Suicídio, solidão e relacionamentos são abordados na minissérie de 6 capítulos
Eaí o Netflix lançou mais uma série japonesa: Switched chegou à plataforma de streaming mais popular do Brasil em meados de agosto. Como assistimos Re:Mind e curtimos (aliás, se você ainda não viu, pode conferir nossa resenha aqui ), decidimos maratonar para contar a vocês o que rola!
Switched – para você que só quer uma sinopse
Imagine que você, no ápice da alegria juvenil dos 16 anos, finalmente recebe aquela declaração de amor do seu crush de longa data e, minutos antes do primeiro encontro tem seu corpo trocado com a menina mais zoada da escola – que leva numa tacada só sua família, seus amigos e seu namorado. Pois sim, é isso que acontece com Ayumi Kohinata (Kaya Kiyohara) em Switched. Começa então uma situação desesperadora de gato e rato envolvendo Ayumi, a colega-Usurpadora Zenko Umine (Miu Tomita), o namorado Koshiro Mizumoto (Tomohiro Kamiyama) e o bff gracinha Shunpei Kaga (Daiki Shigeoka) – Fun Fact: Kamiyama e Shieoka são membros da banda de música pop japonesa Johnny’s West.
Fun Fact número 2: não é a primeira vez que Kamiyama e Shieoka estrelam uma produção televisiva juntos – os dois estão em Blazing Transfer Students, série infantil estrelada por toda a banda.
A trama (de Switched, já paramos de falar de BTS, rs) é baseada no mangá “Sora wo Kakeru Yodaka“, escrita por Shiki Kawabata, de maneira que muitas vezes o ritmo e a atuação dos personagens pode causar alguma estranheza a quem não esteja acostumado com produções japonesas.
Switched – com direito a alguns spoilers
Antes de mais nada, vale lembrar que se trata de uma trama adolescente, de maneira que não tem muito como escapar de alguns clichês comuns do gênero – encontramos a dualidade garotos populares versus losers tanto em filmes de High School norte-americanos quanto em Malhação, e Switched não foge à regra. Ainda assim, a série ganha muitos pontos por tratar de um tema clichê (a troca de corpos) fugindo da abordagem cômica tradicional do tema através de uma pegada mais dramática, que aborda aspectos como a solidão de Umine, a perseguição sofrida dentro e fora da escola e o apego excessivo das pessoas à aparência – atributo que está longe de ser diretamente proporcional à felicidade.
Outro aspecto interessante abordado em Switched é o impacto devastador que essas agressões externas podem exercer em nossa personalidade, já que em determinado momento da trama temos Ayumi no corpo de Umine sendo mais popular que a colega ladra de corpos (para desespero da rival). A explicação é simples: a criação em um lar estruturado e a rotina rodeada de colegas garantiram à protagonista uma personalidade amorosa, confiante e despreocupada, ao passo que Umine não conseguiu exorcizar de sua alma o abandono paterno e os maus tratos maternos com a mudança de identidade, fatores que obviamente contribuem para seu temperamento inseguro e explosivo e para seu afastamento progressivo dos colegas.
O show têm diversas reviravoltas, algumas das quais um tanto quanto mal explicadas, que muito embora acabem resvalando no clichê do triângulo amoroso que já é um pouco enjoativo, têm seu mérito por impedir que seja uma daquelas séries cujo final adivinhamos na metade do primeiro episódio…quer dizer,eu achei que tivesse adivinhado, então mudei de ideia, depois mudei de novo, depois achei que tinha acertado,enfim…creio que deu pra entender, rs.
Outro ponto alto de Switched é que a história inteira se desenvolve em 6 episódios, que conferem à narrativa um ritmo bacana – mais que isso, teríamos alguns fillers que levariam muitas pessoas com menos paciência a abandonar a série.
Em suma, se você procura um drama filosófico, pero no mucho, com uma pitada de romance adolescente, essa é a série para você maratonar no fim de semana!