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Ricardo Guimarães e o desejo subversivo

Entrevistamos o cantor na capital paulista e descobrimos um pouco mais do que está por trás de seu trabalho na música

Ricardo Guimarães, 25 anos, é um cantor solo que colocou a mão na massa para produzir o seu mais novo trabalho, o “Subversivo” lançado em setembro desse ano. O álbum com oito faixas é produto de um trabalho de persistência de dois anos e de crescimento pessoal e profissional desde o lançamento do primeiro EP do cantor, o “Ína”.

Em entrevista, realizada em pleno feriado no vai e vem de bicicletas na Avenida Paulista, Ricardo nos conta a influência forte do seu pai para colocá-lo nos trilhos no quesito música. “Eu comecei escutando muita música em casa por causa do meu pai que aprendeu a tocar no colégio interno que ele ficava quando era criança. Ele sempre foi músico amador, sempre ouviu muita música em casa e eu comecei por causa dele porque foi quem me ensinou. Com 11 anos eu tinha tendência a aprender, mas não me dedicava e foi então que ele me colocou na rédea para me dedicar e estudar. Depois disso eu fiz aula em vários lugares, de violão, guitarra, canto”, relembra.

O seu novo álbum que foi gravado em Caieiras, contém muitas experiências pessoais que o próprio cantor as refere como “lembranças ruins que expus nas letras”, mas também tem muita dedicação para que o trabalho inteiro fosse mais completo em música e significado. “O ‘Subversivo’ é a melhor e a pior parte de mim porque musicalmente ele é mais completo do que o primeiro. Eu aprendi a fazer as coisas de um modo diferente e bem melhor. Mas também é a pior parte pelos temas pessoais que são tocados nas letras e pelo processo de trabalho que foi muito penoso e que demandou muita paciência”.

“Subversivo” é aquele que executa a transformação ou a revolução e é bem isso que vem à mente do Ricardo quando falamos do processo do álbum. Foi uma revolução na forma dele de fazer música. Além do crescimento musical, o cantor teve que lidar com diversos empecilhos para gravar as músicas. “Comecei a trabalhar nele em 2014, mas várias questões atrapalharam. Uma foi o propósito porque eu escrevia uma música e depois que escrevia outra percebia que não tinha nada a ver com a primeira. E outra por questões financeiras para pagar o estúdio”, conta.

A produção do álbum foi por conta de Paulo Roberto Albino e todas as trilhas de instrumentos foram gravadas somente pelos dois. Sobre essa parceria que trouxe a tona “A melhor e a pior parte” do cantor, ele conta que tudo começou em 2012 no primeiro show autoral que ele fizera. “Na zona leste ia ter um festival de hardcore e quem estava organizando era o Gueter, irmão do Cleber que foi meu professor. Como ele me conhecia, me chamou para fazer parte e eu fui tocar. Só quando cheguei lá percebi que as bandas eram todas de metal. Eu fui o único cara fazendo acústico no dia e ao mesmo tempo que isso me deu um nervoso, também ajudou com que eu me destacasse dos outros e foi quando eu e o Paulo Roberto começamos a conversar”, diz Ricardo.

A parceria deu tão certo que o álbum trouxe para o cantor três músicas das quais ele mais se orgulha. Uma delas é “Ilegal” que ele diz nem parecer que foi ele mesmo quem criou e as outras duas são “Rose Quartz” e “Eu não vou morrer” ambas por terem timbres diferentes e desafiadores para ele, além também da letra que é mais abstrata e conceitual em uma e “arrogante e paranoica” – segundo suas próprias palavras – na outra, respectivamente.

“Humberto Gessinger é Deus” – Com influências diversas, de Elvis e Johnny Cash até Engenheiros do Hawaii – uma de suas bandas favoritas, Ricardo diz que o mais inspira no trabalho dele é ver o público cantando suas músicas e almejar o dia em que elas terão alcance em larga escala na grande mídia.

Entre os seus planos para ano que vem estão tocar em todos os lugares possíveis, mas de preferência em locais por ele considerados improváveis, como shows dentro de sua própria casa, nas ruas da Paulista, estúdios de tatuagem de amigos, etc; além de lançar um clipe do novo álbum. Um dos palpites de músicas que poderiam ganhar vida na tela seria “Rose Quartz” e “Aliterações”.

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