Por Jaqueline Oliveira*
“Entre em um universo onde mais de uma pessoa veste a máscara”. Foi com essa frase que a nossa imersão ao espetáculo Aranhaverso tornou-se possível e verdadeira. Já falei aqui (e muito) sobre esse filme que, na época, com as referências de trailers e rumores, faziam a nossa cabeça girar. No texto, publicado em junho do ano passado, sugeri algumas alternativas para o que estava assistindo e lendo sobre o projeto. Agora, a Jaqueline do passado – a que ansiava e, com entusiasmo, fazia os dedos trabalharem nas teclas para falar desta obra, mesmo sem muita certeza – volta para te informar que:
entre o passado/presente ou até mesmo futuro, existem dimensões que podem fazer as coisas tomarem outros rumos.
Falar que um dos pontos que mais chamaram a atenção no trailer foi a estética das HQs que está presente no filme e que, de acordo com o produtores, “pretende explorar os movimentos de câmera pouco usuais para uma animação, além de ter mais ação e aventura do que comédia”, foi um dos maiores acertos… Ou que o que restava era aguardar pelos próximos capítulos e assistir, a que prometia ser “a melhor animação de todos os tempos”, com certeza foram alguns dos caminhos que se mantiveram firmes nas entrelinhas das dimensões do tempo.
Agora, ter dito que Morales encontra o Parker “oficial” (do universo Ultimate 616 – que é o regular), além de ter o morto (do Ultimate 1610 – universo paralelo), todos juntos, numa outra realidade da Nova Iorque, foi um dos chutes mais complicados. Complicado porque toda a história que envolve Homem-Aranha possui variadas origens do personagem. O que Aranhaverso fez foi juntar algumas, numa magistral direção que executou muito bem um roteiro pronto para alcançar os corações dos fãs do amigo da vizinhança mais conhecido, e que chega em dose máxima, não apenas com um Aranha na tela, mas seis.
O QUE ACHAMOS: Homem-Aranha no Aranhaverso não é um filme sobre um super herói querer ser super, mas é sobre a quase desistência de um, e o nascimento de outro. Um nascimento nada convencional: não existem pais mortos ou revanche, só o que é. E o que é parece não ser: o desconhecido que é conhecido, o real que é irreal e o novo que não é tão novo assim, mas diferente, vindo de outro lugar. É o melhor filme de super herói, considerando adaptação de quadrinho para cinema.
Aranhaverso traz um roteiro que fez dar certo a interação entre os seis personagens principais da história. A direção, como dito antes, fez tudo funcionar muito bem – sem exageros ou pontas soltas, com sutileza e, ao mesmo tempo, grandeza. A trilha, nem se pode contar – referências de um contexto social vivido por Morales. Já o Morales, meu Deus! Que Aranha, senhores! Tenho certeza que a proximidade e conexão com ele não vai demorar muito quando o conhecerem. Vamos falar de animação? Os gráficos não desapontam ao manter as características de cada Aranha. O Spider Ham, por exemplo, traz os detalhes de cartoon. Já o Noir Spider garante sua nobreza e personalidade, vindo em preto e branco, tal como é. O filme todo traz a sensação tridimensional e afins, mesmo assistindo em 2D. Perceberam? É sensacional.
Outro ângulo, por Guilherme Batista
Globo de Ouro e Oscar
Com a direção de Peter Ramsey, Bob Persichetti e Rodney Rothman e roteiro de Phil Lord e Chris Miller, dupla responsável pela comédia Anjos da Lei e a animação Uma Aventura LEGO, Homem-Aranha no Aranhaverso já levou pra casa um Globo de Ouro por “Melhor Animação” – como tinha antecipado, e foi, hoje, indicado ao Oscar 2019, também na mesma categoria.
Então, quer uma dica? Vá assistir ao filme que, com certeza, será uma de suas melhores escolhas deste ano que só está começando. Ele já está em cartaz por todo o Brasil.
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