Pantera Negra bate bilheterias nos EUA + curiosidades e referências

O mais caro dos filmes recentes da Marvel, segundo o produtor do estúdio, Kevin Feige, em entrevista à Vulture (site do universo pop da revista New York), é considerado o melhor da história do estúdio. Pantera Negra está há mais 3 semanas, desde seu lançamento, em evidência no que diz respeito ao universo geek. Ditando respeito, tolerância, empoderamento e representatividade social e política, o longa se destaca e ultrapassa as bilheterias de Mulher-Maravilha e Toy Store 3 nos EUA.

Além de explorar as raízes da natureza em uma era tecnológica, Pantera Negra carrega a responsabilidade ao apresentar o primeiro super-herói negro e, com isso, selecionamos curiosidades e referências do filme e da história do herói. Confira!

Curiosidades sobre Pantera Negra

*As lutas foram baseadas nas artes marciais africanas, com inspiração das cenas de ação dos filmes Creed: Nascido para Lutar, a sequência de Kingsman, além de O Poderoso Chefão e da franquia James Bond;
*É o 18º filme da Marvel Studios para o Universo Cinematográfico da Marvel.
*O nome Wakanda foi inspirado de uma tribo do Kênia chamada Wakamba.
*Wakanda foi citado em Homem de Ferro 2 (2010), como uma localização.
*O elemento mais popular da nação de Wakanda é sua reserva gigantesca de vibranium, um raro e indestrutível metal que criou o escudo do Capitão América. Mas o que pouca gente sabe, é que o vibranium é alienígena e só chegou a Wakanda graças a um meteoro que caiu há muio tempo por lá.

O filme

O longa-metragem atingiu 97% de aprovação pelo site especializado “Rotten Tomatoes”, o maior agregador de críticas mundial. É a mais alta aprovação registrada para um filme da Marvel e também da DC. Com relação a todos os filmes de super-heróis, empata com “Os Incríveis”, da Disney. A melhor marca para um filme da Marvel era 94% (“Homem de Ferro”), mesma aprovação de “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, da DC.

Em pesquisa divulgada na semana passada, o longa soma agora US$ 421 milhões na arrecadação doméstica, contra US$ 415 milhões da animação da Pixar e US$ 412 milhões do filme da DC. O valor também coloca o filme como a 20ª maior arrecadação de todos os tempos no país, posição que deve subir nos próximos dias, já que os outros longas da lista são O Rei Leão (US$ 422 milhões), Piratas do Caribe: o Baú da Morte (US$ 423 milhões) e Jogos Vorazes: Em Chamas (US$ 424 milhões), que contam com números próximos.

Vilão

O filme, aclamado pela crítica, não se preocupa em explicar, o tempo todo, o que está acontecendo ao expectador. Com ótima construção de linha de raciocínio, apresenta o maior vilão dos estúdios Marvel. Diferente dos outros, Erik Killmonger carrega maturidade e complexidade que justifica a sua motivação e o que defende.

Considerados para interpretar o rei T’Chala

Adewale Akinnuoye-Agbaje, Anthony Mackie e Djimon Hounsou foram considerados para o papel de T’Challa, mas todos os três acabaram interpretando outros personagens da Marvel: Agbaje foi Algrim/Kurse em Thor: O Mundo Sombrio (2013), Mackie foi Sam Wilson em Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014) e Hounsou foi Korath em Guardiões da Galáxia (2014).

História

Pantera Negra foi criado em julho de 1966, dois meses antes da fundação do Partido das Panteras Negras, movimento político pelos direitos civis dos negros que ganhou o mesmo nome. Porém, o herói não foi inspirado nem inspirou o movimento, o que acabou gerando confusão, com muitas pessoas relacionando o nome do partido à história da trama.
Stan Lee diz que se inspirou para o nome do Pantera Negra ao ler uma aventura de ficção (não nomeada pelo quadrinista) em que o herói tinha uma pantera negra de verdade como ajudante.

T’Chala

Ele é uma das mentes mais brilhantes do Universo Marvel, com reconhecimento por ser PhD em física pela conceituada Universidade de Oxford, na Inglaterra. Além disso, o Pantera Negra é excelente estrategista, engenheiro e inventor. Além de ser chefe de estado de Wakanda e membro chave na equipe dos Vingadores, o Pantera Negra já esteve em várias equipes e organizações.

Um passeio pelos quadrinhos

Em Guerra Civil, o Pantera se tornou o líder temporário do Quarteto Fantástico, na ausência de Reed Richards. Sua esposa, Tempestade (pasmem, mas, sim!), assumiu o lugar de Sue Storm. Ele também já fez parte dos Defensores e do Fantastic Force. Em 1976, viveu o que é considerada uma das melhores história dos quadrinhos de todos os tempos. Enquanto se aventurava em título solo da coletânea Jungle Action (nome de duas séries de quadrinhos americanas publicadas pela Marvel Comics e seu precursor da década de 1950, Atlas Comics), o Pantera Negra enfrentou um dos piores inimigos: a Ku Klux Klan, maior organização de supremacia branca dos EUA.

Referências

Em entrevista concedida a “io9”, o diretor Ryan Coogler fala sobre a escolha pessoal de usar Oakland, na Califórnia – sua cidade natal – em algumas cenas do filme. “Foi um teste para entender o que o filme seria”, explica.  “O interessante em ser negro é que até você abrir a boca, ninguém sabe de onde você é”, disse Coogler. Para criar essa dúvida, os personagens na cena começam falando com sotaque americano (de Oakland) e em alguns momentos mudam para o sotaque africano.

[AVISO DE SPOILER] Outra referência, esta muito forte, é que depois da derrota de Killmonger (Michael B. Jordan), T’Challa (Chadwick Boseman) diz que a morte dele ainda poderia ser evitada, graças à tecnologia de Wakanda.  E então, o vilão protagoniza uma das cenas e um dos discursos mais épicos do filme: “Mas porque continuar vivo?” – responde ele – “para passar o resto da vida atrás das grades? Em vez disso, que joguem meu corpo no oceano, como meus ancestrais que preferiram a morte a uma vida de escravidão”.

O desejo de Killmonger faz referência direta aos horrores do comércio de escravos africanos entre os séculos XV e XVIII, onde eram sequestrados em suas terras e transportados de forma inumana. Muitos preferiam cometer o suicídio rejeitando comer ou pulando dos navios. O suicídio, então, tinha se tornado uma forma de rebelião que os europeus tentavam prevenir com táticas que incluíam alimentação forçada e tortura.

Confira nossa resenha sobre o longa, aqui!

E se você ainda não assistiu Pantera Negra, corra que ainda dá tempo.