Neste fim de semana chega a SP e é possível conferir de pertinho a maior mostra de arte contemporânea africana já produzida no Brasil. A exposição “Ex Africa”, traz à capital nomes que se destacam na cena artística atual, cujas obras revelam a história e o novo momento do continente que, ao mesmo tempo em que tenta se reconstruir da ferida causada por séculos de tráfico negreiro e de colonização, volta a expandir as suas cores e cultura para outras fronteiras.
E pela primeira vez o CCBB SP apresenta um grande e essencial panorama da arte contemporânea do continente e da identidade da África moderna, marcada por uma diversidade de encontros culturais e interações, por processos de intercâmbio e aculturações, através da recente produção de artistas, vindos de 8 países africanos. Assim, os trabalhos aparecem divididos em quatro eixos: ‘Ecos da História’, ‘Corpos e Retratos’, ‘O Drama Urbano’ e ‘Explosões Musicais’.
Reunindo duas dezenas de nomes que chamam atenção internacional, mas que são pouco conhecidos no Brasil, além de dois artistas afro-brasileiros, a exposição, Ex Africa – que já levou mais de 200 mil pessoas ao CCBB do Rio –, traz à sede paulista, obras de 16 nomes da arte contemporânea do continente africano com superprojeção no cenário internacional, como Omar Victor Diop.
A exibição é composta por mais de 80 obras, entre pinturas, esculturas, instalações, vídeos e performances, com espaço privilegiado para a fotografia. “A fotografia talvez seja, ao lado da escultura, o grande destaque da arte africana atual, sobretudo, na África do Sul, cujos fotógrafos, ao meu ver, estão entre os mais originais do mundo”, afirmou o curador alemão Alfons Hug. Ele trabalhou no Brasil por mais de 15 anos e em países africanos, por quatro anos.
No Sábado, dia 28 de abril, às 11h – Performance de Jelili Atiku, “Alaagba” a mostra conta com uma performance e instalação do artista nigeriano Jelili Atiku, que integra a exposição Ex Africa. Com referências diretas à ética da religião, valores e prática de Egungun, o tema da performance é reabrir e revisitar discussões sobre a questão da descolonização da África, através de processos performativos de etutu (rituais) de limpeza. Atiku leva o público para um passeio ao ar livre e convida o espectador a acompanhá-lo neste caminho, que é concluído em sua sala dentro da exposição.
Já no Domingo, dia 29 de abril, às 15h, Alfons Hug, curador da exposição, discute a produção artística e os caminhos entre Brasil e África, juntamente com um artista convidado, passando pelos desafios e aproximações entre ambas as nações no mundo contemporâneo.
“A exposição acontece num momento em que a herança africana volta a estar em evidência”, destaca o curador. Parte da sociedade cobra a criação de um museu para discutir a diáspora e a herança africana, além de salvaguardas para o Cais do Valongo, o maior porto de desembarque de africanos como escravos na América Latina. O local foi declarado patrimônio da humanidade pelas Nações Unidas no ano passado.
Serviço – Ex Africa
Onde? Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo.
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro – (11) 3113-3651.
Quando: De 28 de Abril a 16 de Julho.
Horário: de 9h às 21h.
Maiores informações no Site.
OBS.:
Entrada Gratuita, com a retirada de senha a partir de 1 hora antes do início.
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