No Museu da Imigração do Estado de São Paulo, diferentes histórias e origens se encontram

Local reúne lembranças de migrantes e imigrantes que viveram em São Paulo e mostra o quanto a cidade e o Brasil são multiculturais

Quando se fala na cidade de São Paulo, fala-se de paulistanos, mas também de nordestinos, sulistas, italianos, japoneses, bolivianos e de uma enorme diversidade de nacionalidades e etnias. Mas independente da origem, quem veio de outras terras, ficou e imigrou, ajudou a construir uma São Paulo que é multicultural, sem igual, e mista o suficiente para ter um Museu da Imigração do Estado.

E quem é que não tem algum parente ou conhecido que não nasceu em São Paulo, mas que a escolheu para morar e chamar de sua. É em homenagem a eles, quase como um presente, que o museu existe. Ele reúne e expõe antigas memórias, vindas de muitos, ou de poucos, para preservar todo o patrimônio cultura que está envolto em na imigração e, com isso, mostrar como e porquê seu amigo pernambucano, seu vizinho cearense, ou sua bisavó italiana chegaram à antiga terra da garoa, ou porquê há tantos sotaques, costumes, e culinárias existentes na cidade.

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As provas do recomeço

Em meio a tantas histórias, encontra-se um enorme ambiente que um dia acolheu e foi responsável por se a esperança e o recomeço de muitos migrantes e imigrantes. E é exatamente isso o que o museu transmite aos seus visitantes, pois em todos os cantos percorridos, se vê cenários que um dia funcionaram para ajudar e oferece uma vida melhor àqueles que lá moraram.

É essa a sensação que se tem em duas das maiores atrações do local: o refeitório e os dormitórios, que são lotados de camas com lençóis brancos e que, curiosamente, nos fazem refletir sobre todas as histórias e etnias que já repousaram ali. No térreo, havia dois dormitórios; no primeiro andar, mais quatro, com capacidade para até 150 pessoas. Com o passar do tempo, esses ambientes sofreram modificações e, hoje, o que se vê no museu são apenas representações de como era.

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Durante a visita, a recomendação do ETC é percorrer o jardim do Museu, que possui móveis rústicos espalhados pelo gramado, que possibilitam ótimos momentos de descanso e reflexão. Antigamente, a frente da Hospedaria não tinha tanto verde, mas a reforma de 1936 deu ao lugar um projeto paisagístico que contribuiu bastante para o jardim que há hoje e que deixa o complexo ainda mais atrativo (pois lá acontecem diversas programações culturais) e belo.

E para aqueles que admiram artefatos antigos, o Museu da Imigração está lotado deles. É interessante ver como materiais simples, usados no dia a dia, sofreram modificações. Diante deles, há realmente o impacto de que o tempo passou e que ali dentro muitas histórias e vidas recomeçaram. Ainda nessa linha, há até um espaço voltada para a diversão dos visitantes, que chama-se “Retratos de Época”. Lá é possível se vestir com roupas à moda antiga e registrar o momento em um ambiente bem característico. Vale voltar um pouco no tempo e ter essa incrível experiência!

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Curiosidades

  1. O prédio que hoje é ocupado pelo Museu, antigamente era uma Hospedaria de Imigrantes. No local, ficava não apenas os alojamentos dos recém chegados, mas também uma séria de serviços que davam apoio à eles, tais como atendimento médico, correio, lavanderia, cozinha, posto policial, assistência odontológica e até uma agência que os encaminhavam ao trabalho.
  2. Entre 1887 e 1978, mais de 2,5 milhões de imigrantes foram acolhidos e passaram pela antiga Hospedaria, inclusive migrantes de outros estados.
  3. Além de hospedagem e museu, algumas dependências do prédio serviram também como presídio político durante a Revolução de 1924, e como prisão para os partidários do presidente Getúlio Vargas durante o Movimento Constitucionalista de 1932.
  4. Nos anos de 1936 e 1952 o conjunto arquitetônico passou por reformas que modificaram um pouco as características originais do prédio. Mas ainda assim, em 1982 o local foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico.
  5. O portão que hoje é utilizado como saída dos que visitam o Museu, antigamente dava acesso à Hospedaria de Imigrantes do Brás.

Quer conferir?

O museu está na Rua Visconde de Paranaíba, nº 1316, na Mooca.  Para quem vai via transporte público, a melhor opção é descer na estação de metrô Bresser-Mooca. Porém, para quem vai de carro ou prefere utilizar apenas ônibus, o site do Museu oferece ótimas informações de “como chegar”. Para vê-las basta clicar aqui. Além disso, vale ressaltar que há bicicletário na calçada da instituição, o que pode ser uma boa opção!

De terça-feira ao sábado, o horário de funcionamento do museu é das 9h às 17h. Já aos domingos, os portões abrem um pouco mais tarde, às 10h, mas também fecham às 17h. Quanto ao ingresso, o valor é de apenas R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia-entrada). Porém, se preferir a gratuidade, a dica é ir aos sábados, quando a entrada é free. Aproveite!

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Post Author: Thais Brazil

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