Venha conhecer as mulheres que agitam os palcos, compõem, tocam e provam que o rock nacional está mais vivo do que nunca
Hoje é dia da mulher! E mais importante do que tratar essa data como dia de parabenizar e entregar flores para as mulheres, é dia de pensar em toda a luta que passamos – e as que ainda estão longe de acabar. Pensar em toda a resistência das mulheres ao longo dos anos e, acima de tudo, repensar se você está respeitando as mulheres a sua volta.
Ou seja, é um dia não de comemoração, mas de reflexão sobre como a mulher está inserida na sociedade. Sobre a desigualdade de gênero que ainda acontece no país e no mundo. E refletir o nosso papel para melhorar isso.
Pensando nisso, hoje resolvemos fazer uma matéria sobre as mulheres do rock nacional. Muitas delas que vamos citar aqui, nós já entrevistamos para o site – e as outras nós estamos correndo atrás de trazer para cá para falar sobre muito conteúdo musical.
As mulheres do rock nacional
Nove Zero Nove
O Rio de Janeiro é o berço de muitas bandas maravilhosas e a Nove Zero Nove é uma delas. O nome da banda vem do número do apartamento do vocalista, mas o nosso foco aqui é na verdade a baixista da banda, Eliza Schinner. Você pode conferir a entrevista com ela aqui realizada no ano passado.
Eliza entrou para a banda há três anos e traz uma bagagem musical de várias bandas que já participou para a Nove Zero Nove. Ela, que já fez parte de um programa do canal BIS “Vida de roqueira”, bota para quebrar nos palcos com a banda que é recordista de apresentações no Imperator desde a volta da casa à ativa. E sobre ser a única mulher da banda, ela nos disse em entrevista que acha muito bom o respeito que recebe dos outros integrantes. “Existe um respeito bacana pelo fato de eu ser mulher e a mais velha da banda. Eu toquei com muita gente, enquanto eles tocaram só Nove Zero Nove. Então, eu tenho uma bagagem musical muito boa para chegar aqui e vir com todo gás, querendo que isso faça tanto sucesso quanto várias coisas que eu já toquei”. E eles já estão fazendo, sem dúvida alguma.
Canto Cego
Com duas mulheres na banda, uma na voz, Roberta Dittz, e outra na bateria, Ruth Rosa, a banda carioca Canto Cego têm arranjos e letras muito bem trabalhadas que já os levaram para muitas conquistas em grupo. Só de 2014 para cá foram primeiro lugar no festival Planeta Rock em São José do Rio Preto (SP), foram selecionados pela Converse Rubber Tracks para gravação de uma faixa na Toca do Bandido, foram convidados para o Festival de Jazz Montreux, na Suíça e por lá realizaram uma mini-turnê pelas cidades adjacentes. Ah e em 2016 a banda ainda lançou o disco intitulado de “Valente”.
Roberta Dittz, além de vocalista – e com uma voz icônica, pode correr escutar – também escreve poemas e alguns são usados nos shows da banda. É literalmente uma explosão em corpo e ideias, como eles mesmo gostam de se definir.
Far From Alaska
A banda traz a voz forte e inconfundível de Emmily Barreto e também conta com a Cris Botarelli arrasando tanto no backing vocal, quanto no sintetizador. Vindos de Natal, todas suas experimentações nas sonoridades têm rendido bons resultados. A banda Far From Alaska é hoje uma das maiores do rock nacional e vem ganhando muita visibilidade no cenário internacional. Tanto que a banda está gravando seu novo álbum nos Estados Unidos e vão fazer parte de um festival ao lado de bandas como System Of a Down, Green Day, Rancid, Blink-182 e muitas outras bandas em Paris.
Nos shows é impossível não pirar e se envolver com a presença de palco da Emmily, se você não ficar hipnotizado pela própria música da banda – o que é muito difícil – vai ficar com a performance ímpar de todos eles.
Supercombo
A banda Supercombo surgiu em Vitória (ES) e tem sete anos de trajetória. Com muitas formações diferentes, eles se encontraram em sua formação atual em São Paulo e permanecem rodando o país com o seu novo disco “Rogério”.
Carol Navarro é baixista e dona de uma simpatia que nos encantou em entrevista com a banda para o site. E é com ela – e seu incrível talento – que a Supercombo estabeleceu seu DNA e seu requinte do rock nacional. As letras que nos levam além do imaginário, nos fazendo pensar e repensar, transmite uma nova linguagem musical: a da criatividade sem limites!
BTRX
A BTRX é a banda mais recente que entrevistamos por aqui. A banda, que é a atual vencedora do programa “Temos Vagas” da 89fm – A Rádio Rock, lançou um novo clipe “Zona de Conforto” e tem muitos planos de turnê para esse ano para a alegria de seus fãs que estão espalhados pelo Brasil inteiro.
Lize Borba (vocalista e guitarrista), dona de um estilo único com seu cabelo ruivo, é mais um talento da música brasileira que atua no rock – e olha que tem muita gente que acha que o rock nacional não existe mais. Em entrevista quando perguntamos à ela sobre ser mulher em uma banda de rock, ela faz questão de citar todas as bandas que estamos falando aqui hoje. Até porque, quem está inserido nesse meio musical, reconhece que, não só essas, como outras dezenas de mulheres, estão mandando ver na música e nos palcos.
Carne Doce
O álbum “Princesa” estava nas listas de melhores álbuns do ano passado em diversos sites por aí. Não à toa, já que o som dessa banda é de uma qualidade sem igual, junto as letras que foram evoluindo junto com a banda.
Salma Jô é a voz dessa banda goiana que ganhou os palcos do país e está conquistando cada vez mais espaço. Em entrevista à revista ELLE, a vocalista conta que a temática feminista e feminina imperou no álbum novo sem muita intenção, mas que acabou se espalhando para as outras músicas – e que tem tudo a ver com o momento que estamos passando, em que o debate sobre o tema está muito presente no nosso dia a dia.
Ventre
Ventre é um trio formado por Gabriel Ventura (voz e guitarra), Hugo Noguchi (baixo) e Larissa Conforto (bateria). Com o álbum de estreia “Ventre” e o disco ao vivo, que pode ser escutado no Spotify, a banda já tem muita história para contar desde a sua formação em 2012.
No material de divulgação da banda, a baterista conta que foi escolhida pela música. “Ela [bateria] que me escolheu. Sempre fui aficionada por bateria desde criança. Foi algo que veio no sangue. Nunca quis tocar outro instrumento”.
De canções por vezes melódicas musicalmente, para outras bem mais pesadas, a banda traz um trabalho muito consistente e estamos com certeza, ansiosos para novos trabalhos que venham deles por aí.
E para fechar a matéria. Não poderíamos deixar de citar que além dessas, existem muuuuitas outras mulheres do rock nacional rodando com sua música e muitas outras mulheres levando suas composições em diversos outros estilos. Seja no rock, no samba, no axé, na MPB e em todos os mais variados estilos musicais. E essa equipe aqui (toda feita por mulheres <3) está sempre em busca de bandas e de mulheres para contar mais e mais da sua história e da sua música para gente. Se conhecerem alguém e quiserem indicar, é só deixar nos comentários ou entrar em contato conosco aqui ou no Facebook.