O Método Kominsky: devoramos o lançamento do Netflix

Show de Chuck Lorre estrela Michael Douglas e Alan Arkin,

O Método Kominsky estreou dia 16 no Netflix, e é tão boa que muita gente acabou maratonando e ficando órfã da série já no dia seguinte. Criada por Chuck Lorre, que assina sucessos de público como The Big Bang Theory e Two and a Half Man, a série representa uma verdadeira evolução no estilo de Lorre, que deixou para trás a receita de bolo  dos personagens estereotipados e  enredos relativamente simples em prol de  uma trama mais densa, em que temas como morte, relacionamentos, velhice e amizade são tratados de forma consistente, sem perder a acidez e o humor que fizeram dele o grande money money maker dos sitcoms hollywoodianos.

O Método Kominsky: sinopse

Em O Método Kominsky somos apresentados a Sandy Kominsky (Michael Douglas), ator relativamente conhecido que ganha a vida ministrando workshops para jovens atores, e a Norman Newlander (Alan Arkin, de Pequena Miss Sunshine), seu melhor amigo e agente há mais de 4 décadas. Apesar de inseparáveis, Sandy e Norman levam vidas muito diferentes – o primeiro já passou por três divórcios e segue se engajando em relações fugazes com mulheres mais novas, ao passo que Norman tem um casamento feliz que dura 47 anos.

Entretanto, um imprevisto na vida pessoal de Norman abala completamente sua vida – e, consequentemente, a de Sandy, levando a dupla a repensar suas escolhas e o que fazer a seguir.

O Método Kominsky – resenha crítica (com spoilers)

É impossível não comparar o show com Grace and Frankie, estrelado por Jane Fonda e Lily Tomlin , afinal, os dois shows tratam de temas comuns a pessoas de classe média alta de 70 e poucos anos: o fato da maioria dos seus  conhecidos já estar morta (e, consequentemente, dos funerais fazerem parte de sua vida social mais do que aniversários), os problemas de saúde constrangedores que se procura disfarçar, a dificuldade de começar um novo relacionamento nessa etapa da vida…entretanto, se em Grace and Frankie temos a comédia como eixo em torno do qual determinadas situações dramáticas se desenrolam, em O Método Kominsky temos um enredo cercado de drama constantemente quebrado por situações tragicômicas – a exemplo da luta de Sandy e Norman por acharem um caixão biodegradável que não seja de papelão, ou mesmo os estágios do câncer, em uma cena magistralmente interpretada por Dani Devitto: “Lesma, tartaruga ou coelho?”.

Ainda assim, o show passa bem longe do dramalhão, trunfo obtido graças ao ritmo afiado dos episódios (com apenas 30 minutos cada, que parece pouco em comparação com os demais shows do gênero, mas que colabora para manter as doses certas de humor e “papo sério”.  Como o próprio Norman diz, ser humano e ser machucado pela vida são sinônimos. E, em O Método Kominsky, recebemos a lição de que, com os amigos certos ao nosso lado, a caminhada pode ser menos árdua – seja ela com lesmas ou coelhos.

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Post Author: Rê Schmidt

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