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Resenha faixa a faixa de “Camila” da Camila Cabello

faixa a faixa de Camila Cabello

A cantora Camila Cabello lançou nessa madrugada do dia 12 (sexta-feira), o seu primeiro álbum de estúdio solo. Camila está disponível em todas as plataformas digitais e possui 11 faixas. Além de “Havana”, com participação de Young Thug, que já conhecíamos, o álbum não tem mais nenhum feat, o que não afeta em nada o seu andamento e nem as diversas possibilidades de singles que tem nele. Aqui, faremos uma resenha detalhada com faixa a faixa de Camila para contar o que achamos das músicas.

Não tem como comentar um lançamento da Camila Cabello sem antes falar de suas referências. A cantora de 20 anos, nasceu em Cuba, morou por um tempo no México e foi somente com cerca de 7 anos que se mudou com sua mãe para os Estados Unidos, onde se estabeleceu com sua família até agora. Em entrevista, a cantora revelou que não falava inglês quando se mudou e aprendeu tudo com TV e desenhos. Portanto, é assim que Camila decidiu começar sua carreira solo: demonstrando sua influência da origem latina em suas faixas.

Apesar de abraçar suas raízes – “Havana” é um exemplo primordial disso, já que a cantora nasceu na cidade – ela também não se desprende do pop e faz um álbum dançante, sentimental e latino, tudo ao mesmo tempo.

Faixa a faixa de Camila

Never be the same

O segundo single liberado por Camila é o responsável por abrir o álbum. A música começa com o ritmo eletrônico dando o tom da faixa. Porém, são as batidas que tomam o protagonismo para si no primeiro refrão e dão aos ouvintes uma sequência assertiva e viciante. Os vocalizes dessa música são alguns dos que mais chama atenção de todo álbum. É aqui que Camila faz um verso mais agudo e, poderíamos dizer que até um pouco arriscado, principalmente para uma versão ao vivo.

A faixa já havia sido apresentada um dia antes do lançamento no programa The Tonight Show com Jimmy Fallon. Apesar de uma apresentação “minimalista”, usando somente de telões com imagens diversas para compor a apresentação, a cantora conseguiu prender todo mundo que a assistia e dar um lapso de como poderão ser seus shows. Cheios de imagens bonitas, impactantes, que conversam com ela durante o ato e que se complementam perante os nossos olhos.

https://www.youtube.com/watch?v=mRo6MnXObuE

All these years

A segunda composição do disco, coloca um violão em primeiro plano e vai adicionando mais instrumentos conforme avança. Guitarras e um pouco de baixo continuam por integrar a música que é quase um acústico dentro de um álbum de estúdio. No final, logo após uma parada abrupta que nos engana por cerca de dois segundos, ela ainda coloca coros distorcidos para encerrar.

A letra da música fala sobre um amor que não acabou mesmo depois de tantos anos separados. É ouvir que o amado está feliz com outra e, mesmo assim, continuar querendo ele e esperando que ele volte.

She Loves control

A primeira música do álbum que nos mostra mais o lado cubano da Cabello. Enquanto a batida que vicia em todas as músicas latinas começa a tocar, Camila fala sobre uma mulher que ama o controle. Ela só fica se for do jeito dela, ela é abusada e sabe o que quer, e todas as pessoas se rendem aos seus pés. É quase que uma auto biografia, já que a cantora certamente conseguiu muitas pessoas aos seus pés depois de engrenar em sua carreira solo.

O toque latino na música vem de uma forma muito interessante. Ao mesmo tempo que a velha e boa batida está lá, nos fazendo sentir a faixa como sempre, outros elementos como o toque do violão de maneira típica do flamenco e o som de castanholas no final, deixam a música muito mais interessante no sentido artístico da composição dos elementos.

Havana

Talvez a música que mais representa a cantora de todo o álbum, “Havana” foi o primeiro single que ouvimos e o responsável por colocar Camila no topo de diversas paradas no mundo. A música fala sobre se apaixonar por um cara de Havana que não vale muito a pena. Porém, muito além do que isso, a música é uma referência à sua cidade natal. Quando ela diz “my heart is in Havana” (meu coração está em Havana) é mais uma declaração à cidade, do que ao cara fictício da letra.

Co-escrita por Pharrell Williams, a música abusa das referências latinas, trazendo até instrumentos de sopro para a faixa, junto com beats que são a cereja do bolo. E aproveitando a viagem, o clipe possui referências bem bacanas, como “Thriller” do Michael Jackson e também o fato de ser um curta metragem.

