Resenha crítica: Shazam! é a autenticidade que a DC precisava no cinema nos últimos tempos

Por Jaqueline Oliveira

Shazam!, que estreia hoje (04) em todos cinemas brasileiros, é um filme que DEVE ser assistido. Quem se der à oportunidade de ver Shazam! entenderá o motivo dele, instantaneamente, ter um espacinho eterno na memória, pois ele não passa despercebido. Shazam! se assume desde o início como um filme de super-herói e justifica isso em autenticidade. Sua proposta de ser divertido, irreverente e muito engraçado cria arcos que despertam sensações que vão além do script e provocam de forma simplista uma proximidade inerente com o herói.

Em sinopse, o filme apresenta a história de Billy Batson (Angel) que para se tornar um super-herói basta gritar uma palavra – SHAZAM! – e assim o garoto de 14 anos se transforma no adulto Shazam (Levi), cortesia de um antigo mago. Um menino em sua essência, mas dentro de um corpo sarado, como o de um deus. Shazam se esbalda nesta versão adulta dele mesmo fazendo aquilo que qualquer adolescente faria com superpoderes: se divertir! Ele é capaz de voar? Tem visão de raio-X? Consegue soltar raios pelas mãos? Pode perder a prova de estudos sociais? Shazam começa a testar os limites de suas habilidades com a despreocupação típica de uma criança. Mas, ele precisará dominar estes poderes rapidamente para lutar contra as forças do mal controladas pelo Dr. Thaddeus Sivana (Strong). Confira o trailer!

O que mais achamos sobre Shazam! ?

Shazam! é mais um felizardo que vai além da proposta de diversão. Billy Batson (Angel), um personagem que é adolescente e querendo ou não vai conversar DIRETAMENTE com o público mais jovem, assume esse papel muito bem. Todas as confusões possíveis de um herói na pele de um garoto de 14 anos é transmitida e eleva a excelência do filme, considerando, principalmente, o fato de os atores serem tão genuínos em seus papéis que é impossível criticar negativamente alguma performance. Todos, absolutamente, todos têm seu brilho na porcentagem certa e isso É MUITO HONESTO com o público e com a entrosação entre as tramas.

O roteiro é simples, muito simples e isso é mais um fator positivo. Nada de purpurina onde já tem o brilho legítimo. Nada de “endeusar” um herói que já é super. E a direção de David F. Sandberg foi a cereja daquele bolo simples, que tem ingredientes da mais alta qualidade, mas que precisa de um gran finale.

Pra não falar que tudo é mil maravilhas, o filme perde por falta de efeitos gráficos de qualidade. O “mal” representado por computação gráfica é bem tosco, o que se deve, talvez, ao baixo orçamento que o filme teve: de US$ 80 a US$ 90 milhões, bem inferior a o último da casa, Aquaman, que teve um valor estipulado em US$ 160 milhões, e bem menos ainda de ‘Batman vs Superman’ (2016) que custou US$ 300 milhões.

Shazam! é um filme que dá início, junto com Aquaman (2018) e Mulher Maravilha (nem tanto Liga da Justiça (2017) – por conta de qualidade mesmo), a uma nova fase – e que fase, da DC nos cinemas. Aquela expectativa para o próximo lançamento, aguardando a qualidade e o anseio pra saber qual será a sacada da vez também começam a atingir, com apelo em massa, os estúdios Warner em produções de super-herói.

Shazam! e o universo cinematográfico da DC

Com os trailers que estavam sendo divulgados há oito meses, era possível nota a diferença que seria Shazam! nos cinemas, em relação aos outros filmes da DC. Desde Mulher Maravilha (2017), mas principalmente Aquaman –  que foi um marco ao apresentar um novo aspecto dentro das produções do universo de heróis DC, a expectativa só tem aumentado. Já falamos bastante aqui sobre a linguagem DC nas telonas e suas velhas fórmulas de heróis “endeusados” que já estavam ficando ultrapassadas. Com Shazam! comprovamos essa mudança de linguagem e uma tentativa, que ao meu ver, tem funcionado: a da autenticidade.

Claro que devemos levar em conta o peso histórico, a essência e funcionalidade dentro do próprio universo que cada personagem tem, como Batman e o Super-Homem. Shazam! é uma novidade e tem uma proposta completamente diferente desses outros, mas se analisarmos a conduta de apresentação de novos personagens da DC nos cinemas, a forma como ela é feita e a cobrança por qualidade ou inovação ao contar histórias já conhecidas, principalmente pra quem é fã, é necessário confirmar essas reformulações, e automaticamente afetará de alguma forma o caminho da DC com os personagens que já têm lugar no trono. [p.s. fiquem na sala para as DUAS cenas pós-crédito, pois é de explodir a mente com tantas teorias]

Ontem, (03), tivemos o lançamento do trailer de Coringa e pelo pouco que foi mostrado já percebemos que o grau de exigência por materiais de qualidade que elevam a autenticidade desses personagens é alto. E a DC tem apostado suas fichas nessas novas propostas, além de utilizar diversos meios para atingir um público que vá além dos fãs de quadrinhos DC.

Têm brasileiros no filme do Shazam?

É isso mesmo! Os Youtubers Nilce Moretto e Leon Martins do canal Cadê a Chave foram convidados pela Warner para terem uma participação no filme, com direito a visitação do set, conversa com os atores principais e com o diretor. Além deles, mais quatro personalidades de diferentes países também foram convidados para a função chamada de “figurante de luxo”, adotado pela DC, que é uma espécie de “easter egg” em filmes, só que com pessoas populares de diversas atuações e nacionalidades. E o Brasil foi muito bem representado pelo casal que já é o mais queridinho do YouTube brasileiro ao abordar diversos assuntos, desde político ao cotidiano. Confira o vídeo que eles contam como foi a experiência!

* Baseado no universo DC, mas com seu próprio tom divertido e familiar, o roteiro é assinado por Henry Gayden, com história de Gayden e Darren Lemke. O personagem Shazam foi criado por Bill Parker e C.C. Beck. Christopher Godsick, Jeffrey Chernov, Dwayne Johnson, Dany Garcia e Hiram Garcia foram os produtores executivos.

A equipe criativa de Sandberg incluiu o diretor de fotografia Maxime Alexandre, a designer de produção Jennifer Spence, o editor Michel Aller e a figurinista Leah Butler, que colaboraram com o diretor em “Annabelle 2 – A Criação do Mal”.

Ficha Técnica