ØMNI, último álbum da banda de heavy metal Angra, foi lançado hoje em todo país, e não poderíamos deixar de passar uma palhinha para vocês! Confira nossa entrevista com o baixista Felipe Andreoli, em que batemos um papo sobre o conceito criativo do álbum novo, a participação da Sandy e a turnê internacional.
ETC: As letras de ØMNI têm uma temática bem voltada pra ficção científica e fantasia (confesso que pensei nas partidas daquele jogo Warhammer ao escutar letras como war horns e travelers of time, hahaha). Vocês tiveram alguma inspiração específica para compor o álbum?
F.A. Ah, você pensou no Warhammer? O Rafa (Bittencourt, guitarrista) foi o criador do conceito criativo do álbum. “ØMNI” quer dizer “tudo” em latim, e nossa intenção foi de conectar os conceitos e as histórias desse disco com os dos discos passados, como o “Rebirth”, “Temple of Shadows” e “Holy Land”, unindo todos esses conceitos em torno de um só, que é o ØMNI, o tudo. Cada uma das músicas tem uma história própria, de ficção científica, que se conecta a um conceito principal que é o seguinte: em algumas décadas, o ser humano irá atingir um estado de consciência no qual será capaz de se comunicar com seres humanos de outros tempos, uma espécie de viagem no tempo mesmo, criando um tipo de consciência global que altera as formas das pessoas interagirem. Cada um dos capítulos dessa história é retratado no álbum como parte dessa história principal
ETC: Dá pra notar uma participação bem maior do Rafael nos vocais desse álbum, em comparação com os álbuns anteriores. Isso será tendência nos próximos?
F.A. Na verdade, em comparação com o álbum passado ele cantou menos…no anterior ele fez duas músicas inteiras, uma em dueto e mais uma participação, já nesse ele tem participações menores em várias músicas, e só canta uma música inteira. A gente gosta muito da voz do Rafa, e no contexto desse álbum ela ajuda a contar a história: em “Travelers of Time”, por exemplo, quando muda a perspectiva da narrativa da terceira para a primeira pessoa, aí é que vem o Rafael, então não é apenas uma questão dele cantar, e sim de aumentar a perspectiva do espectador e sua experiência dentro da história. No caso de “Bottom of my Soul”, a balada que ele canta inteira, temos uma letra super pessoal, que ele cantou desde a primeiro demo, ou seja, já estava formatada para a voz dele, então optamos por deixar dessa maneira.
ETC:A pergunta que não quer calar…a participação da Sandy no álbum trouxe um burburinho na imprensa, você poderia contar um pouco mais sobre como surgiu essa parceria?
F.A: A participação da Sandy veio da seguinte forma: já tínhamos a música “Black Widow’s Web” pronta, e ela foi pensada na verdade pra Alissa White-Gluz (da banda Arch Enemy), com todos os tipos de vocal que ela é capaz de fazer, desde o gutural até o tom mais límpido e rasgado. Depois, quando fizemos a intro e o fim da música, não imaginamos que a Alissa fosse cantar ali, até porque o Rafael, que criou o conceito criativo da viúva negra, imaginou que pudessem ser dois momentos diferentes da mesma personagem: o mais calmo, mais sedutor, da Sandy, e o momento mais agressivo, da Alissa, com o Fabio (Lione) como grande narrador dessa história. A Sandy é uma pessoa meio próxima da gente em função do Lucas Lima, marido dela, que é um grande amigo e faz parte da Família Lima, que já participou de discos do Angra, eu já participei de álbuns da família Lima, o Amon participa do Bittencourt Project…então, o Rafael teve a ideia de chamar a Sandy por ser um contraste perfeito com a Alissa, a voz bem angelical de uma com o gutural de outra. Ficamos muito felizes quando ela aceitou, já que a Sandy é super famosa, muito requisitada para participações, e também gosta muito do Angra, já foi em diversos shows nossos…em suma, foi uma parceria que agradou a todos, ficamos todos imensamente satisfeitos com o resultado do projeto.
ETC: O lançamento do álbum será praticamente no carnaval de salvador, algo um pouco incomum se considerarmos um cenário nacional marcado por lançamentos no eixo São paulo/rio….você poderia contar um pouco mais sobre a escolha da cidade para o start da turnê?
F.A. Na verdade o álbum não foi lançado em Salvador, a turnê começa na Europa: temos 27 datas de shows por lá, com start na Bélgica. Salvador foi apenas uma participação nossa no Carnaval de lá, inclusive não cantamos nenhuma música nova…já é a 2ª vez que vamos a Salvador participar do Carnaval com o Carlinhos Brown, que foi quem nos convidou. Foi uma ideia do nosso empresário, Paulo Baron, em parceria com Carlinhos Brown para ter rock no Carnaval de Salvador, algo que acho sensacional, por mais que eu jamais fosse para Salvador participar do Carnaval pela festa, por não ser meu estilo, acho muito legal essa mistura de estilos musicais, até por ser algo que caracteriza muito o próprio som do Angra, mas na verdade fomos para lá fazer uma outra coisa, a turnê de fato começa na Europa.