Além disso, a ideia do vídeo é querer mostrar um pouco da personalidade da própria cantora. Seu lado mais reservado e tímido, e um olhar para como era sua rotina antes do The X Factor: ficar em casa sendo fã. O final do vídeo é uma antecipação dela saindo de casa e brilhando, mesmo que ainda com reservas de sua timidez, para o mundo e para ela mesma (confiança é tudo né, galera!).

Inside Out

A faixa começa com um teclado amistoso com cara de sol quente na cabeça e areia entre os dedos. “Inside out” é o reflexo de uma boa tarde de verão em uma praia, ouvindo música e se divertindo. Apesar de não ser tão na vibe latina quanto as duas anteriores, ela ainda tem toques dessas influências. Inclusive, a cantora chega a cantar uma verso da faixa em espanhol (língua em que é fluente).

A música que já havia sido tocada em show quando Camila abriu para o Bruno Mars na 24k Magic em julho do ano passado, fala sobre querer amar alguém e querer mostrar que igual a você, não terá ninguém.

Consequences

A primeira vez que ouvimos uma música muito mais lenta e melancólica no álbum. Somente acompanhada por piano, “Consequences” fala do impacto de se amar alguém e as marcas profundas que esse amor deixa depois de uma separação.

Real Friends

Voltando a uma vibe um pouco mais leve, “Real Friends” começa a nos levar para o final do disco com uma levada abafada de violão, junto a uma base dedilhada. A música tem algumas paradas propositais ao longo de seu curso que a tornam nada previsível, mesmo em sua simplicidade. Enquanto outros elementos são introduzidos, como uma guitarra que aparece somente nos momentos certos, a cantora fala sobre encontrar amigos de verdade.

O desabafo é sobre ela se sentir sozinha em Los Angeles, na “cidade de papel” (como ela mesma coloca) e precisando de pessoas com quem possa sorrir, contar, chorar no ombro e compartilhar sonhos. Em seu Twitter, ela ainda chegou a escrever para os fãs “Vocês são meus amigos de verdade”. Fofa, vai!

Something’s Gotta Give

Outra música com base no piano e mais triste. A faixa possui muitos elementos eletrônicos para contar sobre um relacionamento que não vai nada bem. A letra deixa quase que um tom abusivo para o relacionamento, em que não existe nenhuma reciprocidade e nem nenhuma pista de que um dia terá.

In the dark

Apesar do nome, “In the dark” é bem mais animada do que se sugere. A letra fala sobre querer conhecer mais de uma pessoa, quem ela é quando está escuro, quando é madrugada, ela está sozinha e sem se sentir em casa na cidade esmagadora que é Los Angeles. A faixa também tem alteração de voz, que pode ser facilmente identificada na ponte antes do último refrão.

Into it

Up beat e sensual. São essas palavras as que mais se adequam a essa faixa que praticamente fecha o disco (já que a próxima é um edit da primeira música do álbum). Em letra, “Into it” é a única de todo disco que aborda uma Camila sexy e com vontade de passar o dia no sofá ou na cama em boa companhia. Essa é com certeza a próxima candidata a virar single. Tudo nessa faixa grita single, pede clipe e apresentações diversas em programas de TV.

Never be the same – Radio Edit

A música é praticamente a mesma. Como o título já fala, a última faixa é apenas uma edição para o rádio de “Never be the same”. Ou seja, uma versão mais comercial ou, em outras palavras, mais politicamente correta. Enquanto na faixa original ela canta “Just like nicotine, heroin, morphine. Suddenly, I’m a fiend and you’re all I need, all I need” (Assim como nicotina, heroína, morfina. De repente eu sou uma viciada e você é tudo que eu preciso), na música editada ela muda para “Just like nicotine, rushin’ me, touching me. Suddenly, I’m a fiend and you’re all I need” (Assim como nicotina, me apressando, me tocando. De repente eu sou uma viciada e você é tudo que eu preciso). 

O que achamos?

“Camila” é o primeiro lançamento pop do ano e tem tudo para ser o responsável pelo crescimento exponencial da cantora. Ela que arriscou tudo saindo do grupo Fifth Harmony em 2016 para tentar a carreira solo, está finalmente fazendo algo que é mais a sua cara e que conta um pouco de sua história e das coisas que sente. Dá para sentir a veracidade em cada música com a personalidade de Camila e, para nós, é isso que faz um álbum ser considerado ótimo. Muito além de boas produções (que, inclusive, aqui também estão ótimas), as referências dela para as composições, a veracidade e a identidade que suas faixas estão criando, são os pontos altos desse disco de estreia.

Escute o álbum Camila completo

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