*escrito por Jaqueline Oliveira
Evento reuniu o elenco para contar mais detalhes da peça, além da apresentação de três números exclusivos
Cantando na Chuva promete não ser mais uma versão de musicais “broadwayrizados”, mas sim com muitas características brasileiras. É o que garante a atriz Claudia Raia, também produtora da peça, ontem em coletiva de imprensa no Teatro Santander, no Complexo JK. “Quem podia imaginar ou cantar o Singing in the Rain em português? Isso foi um desafio! Foram muitas conversas que duraram semanas e meses, naquela dúvida: faz em inglês ou não faz em inglês? E deram um show. Trouxeram para o nosso humor. As piadas são muito adequadas, são muito “abrasileiradas”, comenta a atriz.
A clássica história dos cinemas e também de muitas versões reproduzidas no teatro mundo afora ganhará os palcos de São Paulo no ano em que completa os 65 anos de sua estreia nas telas. Os inesquecíveis papéis de Don Lockwood e Lina Lamont serão interpretados por Jarbas Homem de Mello e Claudia Raia (que também tem número interpretando a personagem Dancer), e os papéis de Debbie Reynolds e Donald O’Connor, por Bruna Guerin e Reiner Tenente.
A ideia de adaptação da peça para os palcos brasileiros surgiu durante uma viagem que Claudia fez com Jarbas em 2012, ao assistir o musical em Londres, onde a atriz decidiu comprar os direitos autorais da obra. Para colocar tudo à mesa e começar a trabalhar no projeto, Claudia se associou a Stephanie Mayorkis, produtora da atração e diretora da IMM Esporte e Entretenimento.
A direção do espetáculo não ficou a Deus dará. Nada mais, nada menos que o americano Fred Hanson para ocupar esse cargo. Conhecido por seus trabalhos em “Miss Saigon”, “Les Misérables (EUA)” e “O médico e o monstro”, Fred é um americano muito abrasileirado e, que segundo Claudia, tratou todo processo “com muito carinho e cuidadosamente, como faz o brasileiro”.
Para Hanson, o espetáculo tem vários desafios. “Qualquer coisa que você fizer de um filme para o teatro, tem mais desafios. E também tem o desafio de ser uma obra conhecida por todos. Está no consciente universal. Então você tem que saber o quanto você quer num formato de filme e o quanto você quer colocar numa linguagem teatral”, explica.
A apresentação dos três números exclusivos para a imprensa
As três partes do espetáculo só gerou mais vontade para ver o pacote completo. A primeira cena é a intitulada por Hanson, que intermediou nos intervalos de cada número, como “Bom Dia”, da canção Good Morning. Essa é uma daquelas cenas que se perde o fôlego. São tantos passos e sapateados, tudo num considerado longo espaço de tempo, que você pensa: como eles conseguem?! “Muito esforço, muito trabalho e mão na massa”, é o que diz Jarbas a respeito. Essa cena é composta por ele, Bruna e Reiner na conversa do trio Don Lockwood, Debbie Reynolds e Donald O’Connor no banco da praça. O carisma, elegância e agilidade dos três se completam em toda a ação, além da sutileza e leveza que a música traz.
A próxima parte apresentada da atração é um estrondo de talento. Claudia e Jarbas encenam os personagens Dancer e Don Lockwood. Claudia com toda sua elegância dançou tão segura de si e com a personagem tão encarnada que era impossível não resistir. Essa apresentação rendeu muitos elogios e aplausos antes mesmo de ser finalizada.
Já o último número foi o mais aguardado: Singing in the Rain. Por um momento, em um trecho do discurso de Hanson, ao comentar sobre qual seria a próxima atração, deu a entender que seria outra. Até que ele, com certo entusiasmo, contou sobre a dificuldade de “fazer chover” no teatro e sugeriu que aproveitássemos. Foi o que aconteceu! A cena, com todo o elenco dela no palco, fez por alguns instantes, que emergíssemos naquele universo de capas amarelas e guarda chuvas coloridos, além de chuva. Muita chuva!
Algumas curiosidades
Apesar da grande responsabilidade e expectativa de ter um clássico em mãos, a produção acertou em cheio os mínimos detalhes dignos de superprodução. Confira abaixo alguns dados e curiosidades por trás da cortina vermelha:
- Para a célebre cena em que Don Lockwood sapateia na chuva, foram necessário dois tanques com capacidade total para mais de 8 mil litros de água, para produzir o efeito da chuva;
- O palco do Teatro Santander foi adaptado para receber um sistema que manterá a temperatura em 29° C e uma rede de drenagem fará receptação para a reutilização da água;
- O sistema de chuva foi instalado pela mesma empresa inglesa que trabalhou na montagem de Londres;
- Mais de 60 microfones serão colocados na cabeça e nos pés do elenco para a captação de voz e som do sapateado;
- Adaptações também foram feitas nos figurinos que passaram por um tratamento impermeabilizante para o uso nas cenas com água;
- Foram recebidos mais de 1200 currículos para as audições, totalizando 300 atores que passaram pelo teste;
- 30 atores e 14 músicos participam do espetáculo;
- Ao todo serão 15 canções, versões das músicas originais do filme, feitas por Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler;
- São utilizados 360 figurinos e 70 perucas;
- 432 horas de ensaio.
Gostou? Então se programe com a gente para ver essa maravilha que estreia no dia 12 de agosto.
Serviço: Cantando na chuva
Onde: Av. Juscelino Kubitschek, 2041 – Itaim Bibi – SP (complexo do Shopping JK Teatro Santander)
Quando: quinta e sexta às 21h | sábado às 17h e 21h | domingo às 16h e 20h
Temporada: de 12 de agosto até 26 de novembro de 2017
Bilheteria: de domingo a quinta, das 12h às 20h | sexta e sábado, das 12h às 22h
Valor: entre R$ 50,00 e R$ 260,00. Compre os ingressos!
Duração: 2h30 (são dois atos, com 15 min de intervalo)
Classificação: livre (menores de 12 anos devem ser acompanhados dos país ou responsáveis).
Veja mais eventos em: Agenda Cultural.
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