Por: Jaqueline Nogueira e Carolina Cordeiro
Começou conquistando o público com sua simpatia através da música, fez curso de teatro, na faculdade cursou Direito, participou de diversos comerciais, participou do programa VJs em Teste da MTV e descobriu que gostava mesmo era de contar histórias. Atualmente cativa o público apresentando junto com Marina Santa Helena o Mix Diário, na MixTv. Em um bate-papo super descontraído, Caco contou suas experiências na tv, deu conselhos, e revelou o segredo do seu sucesso: tratar cada entrevista de uma maneira especial independente do peso do artista.
Dreams: A música que te trouxe para a área da comunicação?
Caco: Acho que sim, eu me diferenciava dos outros cantores por que eu me comunicava bem, então, pra animar um show, deixava comigo, podia ser um show para a 3ª idade, ou aniversário de 15 anos, ou formatura, eu sabia me comunicar com diferentes grupos de pessoas. O pouco do que sei fazer hoje eu devo à banda, que me deu uma noção de improviso muito bacana, de me fazer sair bem de situações.
A coisa que eu, Caco, como telespectador, acho mais feio é quando dá um erro, o microfone cai ou quando o apresentador erra o nome de uma coisa e pede desculpa dizendo “a culpa não foi minha, foi da produção” e tenta disfarçar, fingindo que não aconteceu nada. Aconteceu! E tem milhares de pessoas assistindo vendo que aconteceu. Ninguém é bobo mais hoje em dia. Com isso a banda me ajudou muito, de quando acontece algum problema desse, de o microfone cair ao vivo, já aconteceu comigo da base do transmissor, que é uma caixinha que fica atrás, cair no chão, eu paro na hora e falo:Gente, caiu o microfone aqui – e ponho no bolso. É natural, acontece.
E a Mix também sempre me deu muita liberdade. Sou muito grato à Mix pela liberdade de poder construir esse personagem, esse cara que eu sou hoje, queira ou não sou eu mas é também um personagem que você cria né. Não no sentido de encenar, pois tudo o que eu faço no programa sou eu mesmo, quem me conhece sabe que as minhas brincadeiras são as mesmas. Sou bobo às vezes, tento ser engraçado e quando faço um piada ruim eu mesmo falo “Nossa, que horrível que foi isso!”, mas você acaba se tornando uma personagem para as pessoas que ficam tentando imaginar como você é. As pessoas me encontram na rua e falam “Você é igual na TV”, isso é o melhor elogio do mundo para mim.
Dreams: Porque não seguiu a carreira de músico?
Caco: É uma coisa que eu vivo no dilema até hoje. Eu tento montar banda, às vezes quero montar um projeto, gravar músicas e tudo, mas fico tão confuso. Eu adoro cantar, vou aos shows dos meus amigos e sempre estou roubando o microfone, subindo para cantar. Mas já estou caminhando como apresentador. Amo o que eu faço, é uma coisa que naturalmente vai pintando projeto. Hoje mesmo eu estava pensando nisso. Fiz uma matéria de manhã às 11h e quando vi já eram duas horas da tarde, eu não vejo o tempo passar.Não quero parar de gravar, trocar ideias com as pessoas. É uma coisa que me dá muito prazer. Então, se eu não trabalhasse com arte talvez eu fosse meio frustrado por isto. Eu sou bem feliz assim.
Dreams: Você tinha um programa na Mix em que vivenciava uma profissão diferente. Como foi essa experiência?
Caco: O “Simulado Mix Tv” (acho que terá uma temporada esse ano) era um programa de entrar mesmo na profissão, poder botar a mão na massa e trabalhar. O Simulado é voltado para o público que está escolhendo uma profissão. Lembro que na temporada passada me emocionei acompanhando um hospital veterinário, em São Bernardo do Campo, no meio do zoológico. Infelizmente, existem pessoas que brincam de atirar em passarinho e com isso um Carcará (Falcão) chegou lá ferido, quase morrendo. O carinho dos funcionários me chamou muito a atenção. Eles ficavam ali o tempo inteiro tentando fazer o Carcará viver, como um ser humano mesmo, colocando tubo de respiração no bico do passarinho tentando fazer ele respirar, tentando salvar uma vida. Isso me fez pensar muito na vida, sobre comer carne, por exemplo. Enfim, a experiência do Simulado foi muito legal, espero que volte.
Dreams: Você já passou por alguma saia justa em alguma entrevista?
Caco: Várias! Tem uma que eu sempre lembro que é da Pitty, uma das primeiras entrevistas que fiz com a banda dela.
Eu lembro que eu tinha acabado de entrar na TV e uma semana antes de fazer a entrevista com ela, entrevistei uma banda nova que tinha um cara chamado Cigano, ele era um negão, bonitão e tinha cabelo black power. Quando fui entrevistar a Pitty, acabei chamando o baixista da banda, Joe, de Cigano porque ele também tinha um black power. Nisso, todo mundo olhou pra minha cara como: “o que está acontecendo?” e foi uma coisa que me marcou muito.
