Por Jaqueline Oliveira*
A expectativa para que “Creed II” conservasse a glória dos clássicos de “Rocky Balboa” e sequência, era gigantesca. Afinal, superar uma franquia sobre superação, que não envolve apenas as cordas do ringue, mas vai muito além delas, seria um trabalho arriscado demais. E foi. Mas o resultado….
Uma das coisas mais legais em filmes sobre esportes é essa superação que, quase sempre, é base para o personagem principal. Desde superação física, mental, emocional, conflitos familiares… e presenciar isso dentro de um clássico, sem soar repetitivo, é de aplaudir. “Creed II”, com um elenco impecável, não supera seu antecessor, mas mantem o espírito da franquia, seu legado, ao passo que mostra o que de fato faz um vencedor.
Em sinopse, o filme apresenta “Adonis Creed”, filho do lendário “Apollo Creed”, entre obrigações pessoais e treinamento para a próxima grande luta, onde encara o desafio de sua vida: enfrentar um adversário com laços com o passado de sua família. “Rocky Balboa” está lá ao seu lado e, juntos, confrontam o legado que compartilham, questionam por que vale a pena lutar e descobrem que nada é mais importante que a família. Michael B. Jordan assume o manto do personagem “Adonis” de forma exemplar. Encara o desafio e dá um show na interpretação.
Depois de 40 anos, Sylvester Stallone reprisa o mesmo personagem, “Rocky Balboa”, pela oitava vez no cinema. Com todos os holofotes voltados para si, Stallone conquistou uma indicação ao Oscar de melhor ator por “Rocky – Um Lutador” (1976), que é base para Creed, com o personagem que havia criado, vivenciado, e com características pessoais, já que ele também é boxeador. O vínculo com o público foi imediato e emocionante. “Rocky” não é apenas um personagem de cinema, é uma marca para uma geração inteira e mais: é a personificação de um fictício na vida real. O astro foi ainda mais longe com “Creed – Nascido para Lutar” (2015), e recebeu sua segunda indicação ao Oscar como ator. Agora, no auge de seus 72 anos, o roteirista Stallone que é uma das quatro mãos que assina o roteiro de “Creed II” fortalece o elo com a série “Rocky”, trazendo de volta à cena o maior adversário físico de seu personagem: o russo Ivan Drago (Dolph Lundgren), de “Rocky IV (1985)”.
O filme nos deixa claro o que significou a derrota para Ivan Drago, o quanto abalou sua vida pessoal, e, agora, recebe a chance de dar a volta por cima com seu filho Viktor Drago, interpretado pelo, também, boxeador Florian Munteanu. A troca de olhares, os diálogos silenciosos entre Balboa e Drago são tão gratificantes, que traz a este reencontro a emoção envolta numa vibrante melancolia. Um presente para o espectador.
Creed II, não é apenas um filme sobre luta, sobre o boxe, mas sobre autoconhecimento e diretrizes que estão na jornada de qualquer competidor: necessário entender onde erra e melhorar. Se superar não só como lutador, mas como pessoa. É sobre não desistir e não, somente, vencer.
Caple Jr. dirige a partir de um roteiro original escrito por Stallone baseado nos personagens da franquia Rocky. O filme é produzido por Irwin Winkler, Charles Winkler, William Chartoff, David Winkler, Kevin King-Templeton e Stallone. Coogler, Jordan e Guy Riedel serão produtores executivos.
Ficha Técnica
Título | Creed II (Original) |
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Ano produção | 2018 |
Dirigido por | Steven Caple Jr. |
Estreia | 24 de Janeiro de 2019 (Brasil) |
Duração | 130 minutos |
Classificação | 14 – Não recomendado para menores de 14 anos |
Gênero | |
Países de Origem | Estados Unidos da América |
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