Falar da DC é falar de Marvel e vice e versa. O fã de uma pode até não gostar da outra, mas é necessário reconhecer sua grandeza e sua importância para a rival, pois uma inspirou a outra, desafiou, instigou, provocou e, até mesmo, ajudou. Tudo isso aconteceu por simplesmente existirem e isso no universo dos quadrinhos, pois no cinema, a DC tem um histórico de clássicos que a sua concorrente nem sonha. Superman de Christopher Reeve, Batman de 1989 ou até mesmo a recente e aclamada trilogia Cavaleiro das Trevas que ditou tendência de filmes de heróis mais realistas. Todas essas obras marcaram gerações e carregam uma importância histórica para a indústria pop.
Mas, isso ficou no passado e a DC viu a sua concorrente tomar a frente criando um universo interligado de filmes que culminam em crossover que nem o mais cético fã acreditaria. Com isso, a empresa detentora dos heróis mais conhecidos do mundo teve que tomar a frente na criação de um projeto que de início não pareceu muito organizado, mas bem corajoso.
Ainda com o DNA imposto pela trilogia criada por Christopher Nolan, a DC inicia seu DCEU com Homem de Aço em que, diferente do Superman de 1978, nos mostra um herói mais realista e com conflitos. Após isso, vemos o Superman enfrentando um herói que estava fresco em nossa mente devido a ter tido três filmes dele recentemente, Batman. E, foi aí que a empresa detentora dos maiores super-heróis da terra tenha começado a dividir crítica e público. Com um filme longo, sério demais para os padrões criados pela concorrente que vinha fazendo sucesso nasceu Batman v Superman: A Origem da Justiça.
Além de um Batman diferente do aparecido na trilogia, a DC arriscou e continuou por fazer em Esquadrão Suicida que também teve as opiniões afetadas devido a trilogia do Nolan. A DC começou a sofrer críticas devido a seus filmes geniais no passado, pois não havia uma pessoa que não comparava os personagens e diziam que “não era ele”, “destruíram o personagem”, e etc.
Então, devido às críticas, a empresa pareceu ceder um pouco a coragem em que foram criado os filmes Mulher Maravilha, Aquaman, Shazam, Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa e Liga da Justiça. Em que é evidente a segurança do estúdio na criação dos filmes em que tornaram os filmes coloridos e engraçados, padrão criado pela concorrente.
Mas a coragem parece estar no DNA da DC, pois mesmo na zona de conforto em que ela se colocou, surgiu Coringa. Uma proposta fora do caminho que o estúdio parecia trilhar e que tornou-se de imediato um jovem clássico premiado e que ficará na história, assim como os filmes antigos da empresa. E, agora temos o surgimento do Liga da Justiça: SnyderCut em que veremos o real filmes do diretor Zack Snyder que teve sua direção substituída devido a uma tragédia familiar. Além disso, também teremos a continuação do filme da Mulher Maravilha 1984, Aquaman e uma nova trilogia do homem-morcego.
Mesmo com críticas e comparações, a DC deve continuar seu universo compartilhado iniciado em Homem de Aço, pois cada filme lançado gerava debate, curiosidade, e prêmios. Pois, mesmo confuso e um tanto quanto criticado, os recentes filmes da DC já tem mais Oscars que o universo da concorrente e muito se deve a coragem de arriscar.
Seja criando novas versões de um mesmo personagem, quanto mudar a personalidade de algum herói que estava sendo retratado de forma x e agora será de forma y. Imaginar os infinitos universos em que em um o vilão quer apenas o caos e no outro ele é fruto de sua sociedade corrompida é o que torna esse DCEU uma mágica experiência, pois é necessário ter coragem para imaginar o que aquele personagem poderia ser se tivesse acontecido uma coisa diferente na vida dele do que aquela em que estamos acostumados a ver.
Afinal, não é disso que se tratas os heróis? De imaginar o inimaginável e ir além do que se pode ver? Mas, tudo tem que ter um começo, e recomeçar a contar essa história e fingir que não existe coragem para contar uma história sendo que sabemos que dentro das veias da DC o que mais existe é isso, coragem.