Entrevista com a banda Charming Liars – os mentirosos mais charmosos da música

No evento Premier 89, no último domingo (24), no Carioca Club, batemos um papo com a banda britânica/americana e agora contamos tudo o que rolou por lá

A banda Charming Liars que foi criada na Inglaterra, juntou toda a sua coragem e dedicação pela música para se mudar para Los Angeles nos Estados Unidos e buscar conquistar todos os seus desejos. Dessa vez, porém, eles fizeram as malas para descer pela primeira vez em terras brasileiras a convite da rádio 89 (A Rádio Rock), para o evento Premier 89 com participações de outras duas bandas: Toyshop e Far From Alaska – ambas brasileiras.

O evento foi realizado no Carioca Club – conhecida casa de show da região da Faria Lima – e começou às 17 horas. Charming Liars subiu ao palco às 19hs, após o show da primeira banda da noite: Toyshop. Mesmo com o vocalista Kiliyan Maguire um pouco doente, como disseram um pouco depois do começo do show, eles ainda conseguiram surpreender positivamente todo o público presente na Casa.

As músicas “Burn” e “Soul”, mais conhecidas da banda, foram as que contaram com mais energia, porém o show inteiro é envolvente e hipnótico. Impossível não prestar atenção em cada movimento do vocalista e em como o guitarrista Karnig Manoukian e o baixista Mike Kruger parecem se divertir a cada nota tocada.

A entrevista, porém, aconteceu um pouco antes da equipe do E.t.c. se envolver completamente com o show e cantar junto com os caras algumas das músicas. Nos encontramos com Karnig e Mike no camarim deles um pouco antes da primeira banda subir ao palco.  Todos acomodados no camarim e já rindo com a simpatia que eles exalam, começamos a entrevista:

E.t.c: Quando exatamente vocês se mudaram para Los Angeles?

CL: Provavelmente a primeira vez que nós pensamos sobre isso foi há seis anos. Nós meio que brincávamos com a mudança para Los Angeles, era uma ideia louca, era como se mudar para lua (brincou). Mas depois de um tempo começamos a pensar nas oportunidades que teríamos lá e em todas as pessoas que poderíamos trabalhar. Mês passado fez cinco anos que nos mudamos, então devemos ter feito as coisas certas.

*O vocalista Kiliyan é americano e entrou para banda quando eles já moravam em LA.

E.t.c: Nós adoramos tanto a música “Soul”, quanto “Burn”. O que podemos esperar de vocês daqui para frente? Músicas mais agitadas como “Burn” ou mais lentas como “Soul”?

CL: Ambos! Acho que uma mistura de músicas agitadas e músicas lentas, mas nós estamos indo na direção de “Soul”. Nós viemos de influências de rock mais forte, mas de um tempo para cá as músicas ficaram mais calmas. E as pessoas nem sempre gostam de escutar músicas muito agressivas, então é importante essa nossa maturidade nesse sentido.

Vocês podem ver no show que as músicas do nosso último EP tem momentos mais agitados, de música alta, e outros momentos mais silenciosos, com músicas mais lentas. Quando éramos mais jovens nós tocávamosmúsicas pesadas o tempo todo, nem pensávamos direito. Só tocávamos o mais rápido que podíamos. E fica cansativo de ouvir.

E.t.c: E fica cansativo para os dedos também, né?

CL: Por sorte nós somos bem treinados (brincam rindo).

E.t.c: Vocês fizeram um show com o Duff McKagan do Guns and Roses. Como foi essa experiência?

CL: Sim. Foi uma loucura! Temos uma história sobre essa turnê. Nós iríamos tocar com algumas pessoas que eram do Guns and Roses, com Alice and chains e então pensamos que seria rock and roll o tempo todo, bebidas e drogas em todos os lugares. E quando nos reunimos pela primeira vez com todos esses rock stars no backstage, eles estavam lá fazendo ioga, calmos. A única briga que teve foi quando a máquina de suco quebrou e o pessoal ficou nervoso.

Era engraçado! A gente chegava de ressaca, cansados por termos ficado acordados até as quatro da manhã e o Duff chegava com o rosto fresco, leve.

E.t.c: Como foi que surgiu a ideia de fazer um clipe animado para “Soul”?

CL: Nós tínhamos uma música do nosso outro EP chamada “Naked” e nós queríamos fazer um clipe animado para ela, mas bem sexual e provocativo, algo para ser banido do Youtube até. Mas não tivemos muito tempo para fazer. Com esse novo EP nós continuamos trabalhando com os mesmos diretores e tivemos uma ideia diferente com a mesma animação. Então foi por isso e também porque não gostamos muitos de estar nos nossos vídeos.

Tem bandas que sempre atuam nos vídeos. Eles não são atores, por que estão atuando? Ou aqueles clipes que tem uma festa na casa. Sempre fico falso. Então pensamos no que faria a música ficar ainda melhor, só a música! Se as pessoas gostarem da música, aí elas pesquisam nossos rostos e assistem nossos vídeos tocando.

E.t.c: Qual é a mensagem de “Soul”?

CL: A música tem uma mensagem de esperança, de inspiração, de encontrar aquela habilidade escondida que a gente tem. Nossa alma. É o significado que tem para mim (Mike), mas para o compositor mesmo pode ter sido algo diferente.

E.t.c: Em que nível vocês se consideram charmosos e mentirosos?

CL: Nós temos que ser mentirosos para algumas coisas de vez em quando, mas sempre somos charmosos (risos). Nós tentamos não mentir mas há coisas na vida em que mentir é necessário – não dizemos a verdade o tempo todo. As vezes a verdade é vergonhosa, então eu preciso mentir sobre aquilo de um jeito charmoso.

Essa1

A banda pretende lançar um novo EP em breve e está cheias de compromissos. Ficou claro que a escolha de mudar para Los Angeles certamente foi a escolha certa para eles. Ao final do show, de quebra, ainda ganhamos uma das palhetas do Karnig e deixamos o recado “Queremos eles novamente no Brasil, cantando para milhares de pessoas e fazendo muito sucesso!”, e o guitarrista respondeu: “Esperamos voltar antes do final do ano”.

 

Post Author: Bruna de Oliveira

0 thoughts on “Entrevista com a banda Charming Liars – os mentirosos mais charmosos da música

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *