Logo no início, dá para notar que Circonjecturas, criada por Rafael Silveira, não é uma exposição convencional. Na entrada, dando boas-vindas ao público, há uma escultura de um monstro com dentes de piano. Quando tocadas, as teclas realmente emitem sons, mas eles são condizentes com o que sairia da boca de um bicho como aquele: não são notas, são grunhidos estranhos.
Ao adentrar na exposição, que tal começar pela porta da esquerda? Essa é a orientação da segurança local. Mas tenha cuidado: a obra pode provocar sensação de tontura em pessoas sensíveis a estímulos. O alerta está em uma placa e, de certa forma, aguça a curiosidade, mexe com os sentimentos.
Universo paralelo
A primeira sala de Circonjecturas é escura, parece um corredor largo e é bem diferente do ambiente que surge depois. Nela, há a imersão em um lugar com flashes de luzes, música e círculos coloridos, na parede, que giram e param. A sensação provocada por todos esses elementos juntos é diferente, mas prepara bem os visitantes para o tipo de arte que vem a seguir.
Salão principal
A exposição acontece em apenas duas salas, mas o segundo espaço, que pode ser chamado de salão principal, é suficiente para revelar um mundo totalmente pop, curioso e divertido. Nele, a cor predominante é o rosa, que está nas paredes, nos suportes e nas variadas obras lá encontradas, mas há também uma mistura de tons bem alegres.
O interessante é que Circonjecturas não apresenta apenas um tipo de arte. Ela tem esculturas, vasos de plantas, armário, livro e até bordados.
Há ainda muitas pinturas a óleo com desenhos surreais e impressionantes tanto pelas cores quanto pela combinação de figuras. Afinal, alguma vez você já viu animais saindo da cabeça de um homem? Para Rafael Silveira, isso faz parte de um “Infinito Retangular”, nome dado a um de seus quadros.
Aliás, os nomes das obras dessa instalação também são interessantes e revelam muito do que o artista tem a dizer. Diferentemente do que acontece em muitas exposições, nessa, até o que se lê é curioso e, por vezes, faz rir.
O sorvete derretido de Circonjecturas
É também no Salão Principal que o público pode interagir um pouco mais, pois lá está o destaque da exposição: o sorvete derretido. Ele é uma espécie de sofá, no qual o visitante pode se sentar e curtir um momento de descanso em meio a um universo de pinturas e obras inusitadas.
O comum não existe em Circonjecturas. Por isso, essa é uma exposição para quem gosta ou quer conhecer novas artes. Você vai ouvir música, redescobrir o efeito das sombras e se surpreender com a simplicidade que algumas obras podem ter.
Serviços
Duração da exposição: até 6 de maio
Local: FIESP – Av. Paulista, 1313 – São Paulo
Horário: de terça-feira a sábado, das 10h às 22h | Domingo, das 10h às 20h
Valor: entrada gratuita
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