New York Times considera apresentação “tediosa” e “molenga”
Fãs de esporte e de música conhecem o impacto do Super Bowl na cultura pop:a final do campeonato da NFL é hoje o horário mais caro da televisão dos Estados Unidos – um spot de 30 segundos no intervalo do jogo custa US$2,5 milhões – para dar uma ideia de proporção, o spot de 30 segundos no intervalo da cerimônia de entrega do Oscar custa hoje US$1,9 milhão.
Consequentemente, ser convidado para performar no chamado Halftime Show, o “show do intervalo” do Super Bowl, equivale à consagração de qualquer carreira musical – prova disso é que já passaram por esses palcos nomes como Madonna, Paul McCartney, Rolling Stones, The Who, U2, Kate Perry, Justin Timberlake (quem era adolescente nos anos 2000 lembra dessa apresentação, por ter sido àquela em que Janet Jackson fez um dueto com Justin e acabou fazendo um topless acidental para a plateia), enfim, a lista é gigante!
Para essa edição, as expectativas estavam particularmente elevadas em decorrência da polêmica envolvendo o quarterback Colin Kaepernick, demitido após se ajoelhar no momento do hino nacional como forma de protesto contra o racismo em território norte-americano. A demissão serviu de estopim para que uma série de discussões sobre racismo eclodisse no país, culminando com a recusa de Rihanna e Jaz-Z de se apresentarem em campo, como forma de protesto contra a postura da NFL.
Pois bem, o Super Bowl foi ontem, e o resultado….bem…digamos que não foi o que críticos e fãs esperavam.
Maroon 5 no Super Bowl: as críticas
A performance do Maroon 5 pode ser resumida como cansada. Adam Levine desafina bastante do início ao fim do show, e a banda parece ter sido obrigada a se apresentar do jeito que somos obrigados a voltar ao trabalho numa quarta-feira de cinzas pós-carnaval. Acabou que as participações dos rappers Travis Scott e Big Boi foram os pontos altos da noite, e deveriam ter durado mais. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas nem “Moves Like Jagger” conseguiu dar um up na atmosfera. A questão racial? Bem, nada se falou sobre.
O crítico Jon Caramanica, que assina as resenhas de música pop para o New York Times, fez a seguinte consideração sobre o show:
“Em um ano em que o show do intervalo do Super Bowl se tornou um referendo sobre atenção à política, no qual a NFL se tornou o ponto de partida para conversas sobre justiça racial nos EUA, Maroon 5 foi uma escolha cinicamente apta(…) A banda não fez nada demais durante seus 13 minutos e meio no palco. Uma performance que foi tediosa, molenga, e que mereceu algo pior que ser ignorada: um ‘dar de ombros. (…).Foi uma performance sem qualquer essência de uma banda que perdeu sua autoridade moral – se é que ela algum dia teve autoridade moral para perder(…).Mas talvez para a NFL, que certamente queria que o show do intervalo fosse o mais banal possível, isso tenha sido uma vitória” finalizou.
Em resposta, Adam Levine publicou em seu perfil no instagram:
“Quando aceitamos a responsabilidade de nos apresentarmos no Super Bowl, peguei uma caneta e escrevi. Algumas das palavras que me vieram à cabeça foram exibidas pelas lanternas que voaram no estádio hoje. Agradecemos ao universo pela histórica oportunidade de nos apresentar em um dos maiores palcos do mundo. Agradecemos aos nossos fãs por tornarem os nossos sonhos possiveis. E agradecemos aos nossos críticos por sempre nos cobrar a fazer o melhor.”
Em suma, para o Maroon 5 teria sido melhor se os 13 minutos do Halftime show não tivessem existido.
Deu curiosidade de conferir a apresentação?Trouxemos ela pra você!