Conheça “Normandia Nua” – dia 21 nos cinemas

Por Jaqueline Oliveira*

“No primeiro dia, Adão e Eva estavam nus e não se envergonhavam”, além de dita por um sacerdote, a frase é bem mais do que, apenas, o sentido religioso em Normandia Nua. O filme em si é aquele que te tira do sério, mesmo se tratando de um assunto sério. Numa comédia elevada à inteligência, o filme executa bem a ideia de contar sobre uma pequena cidade pela ótica dos moradores. Normandia Nua é bem mais que uma história  sobre a vida desse cidadãos e da cultura local, é um escape humorístico à realidade difícil de camponeses e agricultores, à iminência de reação negativa com a chegada de algo novo e a ruptura dela.

Um dos melhores pontos do filme é que cada personagem tem sua voz entoada com suas particularidade (qualidades e defeitos) e sem, aparentemente, precisar mudar para se adaptar ao roteiro. Permanecem ali, fiéis e sinceros o tempo todo. Tudo tem um significado e uma ponte poética que está entre a realidade e a ficção, traduzindo muito bem o sentimento que a história quer passar: como é inevitável termos em nós repressões que em nada nos favorece, e como podemos ser tão ingênuos ao tratá-las, mesmo que inconsciente e diante de problemas.

Imagem – divulgação

É um filme que faz da Mêle sur Sarthe, a pequena aldeia da Normandia, o palco da realidade em lentes para o mundo, contando sobre pessoas simples e seus sentimentos, quando postas em desafios, dos mais diversos, como posarem nuas.

Mesmo assim, o filme esbarra no erro quando coloca uma família parisiense, com a filha tendo primeira voz ao narrar, logo no primeiro ato. Depois, as tramas dos outros personagens emergem e a deixam de lado, o que pareceu desconexo. Mas em sua totalidade, e com a linguagem francesa, o filme é divertido e emocionante, num humor cheio de referências.

Imagem – divulgação

Em sinopse, Normandia Nua conta a história dessa pequena aldeia que enfrenta uma crise econômica e faz com que o prefeito da cidade aproveite a passagem de um importante fotógrafo pela região para propor uma solução: toda a população teria que posar nua para o artista, como uma forma de protesto.

Com um elenco que tem nomes como François Cluzet, François-Xavier Demaison e Toby Jones, o filme é assinado por Phelippe Le Guay.

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Imagem – divulgação

Diretor Philippe Le Guay

Em entrevista à A2 Filmes, o diretor disse que levou quase 4 anos para desenvolver esse projeto. Para ele, Normandia Nua é ode ao coletivo, e que o estranho no campo é que a nudez não existe. “Raramente vemos camponeses em vestimentas diferentes de botas e calças. Enquanto na cidade, o corpo é explorado sob todos os ângulos, erotizado e banalizado através da publicidade, no campo continua sendo um tabu. Não que os camponeses sejam puritanos, mas seus corpos permanecem um baluarte”, explica.

Já sobre a escolha por François Cluzet, Le Guay o descreve como uma mistura de charme e intensidade. “Isso combina com um sentimento de raiva e um lado infantil. Ele é mítico no set e, incansavelmente, lê o texto e se aproxima, questiona…”, afirma.

Entre as referências para realizar Normandia Nua, Le Guays coloca “Depois do Vendaval” (1952), de John Ford, e “A Mulher do Padeiro” (1938), de Pagnol.

Ficha Técnica

Título Normandie nue (Original)
Ano produção 2018
Dirigido por Philippe Le Guay
Estreia
21 de Fevereiro de 2019 (Brasil)
Duração 105 minutos
Gênero
Comédia Drama
Países de Origem
França

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Post Author: Jaqueline Oliveira

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