Marvel acerta em cheio mais uma vez em roteiro com piadas sobre DC e referências criativas a outros filmes da franquia
Assistir Deadpool 2 é uma experiência revigorante – saí do cinema achando a vida mais divertida e valiosa, um contraste gritante em comparação com meu estado de espírito ao deixar o cinema depois de Vingadores – Guerra Infinita (é impossível não comparar as duas experiências, dado o curto intervalo entre o lançamento dos dois títulos).
Obviamente, a proposta dos dois filmes é bastante diferente – se em Guerra Infinita, havia uma demanda grande por parte do público e dos fãs de quadrinhos por um filme que aprofundasse a narrativa iniciada há uma década, com o lançamento do primeiro Homem de Ferro, em 2008, em Deadpool 2 temos a busca pelo entretenimento da forma o mais provocativa, despretensiosa e politicamente incorreta possível, e é exatamente por isso que o filme é tão delicioso.
Deadpool 2 – a parte sem spoilers
O filme começa com a história de Deadpool logo depois do primeiro filme, com sua consolidação como o mercenário mais famoso do Universo Marvel, e da repercussão que essa carreira traz para nosso mutante falador favorito. O desenrolar da fama se dá, de fato, com a chegada de Cable, mutante do futuro que tem um objetivo bem claro – eliminar Russel, adolescente orfão que aparentemente é responsável por muito babado e confusão nas décadas que estão por vir.
A atuação de Josh Brolin como Cable é mais uma razão pela qual não tem como não comparar o filme com Guerra Infinita – já que acabamos de ver o cara na pele de Thanos, o grande vilão. Brolin brilha na pele de Thanos, e entrega o arroz com feijão do homem machão em Deadpool 2 – deu pra ver que o personagem deste último exigiu menos performance dramática do ator, cujo Cable chama mais a atenção pela boa forma e por uma ou duas frases de efeito (“Dubstep is for pussies”) do que pelo apelo do personagem em si.
Os efeitos especiais são sensacionais, o que empresta às cenas de violência um caráter ainda mais chocante – de fato, não é algo apropriado para crianças, apesar das reclamações sobre a censura do filme, que também são satirizadas no filme, com direito a uma referência à classificação indicativa de Logan.
Entretanto, é o roteiro que mais chama atenção em Deadpool 2, tanto pelo ritmo quanto pela sagacidade das falas e das sátiras, capazes de fazer rir mesmo nos momentos de maior violência e dramaticidade.
Prepara pros Spoilers (se você quer ser surpreendido pelo filme, pare a leitura por aqui)
As participações especiais de Deadpool 2 são um motivo à parte para se assistir o filme – e se você não prestar MUIITA atenção, ou assistir duas vezes, vai perder alguma com certeza: tem Terry Crews, Matt Damon, Brad Pitt e Bill Skarsgard, para citar alguns.
As cenas finais também valem atenção especial (ou seja, não pense em sair do cinema antes de assistir tudo) – a última cena, com direito a uma viagem no tempo e à correção de inúmeros erros do passado acaba mudando o princípio fundamental que move a trama, a ponto dos produtores do filme, Rhett Reese e Paul Wernick, terem comentado em uma entrevista concedida ao portal Cinema Blend:
Então nós invalidamos todo o filme. Bom trabalho! É como se disséssemos para todos ‘Você nem precisava estar aqui por duas horas, porque está tudo resolvido!’. Mas, sim, nós queríamos ao menos deixar uma possibilidade para Vanessa e Peter.
Fonte: Jovem Nerd
Deadpool 2: Desdobramentos conspiratórios
Depois dessa revelação, teorias conspiratórias começaram a bombar a internet, havendo, inclusive, a possibilidade de Vanessa aparecer no próximo filme na pele de Gwenpool, personagem nascida na saga das Guerras Secretas que age inescrupulosamente por achar que está em um universo ficcional – houve, inclusive, uma edição especial dos quadrinhos em que ela e Deadpool se encontram!
Outro desdobramento que os fãs aguardam ansiosamente diz respeito à origem de Cable – para quem não sabe, nos quadrinhos ele é filho do Ciclope com um clone da Jean Grey, ou seja, é possível que esse passado seja trabalhado nos próximos títulos da franquia.
Nota: 5