Outra coisa que acontece muito é você fazer uma pauta enorme e o entrevistado responder sua pauta inteira em uma resposta só, como foi com o Dinho Ouro Preto. Nessas horas, você olha pra ele e diz “E aí como vai a família?”. Com os caras do 30 seconds to Mars foi a mesma coisa. Eu estava muito nervoso, era a minha primeira entrevista internacional e lembro que eu estava roxo, foi um micão, mas foi legal.
Outro momento foi quando entrevistei a Dulce Maria, fiz uma piada e ela não entendeu. Fui tentar explicar, mas eu não falo espanhol, então teve uma hora que eu falei “Não vai rolar.Tradutor, por favor.”
Dreams: Tem alguma entrevista que foi mais especial, que você tenha gostado mais de fazer?
Caco: Tem tantas. Mas tem sempre uma galera que é muito bacana por que você é fã e consome o som deles. Eu sou um cara que eu não tiro o meu lado fã nas minhas entrevistas. Se eu gosto, eu falo e elogio.
Não sei se dá para escolher uma, acho que tiveram muitas mesmo. Posso falar de transmissões ao vivo que fiz de shows, como São Paulo Mix Festival que foi com o Chorão e mais algumas bandas. Foi memorável. Eu lembro que conversei com o pessoal do Charlie Brown Jr, NxZero, Fresno, Cidade Negra, Skank. Cada artista te traz uma coisa.
Tem artista que te permite fazer uma brincadeira, outros não. Tem artista que te passa uma bagagem musical muito bacana, mas tem aqueles que ficam só na brincadeira, fanfarrice e não falam nada com nada, cada caso é um caso. A Sandy foi muito legal de entrevistar, O Skank também porque o Samuel Rosa te traz uma bagagem musical muito grande. O Rappa foi inesquecível, porque foi bem no momento que eles tinham gravado um disco e estavam em uma vibe de lavar roupa suja do que aconteceu no processo de gravação. Brincando, eles lavaram roupa suja no meio do programa ao vivo. O Xandão falando “Pô, mas o Falcão atrasa muito no ensaio, às vezes você liga pra ele e está todo mundo no estúdio esperando ele para ensaiar e ele está na praia”. E o Falcão falou “Meu, eu estou na praia porque está muito gostoso. Como você sai da praia no Rio de Janeiro às 3h da tarde para ensaiar? Não tem como!”. Foi muito especial.
Também sempre fui muito fã do Charlie Brow Jr, apesar de que o Chorão nunca foi um cara fácil de entrevistar. Tinha dia que ele chegava e falava bastante, e tinha dia que ele chegava, sentava do seu lado e quem falava era o Champignon, o Marcão, que sempre foi um cara muito educado, e o Thiago Castanho. O Chorão também era sempre muito educado, mas tinha dias que falava muito e outros que ficava mais na dele.
Dreams: Tem alguém que você queira ainda entrevistar?
Caco: Nossa, todo mundo! Eu gostaria muito de entrevistar o Roberto Carlos. Eu sei que isso não vai acontecer logo, mas espero que nenhum de nós morra antes disso acontecer. Já tenho trauma por que queira muito ter conversado com a Hebe. Ela tinha uma energia muito legal. O Silvio Santos é um cara que eu queria muito sentar e conversar também. Pode até parecer meio piegas da minha parte, mas na verdade eu acho que todo muito é muito interessante.
Cada entrevista para mim é muito especial, eu trato aquela entrevista como a melhor entrevista de todas, seja o cara que faz bolo na padaria ou o Roberto Carlos, eu vou tratar com a mesma importância. Lógico que o frio na barriga vai ser diferente, mas eu vou pesquisar, eu vou estudar e por isso não tenho pessoas específicas, tenho pessoas que eu gostaria muito de conversar, Silvio Santos, Marilia Gabriela, essa galera. Não tem ninguém que eu fico almejando. Eu trato cada entrevista de uma maneira muito carinhosa, muito especial, independente do peso do artista.
Dreams: Algum artista internacional?
Caco: Eu sou muito fã do Bruno Mars, queira muito trocar ideia com ele, acho ele incrível! Queria muito sentar com o Slash (Guns N’ Roses) alguma vez, com o Mick Jagger (Rolling Stones) e com o Justin Timberlake. Essa profissão é boa por que permite que você conheça pessoas. Se eu pudesse deixar um conselho, nunca se deixem poluir pelo meio. Trate todas as entrevistas como uma coisa legal. Você nunca sabe o que vai encontrar. Ás vezes vai entrevistar um homem que é dono de uma banca há 30 anos na Av. Paulista e pensa em quantas coisas esse cara não viu, quantas coisas vivenciou, quantas passeatas, revoluções. Sempre tratem o entrevistado de uma maneira especial, ele está se disponibilizando a conversar, cedendo o tempo dele.
1 thought on “Simpatia tem nome e sobrenome: Caco de Castro!”
Fans de Caco e Heide (@CacoeHeideFans)
(16 de maio de 2014 - 18:17)Adorei. Parabéns meninas 🙂 amei o blog também. O ídolo Caco é um lindo e fofo. adoro o trabalho dele e a entrevista ficou foda 😀 <3 .
BEIJO,
@maahmusic