If they say
Se eles dizem
Who cares if one more light goes out?
Quem se importa se mais uma luz se apagar?
In a sky of a million stars
Num céu de um milhão de estrelas
It flickers, flickers
Ele cintila, cintila
Who cares when someone’s time runs out?
Quem se importa quando o tempo de alguém acaba?
If a moment is all we are
Se um momento é tudo o que somos
We’re quicker, quicker
Nós somos mais rápidos, mais rápidos
Who cares if one more light goes out?
Quem se importa se mais uma luz se apagar?
Well, I do
Bem, eu me importo
(Música – One More Light)
Well, WE do!
Por Jaqueline Oliveira
Caro Chester,
Não, não é tão fácil assim. Não é tão fácil falar de você. Não é tão fácil escrever sobre você. Se lembra? Um ser que ganhou a fama no início dos anos 2000, com aquela sua voz potente que expressava um grito de uma alma cheia de angústia, cantando numa das maiores bandas de rock, com discografia de 7 álbuns, a Linkin Park? Pois é, você! E você se foi. Se dói? Sim, muito. Mas como aprendemos contigo em uma de suas canções, podemos lavar a tristeza da nossa pele, para que assim, nos mostre como sermos inteiros novamente, com sua ausência: (Castle of Glasses – 2012) “Wash the sorrow from off my skin / And show me how to be whole again”.
Estamos tentando, mas como te disse antes, não é tão fácil assim. Sentimos contigo a morte do seu amigo Chris Cornell, outro grande talento para nós também. Ficamos sabendo da sua performance no velório dele, na tarde de 26 de maio, e como alguns disseram, você a realizou como nenhuma outra em sua carreia. Cantou Hallelujah. E em menos de dois meses depois, era você quem estava sendo velado.
Milhares saíram nas ruas em todo mundo para te homenagear, e sabemos que de uma forma ou outra você recebeu todo esse carinho e amor exalado por nós em cada cantinho deste planeta. Mensagens de carinho, amor e gratidão, choros e súplicas para que não fosse verdade, cantos tristes que entoavam das gargantas de seus fãs ao cantar suas músicas.
Foi triste demais saber como foi que você partiu. Não que se tivesse sido de outra forma amenizaria a dor. Mas é como se pudéssemos fazer algo e não fizemos. O que, obviamente, chamou muito a atenção das pessoas para voltarmos a falar da doença maldita que tirou a sua vida, e que ainda tira a de muita gente: a depressão. Foi incontável o tanto de notícias e matérias de conscientização. Pudemos conhecer histórias de muita gente que sofre com esse mal. Pudemos nos juntar e conversar, a respeito.
Suas entrevistas e depoimentos foram alvos de novas visualizações. Principalmente quando se tratava de vícios e da sua luta diária com a voz sombria em sua cabeça, representada pela voz do Shinoda nas músicas da LP. Em uma das entrevistas, na qual você fala da música “Heavy”, você disse: “Tenho uma dificuldade com a vida”. Mesmo quando ela está boa, eu me sinto desconfortável o tempo inteiro… o primeiro verso, ‘não gosto da minha mente neste momento’ – tipo, sou eu 24 horas por dia. Se fico preso aqui, simplesmente acho a vida muito difícil. E não precisa ser.”
Concordamos contigo. A vida não precisa ser difícil, mas é complicado quando nos deparamos com nós mesmos em músicas, cuja as letras foram escritas por seres extremamente talentosos, mas que não nos conhece, e acabamos tronando fãs de seus trabalhos, os acompanhando, e depois, do nada, ficamos sabendo que eles não estão mais entre nós. É tão complicado, que chega a ser difícil. Mas estamos tentando.
Estamos tentando também, de alguma forma, abraçar sua família que, com certeza, foram as pessoas que mais sofreram e que sofrem com sua partida. Sua esposa, seus filhos e seus irmãos da banda. Cada um com uma particularidade dividida contigo durante sua vida. Acreditamos que mesmo sem entenderem o porquê de tudo, eles possuem em mente a imagem de um homem que lutou e tentou muito. Que emocionou e que deu voz a muitas vozes, ao redor do mundo, que sofria como você. Seu irmão de palco sabe muito bem disso. Shinoda tem sido forte, mas ao mesmo tempo tem sentido a dor da falta que você faz. Mas é entendível, principalmente quando perguntas começam a surgir na mente, como: E agora? E a banda? Como vai ser? Eles se importam. Eles o amam.
Um último ato em sua homenagem está programado para hoje, em Los Angeles. É uma única apresentação que vai contar com apresentação de diversos artistas e parceiros da caminhada musical. Entre eles estão confirmados: John Dolmayan do Sistem of a Down; Jonathan Davis do Korn; M. Shadows do Avenged Sevenfold; Daron Malakian; Shavo Odadjian; Oliver Sykes do Bring Me The Horizon; Kiiara e Blink-182.
Os ingressos já esgotaram, mas calma, os seus fãs do Brasil e mundiais poderão te homenagear com toda a banda reunida, assistindo pelo YouTube. O show será transmitido às 00h45 no horário de Brasília. É a primeira vez que a banda completa toca, desde a sua morte. Um detalhe importante também, é que a arrecadação irá para a organização Music For Relief’s One More Light Fund, que é uma instituição que presta auxílios para vítimas de desastres naturais.
Nós sabemos que vai ser muito emocionante. Que vamos nos entregar nesse show, como nunca antes. Independente se tivermos acompanhando em casa ou em solo californiano. Vamos cantar como se estivéssemos no show com você ainda no palco. Vamos cantar com todo o carinho para homenagear quem tanto nos ajudou e nos representou. Sim, nós nos importamos com você, pois você é uma estrela, que mesmo não estando mais entre nós, continua brilhando em nossas mentes e corações.
De seus eternos fãs e de toda a equipe do E.T.C.
Link para assistir a transmissão, acesse aqui!