Veja o que tem por dentro da Fundação Ema Klabin

Fundação Ema Klabin: uma casa-museu

A estrutura é de uma casa de alto padrão, clássica e ao mesmo tempo moderna. Também é consideravelmente grande. Com 900 m², tem quartos, banheiros, sala de estar, sala de jantar, hall de entrada, além de outros cômodos. Mas o fato principal é que o imóvel que hoje abriga a Fundação Ema Klabin, criada em 1978, sempre foi pensado para ser mais do que uma residência.

Quando planejou a casa, decidindo diversos detalhes da estrutura, Ema Gordon Klabin tinha a intenção de usá-la como moradia. Porém, também queria um lar que refletisse bem o seu gosto e personalidade. Fez, portanto, com que o lugar se tornasse um abrigo sob medida para a sua então crescente coleção de arte.

Vista de dentro da Fundação Ema Klabin, da galeria para o jardim

Por fim, e como não teve filhos, Ema criou a Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, que é a guardiã da coleção deixada. Atualmente, e assim como os seus vizinhos (MuBE – Museu Brasileiro da Escultura e MIS – Museu da Imagem e do Som), o local funciona como um museu aberto ao público.

Quem era Ema Gordon Klabin

Já que o atual museu era uma casa, falar de sua dona é indispensável. Por isso, para quem visita a Fundação a recomendação é uma só: comece o passeio pelo vídeo introdutório, que é transmitido próximo ao hall de entrada original da residência.

Com a gravação, descobre-se que Ema Gordon Klabin, nascida no Rio de Janeiro, em 1907, era filha de um importante empresário da indústria de papel. Após a morte do pai, ela começou a se dedicar aos negócios, mas passou também a se envolver com atividades ligadas ao bem do próximo.

Em paralelo a isso, Ema se aproximou da música e de diversas formas de arte. Ela reunia artistas em seu lar, participava de leilões beneficentes e contribuía ativamente com a vida cultural em São Paulo. Isso tudo a fez começar a própria coleção, que ainda pode ser admirada em sua antiga casa, na qual viveu por 33 anos.

O lar e a coleção de Ema

Praticamente tudo na Fundação Ema Klabin está como ela deixou. A disposição da maioria das peças é a mesma. O que muda é que algumas pratarias e louças foram guardadas, para preservá-las, e os tapetes que enchiam o chão e foram removidos, visando a preservação deles.

Ao entrar no local, o que mais chama atenção é a riqueza dos objetivos lá expostos. Cada um aparenta ter um universo de histórias por trás, e todos juntos formam um lugar que remete a um passado de classe e cheio de requinte.

Mesa da antiga biblioteca de Ema

Há pontos da casa que são claros, como a galeria, que é repleta de portas de vidro com cortinas pesadas. É nesse cômodo que estão concentradas muitas das peças adquiridas por Ema, e é lá também que se nota o gosto eclético dela. Há pinturas europeias e com temas brasileiros, além de mobílias que são verdadeiras relíquias. Ali perto, no hall, há ainda diversas peças que se destacam por suas cores e seus detalhes.

Mas há pontos que também são escuros e sombrios. Um deles é a biblioteca em formato circular e com paredes tampadas por mais de 3.500 livros. Entre os exemplares, encontrados em diversas línguas, estão edições de luxo, manuscritos e alguns dos primeiros livros impressos.

Como acontece em outros lugares da Fundação Ema Klabin, a criação desse cômodo também recebeu influências de lugares fora do Brasil. Nesse caso, as estantes, por exemplo, foram inspiradas na biblioteca de um museu em Paris.

Obras renomadas

Para que tenha noção da importância das peças que Ema tinha em sua coleção, ainda na biblioteca da casa é possível encontrar gravuras de Albrecht Dürer e Rembrandt. Outro ponto da Fundação Ema Klabin que se destaca pela importância das obras que guarda é o quarto principal, ou seja, da própria Ema.

Quadro de Tarsila do Amaral

O local tem obras de Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Marc Chagall e Candido Portinari. Com isso, pode se dizer que a casa possui um acervo mais renomado do que o de muitos outros museus em São Paulo.

Atividades culturais

Além de preservar e divulgar a coleção de Ema Klabin, a Fundação também organiza diversas atividades culturais abertas ao público em geral. São feitas:

  • apresentações musicais;
  • oficinas artísticas;
  • exposições;
  • palestras;
  • cursos.

Por isso, sempre vale a pena ficar de olho na programação da casa-museu.

Curiosidades sobre a Fundação Ema Klabin

1. A casa foi inspirada em um lugar que Ema visitou em sua juventude: o Palácio de Sanssouci, na Alemanha.
2. O jardim, que possui um lago com carpas, foi projetado por Roberto Burle Marx, o mesmo arquiteto que fez o paisagismo do MuBE.
3. Depois da inauguração, em 1961, a casa passou a receber importantes artistas da época, entre eles, Magda Tagliaferro.
4. A doação do terreno onde foi construído o Hospital Albert Einstein é um dos atos que demonstram a participação ativa e caridosa de Ema na sociedade.
5. A tela Ariadne, de Jean-Baptiste Greuze, foi uma indicação de Pietro Maria Bardi (fundador do MASP), sendo uma das primeiras obras importantes que Ema adquiriu.
6. Ainda há um espaço do jardim que é reservado para o cultivo de orquídeas. Em sua coleção desse tipo de planta, Ema reuniu mais de 400 vasos.

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Quer visitar?

A Fundação Ema Klabin está localizada na Rua Portugal, nº 43 – Jardim Europa. As visitas podem ser feitas em grupo, com agendamento entre quarta e sexta. Já as individuais estão liberadas de quarta a sexta-feira, das 14h às 17h, ou aos sábados e domingos, no mesmo horário.

Quanto ao ingresso, nos dias úteis é cobrado R$ 10,00. Nos fins de semana a entrada é gratuita.

Faça a visita com tempo e aproveite também para conhecer o MuBE e o MIS, que ficam do outro lado da rua. É uma ótima oportunidade para visitar alguns dos melhores museus de São Paulo. Seja + Turista!

Post Author: Thais Brazil

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