U2 em São Paulo: banda homenageia artistas brasileiros durante o show

Primeiro show da The Joshua Tree em São Paulo é mais um espetáculo de estrutura e ótimas canções

Uma das maiores e mais icônicas bandas de rock de todos os tempos, U2, aterrissou em São Paulo para uma série de quatro shows no estádio do Morumbi. A “The Joshua Tree tour” – turnê que comemora os 30 anos do álbum de mesmo nome – começou no Brasil, na única cidade que a receberá nessa quinta-feira (19) e tem mais shows nos dias 21, 22 e 25. Nós já conferimos a apresentação e contamos tudo o que rola por lá para você.

Depois de passar por dezenas de cidades, e após seis anos de sua última vinda ao Brasil, o U2 não poderia se apresentar sem um bom show de abertura. Noel Gallagher’s High Flying Birds é a responsável por trazer o gosto de quero mais no estádio e entrou no palco por volta das 19h30. O show seguiu por cerca de hora, com alguns dos clássicos do Oasis como “Don’t look back in anger”, “Wonderwall” e “Champagne Supernova”.

Sem muitas estripulias, Noel ficou somente no centro do palco e não andou para interagir mais com os fãs nas grades. Além disso, o único telão que ficou ligado durante sua apresentação, foi o direito, o que dificultou a visibilidade das pessoas que estavam um pouco mais longe do cantor.

As coisas mudaram completamente para o show do U2, que começou por volta de 21h30. A bateria colocada no final da passarela (que tem formato de uma árvore), indicava que o show começaria por ali. Bono, The Edge, Adam e Larry entraram no palco com o telão desligado, se dirigiram até a copa da árvore do palco e tocaram a primeira música da setlist:”Sunday Bloody Sunday”.

O show seguiu com todas as faixas do álbum “The Joshua Tree” com “Where the streets have no name”, “With or without you”, “I still haven’t found what I’m looking for”, “Bullet the blue sky”, “Running to stand still”, “Red Hill mining town”…. Enfim, todas as outras. Além dessas, outros clássicos da banda foram tocadas como “Elevation”, “Vertigo”, “Beautiful day” e o show foi encerrado com a icônica “One”.

Estrutura

Não há, em nenhum outro show, uma estrutura tão espetacular quanto a dos show do U2. A última turnê da banda no Brasil com a “360º Tour” em 2011, deixou isso bem claro para todos os mais de 200 mil fãs que acompanharam a série de três apresentações. Dessa vez, um pouco mais minimalista, a estrutura não deixou a desejar e fez todos os presentes no estádio se envolverem com cada música.

O telão é contínuo com ondulações que o faz envolver as laterais e o fundo do palco, e era usado de diferentes formas conforme cada música. Em algumas faixas, o telão mostrava uma única gravação em vídeo, em outras colocava imagens paradas nas laterais e um vídeo no meio; tudo de acordo com o que o momento do show pedia.

O uso das imagens fazem parte da performance de tal forma que as pessoas mais próximas do palco conseguem se sentir dentro de cada narrativa presente nas gigantes telas. Além disso, a estrutura do telão também conta com a forma da árvore inteira, com a copa dela um pouco acima.

Referências nacionais

O U2 é conhecido por suas posições políticas em suas apresentações e dessa vez não foi diferente. Larry Mullen Jr. (baterista) se apresentou com camiseta com os dizeres “Censura nunca mais” nas costas, frase que foi mostrada para o público nas últimas músicas da setlist. Em outro momento, Bono entoou que o Brasil não vai retroceder.

Na faixa “Ultraviolet (Light My Way)”, após um grande discurso de Bono falando sobre a luta das mulheres por igualdade, o telão homenageou grandes mulheres da história mundial. Entre elas, estavam Tarsila do Amaral e a atriz Taís Araujo.

Outro momento em que a banda fez questão de enaltecer a cultura brasileira, foi com homenagem aos cantores Cazuza, Elis Regina e Renato Russo. Bono chamou-os de herói e estrelas no céu logo nas primeiras músicas da noite. Em “One”, música que encerrou o primeiro dia, a bandeira do Brasil se formou imponente no telão para dar um até logo para os fãs sortudos que acompanharão os próximos shows.