E se, de repente, as mulheres perdessem todos os seus direitos e passassem a servir somente para procriar para outras famílias? Sim, como se fossem apenas objetos. É justamente sobre isso, e muito mais que O Conto da Aia, de Margaret Atwood, vai tratar.
O que você precisa saber sobre O Conto da Aia
A publicação foi escrita por Margaret Atwood em 1985, há exatos 33 anos, mas é assustadoramente atual e ainda consegue nos deixar com um certo medo de que tudo o que ela descreve realmente aconteça no mundo – e em um futuro bem próximo.
O Conto da Aia conta a história de Offred, que, após perder o marido e a filha para um novo governo comandado apenas por líderes religiosos, se torna uma Aia pronta para servir apenas o seu comandante e sua nova “família”.
Offred, assim como outras mulheres, vê a sua vida mudar quando o Presidente e os líderes do governo são assassinados por uma espécie de seita religiosa que passa a comandar o país e tira todos os direitos que as mulheres possuíam. Todos mesmo.
A partir daquele momento, as mulheres não tem mais acesso ao próprio dinheiro, não podem se vestir como desejam, não podem mais trabalhar, não podem mais sair na rua sozinhas e muito menos realizar outras tarefas a não ser procriar. Sim, elas são usadas apenas para reprodução. Já que a grande maioria delas se encontra infértil devido ao alto nível de poluição e química pelo qual foram atingidas.
Meio atual, né?
As mulheres passam a ser divididas em: Aias, que servem as famílias e são estupradas mensalmente, quando estão em seu período fértil, pelos governantes. As Esposas dos Comandantes, que as são donas de casa inférteis. As Marthas, que são responsáveis pela comida e pela limpeza da casa dos comandantes (repare que a casa não é da família, ela pertence somente ao homem), e as Tias são as responsáveis pelo treinamento das Aias.
Você acha que acabou por aí? Não. Tem muito mais “regras” que precisavam ser seguidas – para o bem e para o mal.
Os homens gays, por exemplo, são chamados de traidores do gênero e, como forma de punição, são enforcados em praça pública, a mesma penalidade sofrida pelos médicos que, em tempos passados, realizavam abortos.
A narrativa segue mais ou menos como se fossem depoimentos (e uma espécie de diários) de Offred nos contando como era a sua vida antes e depois de tudo isso acontecer. E tudo se passa dentro da casa do comandante, em seus aposentos, nos treinamento para ser Aia e nos eventos em que é obrigada a frequentar.
Apesar da história ser bem interessante, não espere uma narrativa onde as coisas acontecem com a mesma rapidez com que falamos aqui. A narrativa segue a lentidão da vida de Offred, mas nos prende e nos faz ter vontade de chegar ao final dessa história.
Informações sobre O Conto da Aia
Autora: Margaret Atwood.
Editora: Rocco.
Se interessou pela história? Em breve, vai estrear aqui no Brasil a série inspirada no livro e ganhadora de diversos prêmios. Vale a pena conferir!
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