Cícero & Albatroz

Entrevista: expansão, coletividade e uma nova etapa para Cícero

Cícero, de 31 anos, é um cantor que assim como muitas pessoas, está pronto para as próximas fases de sua vida com o final de 2017 e esse começo de ano. Essa fase é quando todos pegam as suas trouxas e torcem para o 2018 seja o divisor de águas de suas vidas. No caso dele, não há dúvidas de que muita coisa mudou antes mesmo dos fogos de artifícios serem soltados no toque da meia noite do dia primeiro de janeiro.

O lançamento de seu quarto disco de estúdio é o que dará o tom para o ano do cantor carioca com tantas raízes em grandes cidades. Não à toa, o nome do primeiro single divulgado, é exatamente “A Cidade” – faixa que divide o disco e a única que traz uma versão de seus trabalhos que mais pode se relacionar com os anteriores.

Contando com uma pluralidade evidente, Cícero se desprende de todos os rótulos de MPB e Bossa Nova que nunca lhe couberam por inteiro. E, agora, sob o nome da banda Albatroz que já o acompanha há sete anos, cujos integrantes são: Bruno Schulz, Uirá Bueno, Gabriel Ventura, Cairê Rego, Felipe Pacheco Ventura, Vitor Tosta e Matheus Moraes; Cícero abraça a coletividade de fazer parte de um grupo.

Cícero & Albatroz

 

Cícero & Albatroz é um álbum que se desprende dos trabalhos anteriores e nos leva à uma nova vertente do artista e de sua banda. “Decidi que a banda teria um papel na construção do disco depois de viajar com eles e notar que a banda criou uma personalidade própria, uma forma de construir arranjos, uma linguagem. Achei boa a ideia de levar minhas composições para esse grupo e criar os arranjos coletivamente” conta em entrevista para o E.T.C.

Além de ganharem um novo tom para os arranjos, as composições de Cícero ficaram muito menos introspectivas do que o de costume. A temática do álbum busca abordar uma imagem ampla entre as cidades e seus indivíduos.

O disco que será lançado também no formato de vinil – procura que, segundo ele, vem aumentando cada vez mais entre os seus fãs –  ainda neste mês de janeiro, foi divulgado oficialmente em dezembro e trouxe um aprendizado de que “criar em grupo também é prazeroso” para o cantor que vinha trabalhando solo desde “Canções de apartamento” de 2011.

Tendo morado em grandes metrópoles, o carioca usa de sua visão sobre a rotina das grandes cidades para inspirar-se para novas músicas. E nem tudo é coisa boa: “A indiferença que afeta todos nós nas cidades grandes é cada vez mais nítida. A falta de empatia aumenta junto com a cidade”, diz.

Mas tudo o inspira, todos os caminhos que o levam para seu futuro e tudo que é visto em seu presente. O entusiasta de poemas, também busca inspiração naquilo que lê. E, apesar de ter dito que escreveria um dia um livro de poesias, ele afirmou em entrevistas passadas, ter lido suas obras e não gostado a esse ponto. Questionado se não vê a própria composição musical como uma linguagem poética, ele diz que “poesia é tudo que toca a sensibilidade, então é poesia sim. Mas é uma que atua num campo de compreensão sonoro, junto à música. O poema apenas, tinta no papel, acho que abre outras portas”.

Já sobre o que é música mesmo, o cantor diz o que uma canção precisa para emocioná-lo. “Depende da emoção. Emocionar pode ser comover, excitar, relaxar, animar, cada música age de uma forma, então acho que ela precisa apenas ter som”. E sobre as faixas que escolhe para seus próprios álbum, ele conta que é um processo diferente para cada uma: “Umas vêm mais do racional, outras do sentimental, cada uma se impõe de uma forma”, reflete.

Os trabalhos anteriores do Cícero, sendo eles: Canções de Apartamento (2011), Sábado (2013) e A Praia (2015), ficaram fora das plataformas de streaming e as músicas só puderam ser acessadas na internet pelo YouTube e pelo Soundcloud, mas já estão de volta. Sobre isso, o cantor diz que “Não atrapalhou muito porque ainda estava tudo lá no Youtube e no Soundcloud. Foi uma questão chata para quem ouve só nas plataformas pagas. Para mim, nesse tempo eu estava muito focado no disco, não pensando em outras coisas”, conta.

Gravado no antigo estúdio 304, o disco terá show de lançamento no dia 20 de janeiro no Cine Joia, em São Paulo.

Serviço:

Local: Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82 – Liberdade – SP
Data:
 sábado, 20 de janeiro de 2018
Horários: Bilheteria – 20h00
Abertura da casa – 21h00
Início do show – 22h30
Ingressos:
Primeiro lote: R$60 (inteira) | R$30 (meia-entrada)
Venda online:

Classificação etária: Evento para maiores de 16 anos. Entrada de menores apenas será permitida se acompanhados de um responsável legal ou acompanhado de um maior de idade portando autorização registrada em cartório. Modelo de autorização: aqui

*Para todos os shows e festas no Cine Joia há um lote promocional para as 10 primeiras pessoas que comprarem o ingresso na bilheteria. Os valores variam de R$ 1 a R$ 10 e cada pessoa só pode comprar 1 ingresso promocional.

Horário da bilheteria: segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 14h e das 15h às 18h, e durante o final de semana, a bilheteria só abre em dia de show, 1h antes da abertura oficial da casa.

Capacidade: 992 pessoas.

Confira mais entrevistas no site. 

Post Author: Bruna de Oliveira

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