Resenha crítica de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald

Por Jaqueline Oliveira com colaboração de Bruna Camilo*

A frase “Não sei o que dizer, só sentir” nunca fez tanto sentido quando Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald chegou ao fim. A expectativa para este longa ultrapassava a marca: “alta”. Os fãs de carteirinha e admiradores já estavam, há um tempo, elaborando ideias e teorias sobre como seria e quais as relações com o universo de Harry Potter apareceriam neste filme, principalmente em razão da história não ser conhecida. O que sabemos de Animais Fantásticos é o que temos no cinema, diferente de HP que temos base literária. E, olha, é preciso dizer uma coisa: surpreendente.

O segundo de uma franquia de cinco filmes, que fazem parte do Mundo Mágico de J.K Rowling, nos deixa ainda mais ansiosos pela continuação, o que reforça a ideia que este seja o objetivo. Em sinopse, no final de Animais Fantásticos e Onde Habitam (primeiro longa), o bruxo Gellert Grindelwald (Johnny Depp) foi capturado pelo MACUSA (Congresso Mágico dos Estados Unidos) com ajuda do Mazoologista Newt Scamander (Eddie Reymayne). Mas, como prometido, Grindewald conseguiu fugir da prisão para se reunir com seus seguidores e conseguir a dominação dos No-Maj (não mágicos/trouxas) pelos bruxos de puro sangue.

FOTO: divulgação

O enredo dos cinco filmes foi, finalmente, apresentado com esse lançamento: o bruxo das trevas que não quer mais se esconder e manter em anonimato o mundo bruxo. E para conseguir o que quer, não vai revelar suas reais intenções na hora de conquistar novos seguidores e ir atrás de Credence (Ezra Miller), o Obscurial que havia supostamente morrido no filme anterior.

Grindewald acredita que Credence é a chave para ajudá-lo a conseguir seu objetivo, por isso com sua fuga, Dumbledore pede ajuda a Newt para encontrar Credence antes que as trevas o alcance. Além desta trama principal, temos também tramas secundárias, em paralelo, a relação de Newt com seu irmão Theseus Scamander (Callum Turner), com Tina Goldstein (Katherine Waterson), com Leta Lestrange (Zoë Kravitz), Queenie (Alison Sudol) e Jacob Kowalski (Dan Fogler). Há muita história em 2 horas e 14 minutos de filme, mas tudo vai se amarrando, se construindo e fazendo sentido até a última cena. Confira o trailer!

O que achamos?

Como já expressado na terceira linha deste texto, o filme é surpreendente. E justamente, por esta razão, é que pode ser considerado uma experiência única, mesmo conhecendo tanto do universo mágico da J.K. Rowling. A história é contada utilizando-se de todas as ferramentas possíveis para prender a atenção do expectador. Um dos exemplos é a primeira cena, que já te domina e te insere no universo que está na tela. Há uma conexão que vai além da experiência do cinema. Você sente o filme e as emoções de todos os personagens e até mesmo do tempo/cultura/local que o filme é passado.

As imagens são pra lá de especiais e emotivas, o que deve-se aos efeitos de qualidade. Todas as características imagéticas dão a impressão de terem sido desenhadas para passarem a sensação que passam. O impacto da composição geral do filme, desde roteiro, imagem, personagens, é tão característico do mágico que é impossível não se sentir mágico. O filme nos leva a isso.

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Já em contrapartida há desconexos que geram desconfortos. Por nesta sequência, termos subtramas e diversos enredos,  a sensação que dá é que alguma coisa do título do filme ou do protagonista não está bem encaixada. O objetivo foi apresentar Animais Fantásticos, além deles, até porque a presença dos próprios animais não é tão forte como no primeiro longa – a não ser em algumas tomadas que a atenção está só neles (talvez uma artimanha para aliviar esta “falta”) – o que pesa na análise geral. Newt, protagonista, com toda história apresentada sob sua perspectiva, em alguns momentos, também se perde, mas há justificativa. Considerando que o longa vá nos induzir a um novo universo dentro daquele que já conhecemos, os ângulos irão mudar à medida que novas tramas entram. Dado o mesmo modelo com a sequência de Harry Potter nos cinemas, quando, a cada filme, o personagem e o desenvolvimento da narrativa, com subtramas, ficavam, cada vez mais, sazonados.

Outro detalhe que eleva ainda mais a qualidade do longa é o elenco e a performance de cada um. Jude Law como Dumbledore é tão bom que se sente a áurea do personagem nele. Johnny Depp também não desaponta, em mais um papel excêntrico, mesmo que em, alguns momentos, a essência de um Grindelwald completamente mal não venha à tona. Resultado de uma certa conexão das entrelinhas da relação de Grendelwald e Dumbledore, e da falta de motivação (pelo menos não foi apresentada neste projeto) do antagonista.

FOTO: divulgação

Com referências ligadas ao que já vimos nos livros e filmes de Harry Potter, e uma visita à Hogwarts, não tem como prever o que pode acontecer. Muito do que acontece, dificilmente passa pela cabeça de quem está assistindo ao filme, até mesmo de quem é potterhead de carterinha.

O que temos é um filme cheio de expectativas, que está se construindo nas telonas e, por esta razão, apresenta novos personagens e enredos, mesmo deixando os principais, em alguns momentos, em segundo plano, e que surpreende ao dar o norte para as próximas etapas. Surpreendente, maduro e em desenvolvimento. Mais uma vez, a produção não deixou a desejar, levando os potterheads e admiradores a uma viagem perfeita e real ao mundo mágico.

 

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é dirigido por David Yates, a partir de um roteiro de J.K. Rowling. O filme é produzido por David Heyman, J.K. Rowling, Steve Kloves e Lionel Wigram. Tim Lewis, Neil Blair, Rick Senat e Danny Cohen são produtores executivos.

O filme reúne o time criativo do primeiro “Animais Fantásticos”, incluindo o diretor de fotografia vencedor do Oscar Philippe Rouseelot (“Nada é Para Sempre”), o designer de produção vencerdor de três Oscars Stuart Craig (“O Paciente Inglês”, “Ligações Perigosas”, “Ghandi”, franquia “Harry Potter”), a figurinista vencedora de quatro Oscars Colleen Atwood (“Chicago”, “Memórias de uma Gueixa”, “Alice no País das Maravilhas”, “Animais Fantásticos e Onde Habitam”), e o editor de longa data dos filmes de Yates, Mark Day (últimos quatro filmes “Harry Potter”). A trilha é do compositor indicado a oito Oscars James Newton Howard (“Um Ato de Liberdade”, “Conduta de Risco”, franquia “Jogos Vorazes”).

Com estreia marcada para 15 de novembro de 2018, o filme será distribuído mundialmente em versões 2D e 3D, em salas selecionadas; e IMAX, pela Warner Bros. Pictures.

Agora só nos resta saber o que vocês irão achar e quais serão as teorias… há boatos de que o próxima se passará aqui no Brasil!! O que acham?

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Post Author: Jaqueline Oliveira

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