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Uma jornalista na Parada do Orgulho LGBT

Desde o caminho para a Avenida Paulista nesse último domingo era possível ver as dezenas de pessoas que estampavam sorrisos no rosto e que só de olhar, já sabíamos qual era o seu destino naquela tarde em que o sol resolveu brilhar em São Paulo.

Todo o trajeto de trem e metrô eu fui com aquelas pessoas que não conhecia, mas que sentia serem próximas de mim. Próximas porque elas dançavam e tinham a “teimosia de serem doidas” – frase que é o meu lema de vida – e de serem elas mesmas sem ligar para o amanhã.

“Hoje é dia de festa”, ouvi algumas vezes. Elas cantavam juntas nos vagões e espalhavam sorrisos por onde passavam. Eu ia junto pois o destino era o mesmo, mas com toda aquela animação conjunta, talvez tivesse caminhado ao lado deles só para pegar um pouco de todo aquele entusiasmo.

Chegando na estação Trianon Masp o grupo de cinquenta pessoas aumentou para 100 e ao subir as escadas rolantes e olhar para a Avenida Paulista, o grupo de 100 aumentou para cerca de 3 milhões de pessoas que espalharam cores por São Paulo.

A magnitude de um evento desse é realmente algo incrível. Os trios quase me ensurdeceram e eu olhava para os jornalistas a espera de subir e tirar fotos lá em cima, todos tampando seus ouvidos pelo som que estavam tão perto saindo pelos alto falantes. Já quando eu olhava para o lado, para as pessoas se espremendo no limite da corda em volta dos trios, via danças, pulos, as mãos para o ar ou segurando uma bebida. É realmente uma festa!

Mas foi somente ao subir no trio da Skol quando Daniela Mercury se apresentava que pude ter uma noção do que estava acontecendo ali. A multidão a perder de vista, as vozes ecoando os clássicos dela, o arco íris de balões, os cartazes, tudo! Tudo ali indicava um momento de celebração e de orgulho por viver em sua própria pele do jeito que for.

A Parada do Orgulho LGBT me trouxe muitos bons pensamentos na esperança de dias melhores para todas essas 3 milhões de pessoas. Para que todos os dias possamos celebrar sermos nós mesmos, sem medo de perder a vida por isso, sem preconceitos, sem ser diminuídos por nada ou ninguém. Para que todas as essas pessoas possam viver e caminhar como se estivessem indo para mais uma grande festa, essa, sim, chamada vida!

Veja as fotos aqui

 

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