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Homem-Formiga e a Vespa: resenha crítica

Imagem - divulgação

Por Jaqueline Oliveira

Apresentado como o primeiro filme dos estúdios Marvel a trazer uma mulher como protagonista, o longa Homem-Formiga e a Vespa até acerta em alguns aspectos neste quesito, mas se atrapalha  em outros. Considerando que a proposta, desde o primeiro filme da sequência, é trazer o personagem dos quadrinhos de um jeito mais sutil, ele acaba entrando naquela fórmula que se pode prever como será o final, mesmo atentando-se ao fato de que os fãs do Universo Cinematográfico Marvel sempre esperam o impossível. O que, neste caso, foi bem previsível e um pouco fora da expectativa que geralmente é o destaque dos filmes Marvel – muito pelo fato de ser uma produção menor, em comparação aos grandes títulos do UCM.

Sim! A Vespa entra como protogonista que até, em alguns momentos, brilha mais que o Homem-Formiga. A Vespa ou Hope Van Dyne é habilidosa e cheia de confiança, além de ser apresentada como fator crucial para que o desenrolar da trama siga na direção que o roteiro aponta. Como vimos no final do primeiro filme, a Hope finalmente herdou o uniforme da Vespa e rapidamente convence de suas capacidades e motivações. Já o Homem-Formiga ainda possui em sua característica o aspecto de parceria, num tom que combina uma ligação mais familiar (muito pela relação com a  filha) e com um humor um tanto infantil, onde o personagem se encarrega de ser o bobo e atrapalhado, trazendo com maestria boa parte das cenas de comédia.

Homem-Formiga e a Vespa é um filme que parece ter o objetivo principal fazer rir. Com grande número de piadas envolvendo o grupo de amigos do herói (que foi apresentado da mesma forma no filme original), as cenas de comédia são estendidas, dando a entender que são elas as mais importantes e não a trama principal que se segue “de fundo”. Ao passar uma cena com ação, automaticamente o expectador, espera, em seguida, uma situação cômica, por já estar envolvido no método que o filme apresenta: a comédia como um elemento de ligação das situações que os heróis enfrentam.

Outro detalhe que deixou a desejar é a não valorização dos antagonistas. Talvez por depois de nos depararmos com a magnitude de Thanos ou de Erik Killmonger (de Pantera Negra), é difícil não gerar comparações. Os antagonistas são deixados num aspecto preguiçoso e sem muitas motivações. Por exemplo, a motivação de Fantasma (a antagonista da trama principal) é a vingança.

Imagem – divulgação

Um pouco diferente das HQs, ela se mostra genérica e birrenta. Os diretores chegaram a definir que a personagem não é uma vilã de fato, e dá até apara entender isso ao ver o filme – portanto deixa muito a desejar apresentar uma vilã que não é uma vilã. Já Sonny Burch e seus capangas ficam como antagonistas secundários, que, simplesmente dão mais problemas e obstáculos para os heróis, nada além.

Apesar disso, um detalhe (que não deveria ser detalhe, mas que acabou ficando como parte da “ambientação da história”) que Homem-Formiga vem apresentando desde o primeiro filme, pode ser a saída para o futuro do Universo Cinematográfico Marvel, prometendo assim, ser o componente para que todas as histórias se entrelacem: o reino quântico!

P.s.: aí sim, podemos nos perguntar onde estava o Homem-Formiga quando o Thanos “destruía” tudo e qual o papel dele nessa história. Algumas teorias e rumores afirmam que ele ‘não tem nada a ver e que não pode influenciar em nada no que aconteceu em Guerra Infinita’, mas será mesmo?

Vamos aos fatos de Homem-Formiga e a Vespa!

Antes de tudo, é bom começar parabenizando a Marvel por tanta competência e ousadia ao longo destes 10 anos! Com uma década de lançamentos de filmes, ela consegue seguir com sua proposta inicial de apresentar seus super-heróis de formas particularizadas, dentro de contextos gerais e que podem, de alguma forma (a morte aqui não tem espaço, pois a Marvel também tem o poder da ressurreição), conectar tudo e permanecer com sua proposta de qualidade.

Agora, voltando para o filme, é preciso entender o tempo em que história se passa. O filme começa dois anos após Scott Lang – Homem-Formiga (interpretado por Paul Rudd) ter sido preso, condenado por ajudar o Capitão América e ter quebrado o Tratado de Sokovia. Scott aceita um acordo para cumprir sua pena em prisão domiciliar para ficar perto da filha. Mas a sua decisão não só acarretou problemas para ele, como também para Hank Pym (interpretado por Michael Douglas) e para a Hope Van Dyne (interpretada por Evangeline Lilly), que são forçados a viver como fugitivos da lei.  Restando apenas três dias para finalizar a pena e sair de casa, Scott tem um sonho estranho com Janet Van Dyne (interpretada por Michelle Pfeiffer) – a Vespa original, mãe de Hope e esposa de Hank, que se perdeu no mundo quântico há 30 anos. Scottt, então, precisa voltar a ativa quando Hank e Hope precisam de sua ajuda para resgatar Janet, e é justamente aí que o filme se divide em várias tramas. O trio precisa fugir de um traficante (Sonny Burch, interpretado por Walton Goggins) que quer vender a tecnologia de Han no mercado negro, enquanto tem que lidar com uma ameaça que quer acesso ao reino quântico (a Fantasma, interpretada por Hannah John-Kamen) uma das antagonistas da história , enquanto Scott precisa fugir dos agentes do FBI para não prejudicar a sua prisão domiciliar.

Conclusão?

Homem-Formiga e a Vespa é divertido e para família. Depois do último Vingadores, ainda estamos em processo de recuperação, que o torna um grande alívio [ou não]. É um filme que estabelece um tom natural, em meio a comédia que tantos criticam na Marvel e seus filmes com doses de humor. Aqui o tom cômico acaba sendo inofensivo, mesmo não acertando ao ser o fator principal – que acaba o fazendo perder alguns pontos. Porém, traz em sua essência a resolução do primeiro filme e tenta resolver a equação de ter importância, na falta dela, o que só consegue com a primeira cena pós-crédito (E QUE CENA!!!). É justamente nesta cena que as teorias sobre a conexão com o que aconteceu com a trupe de Thanos e com os pequenos heróis finalmente se torna possível e acaba dando a importância que tanto faltava.

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