Por Carolina Costa
Muitas histórias de amor no cinema têm finais comuns: o casal vivendo felizes para sempre, apesar das dificuldades. Em A Vida em Si, que estreia hoje nos cinemas, a ficção é o mais próximo da realidade possível. Dan Fogelman, diretor e roteirista do filme, também criador da série americana This is Us, traz para às telonas o seu método de sucesso que parece infalível: falar da vida como ela é.
A trama começa mostrando a história de amor entre Will (Oscar Isaac) e Abby (Olivia Wilde). Ele começa narrando para a sua terapeuta como tudo aconteceu. Uma tragédia marca a vida do casal, que estava prestes a ter um bebê. Essa tragédia conecta todos os fatos e pessoas do filme. Dividido em cinco capítulos, o longa se estende para contar como cada personagem ali tem uma conexão e como a vida deles se encontram. Porém, o capítulo sobre a filha do casal, Dylan (Olivia Cooke), não é muito aprofundado e os fatos passam muito mais rápidos do que nos capítulos seguintes dos outros personagens. As partes sobre a família e futuro marido de Dylan, por exemplo, são bastante extensos e detalhados.
Confira o trailer!
https://www.youtube.com/watch?v=jizKmpTxc_U
As primeiras cenas são um pouco desconectadas do restante do filme, pois ele apresenta logo de cara um rapaz de vinte e poucos anos que o Will conheceu quando foi internado. O mesmo nunca mais aparece durante o filme, o que faz com que seja uma primeira cena um pouco sem sentido e distante dos outros personagens. Contudo, ela ilustra a teoria da personagem Abby, para um mestrado da faculdade, que diz que os narradores das histórias não são confiáveis, pois eles conduzem a história de uma maneira que faz com que fatos inesperados aconteçam, sendo o narrador não confiável a própria vida. Nessa primeira cena, temos como o narrador o ator Samuel L. Jackson, que faz uma pequena participação no elenco do filme. Outro astro que dá vida a um dos personagens é Antonio Bandeiras, um milionário dono de vastas terras na Espanha. Como a vida dessas pessoas se encontram é o ápice do longa.
No que diz respeito a trilha sonora do filme, Bob Dylan é o grande astro. A protagonista Abby é fã do álbum Time Out Of Mind, lançado em 1997, e as músicas do artista integram todo o filme e até dá nome a filha do casal: Dylan. Entre Love Sick, Not Dark Yet e Trying To Get To Heaven, a canção Make You Feel My Love é a que faz parte de todos os momentos cruciais da história. Com diversas versões já gravadas, entre elas de Billy Joel e Adele, a letra fala sobre ser capaz de tudo para amar alguém incondicionalmente e fazê-la sentir esse amor, independentemente de qualquer obstáculo e dificuldade.
Em uma das cenas em que Will está contando para a sua psicóloga sobre a história de vida de sua esposa Abby e como os pais dela se conheceram, ele descreve que cada detalhe do encontro deles, fez com que ela nascesse, crescesse e que eles se conhecessem. Nas palavras do personagem “é estranho como um momento tão aleatório, poderia moldar toda a minha vida”. Em seguida, sua psicóloga pergunta se ele está grato que esse momento tenha acontecido. É incrível que mesmo momentos devastadores da vida são destinados, por alguma razão, a acontecer para que o futuro seja escrito da forma que deve ser.
A Vida em Si nos mostra o quanto somos frágeis, o quanto nossa vida está no momento agora e que em fração de segundos ou detalhes que parecem aleatórios, tudo pode mudar. A vida de Abby e Will pode ser a de qualquer um de nós e, claro, essa é a proposta do filme, sugar nossas emoções nas tragédias e “coincidências” da vida, nos incentivando, mesmo que indiretamente, a aproveitar cada momento, cada pessoa amada e cada detalhe do dia, pois a vida é feita para ser vivida. A Vida em Si estreia hoje nos cinemas e não há como sair da sessão sem derramar uma lágrima.
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