levar nossa música para o Sul do país, em um programa chamado “Música boa para todos”, demos até uma entrevista por telefone para eles.
Vocês já fizeram parceria com o Badauí, pretendem gravar com outros artistas?
K: Tenho vontade de fazer uma parceria com a Pitty, acho que ficaria bem legal misturar as vozes.
E um lugar que sonham em tocar?
K: Circo Voador no Rio de Janeiro
Todos: Rock in Rio
K: Já tocamos no Rock in Rio Pardo, tem um evento lá com esse nome, tinha umas 20 mil pessoas. Mas, nada se compara ao original (risos).
Vocês já ouviram pessoas falar que isso não daria em nada, é muito difícil escutar isso?
K: Quando você é novo e faz trabalho de banda ninguém bota fé, pensam que com o tempo vamos deixar isso de lado, só que isso não aconteceu comigo e nem com os caras, tem pessoas que querem viver um sonho. Você tem que acreditar em você, a primeira pessoa a acreditar no seu sonho tem que ser sempre você!
A galera curte o som, elogia, mas não sabe o quão importante para a gente é fazer isso, acham que é só um hobbie, até mesmo as pessoas mais próximas. E isso só prova que: só você pode acreditar!
E os planos para 2016?
K: Novos singles, já temos algumas composições. E quem sabe a minha primeira tatuagem, fiz uma promessa que quando eu fizer um show para umas 10 mil pessoas e elas cantarem nossa música junto com a banda, eu vou fazer.
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