Entrevistamos o Project46! Vem conferir as novidades da banda

Por Renata Schmidt

O baixista, Baffo Netto, fala com exclusividade ao ETC sobre o novo álbum, a #ExperienciaTRES e a mudança na formação 

Project46 é uma das poucas bandas brasileiras de metalcore dos anos 2000 que conseguiu ascender em âmbito Nacional. Criada em 2008 com o nome “Kroach”, seu propósito inicial era de fazer um tributo ao Slipknot, tendo mudado de nome para “Project46” pouco tempo depois, em homenagem aos integrantes #4 e #6 da banda norte-americana. Do lançamento do primeiro álbum autoral, em 2009, até agora, a Project46 marcou presença em festivais como Rock N’Rio, Monsters of Rock e Maximus Festival, e se prepara para a festa de lançamento de seu 3º álbum, TR3S, que acontece estrategicamente no próximo dia 3 em São Paulo. Há toda uma expectativa sobre o lançamento, na medida em que a banda conta com novos integrantes (Baffo Neto assumiu o baixo e Betto Cardoso, a bateria), e que se trata do primeiro álbum totalmente produzido no exterior.

Quem trabalha na indústria da música sabe o tamanho do desafio enfrentado por algumas bandas para conseguir transitar com sucesso do modelo de negócio analógico para o digital, e a Project46 é considerada um verdadeiro case de sucesso nesse requisito: a banda desenvolveu uma campanha de financiamento denominada #ExperienciaTRES, que ofereceu conteúdo exclusivo e interações em tempo real para os fãs que contribuíram para a produção do novo álbum.

Na entrevista abaixo, Baffo Netto nos conta um pouco mais sobre essa e outras iniciativas, a experiência de gravar fora do país e o que esperar da Project46 nessa nova etapa! Confira:

ETC. A #ExperienciaTRES foi uma ação bastante inovadora de marketing digital, algo pouco visto no cenário nacional do metal dos dias de hoje.  Vocês poderiam contar um pouco mais sobre como surgiu essa ideia, e como foi a experiência de compartilhar o processo criativo e de desenvolvimento do álbum em tempo real com os fãs?

Baffo: Primeiro veio a consciência de que queríamos o Adari Daufembach produzindo o disco, depois a necessidade de ir gravar em Los Angeles e então a vontade de mostrar para os fãs que estávamos comprometidos em fazer algo de extrema qualidade para eles, ao lado deles e com a participação deles, pois nós somos fãs de metal também e sabemos que toda vez que há uma mudança na formação de uma banda ela pode ser para melhor ou para pior.  Raramente uma mudança de line up não faz diferença em uma banda de metal.
Com isso, pensamos em fazer uma campanha de crowdfunding, mas não queríamos apenas que os fãs pagassem pelos custos do nosso disco, queríamos que eles tivessem coisas legais em troca, queríamos estender a experiência do fã ao lado da banda.  Ficamos com essa ideia na cabeça por um bom tempo enquanto escrevíamos as músicas.
Quando decidimos que o nome do disco seria TR3S, por ser o terceiro disco, terceira formação, terceira etapa da carreira da banda e pelo fato de que as músicas, em sua maioria, foram baseadas em tríades, viemos com a ideia da experiência TR3S.
Recebíamos muitas mensagens em tempo real dos fãs, tanto aqui em São Paulo quanto lá em Los Angeles enquanto gravávamos, fizemos algumas lives do estúdio, vários vídeos …. criamos o 46hub, que é um canal direto entre a banda e os apoiadores da experiência TR3S, e assim vai. Basicamente, nos preocupamos em provar para os fãs que com as mudanças de line up, a banda não perdeu nada e que este disco acrescentaria novas influencias, novas cabeças e novas ideias à banda.
Ao analisar a reação dos fãs ao ouvir o disco, parece que estávamos corretos!

ETC. Num cenário dominado por bandas que cantam em inglês, porque vocês optaram por manter as letras em português? Vocês acreditam que essa escolha poderia prejudicar uma possível alavancada internacional do Project46?

Baffo: Se não fosse pelo fato das letras serem em português, e esse motivo ter sido tão importante na absorção da mensagem por parte do público brasileiro e consequentemente na popularização da banda, o Project46 jamais teria o destaque que tem hoje no Brasil. Precisamos dar um passo por vez para que cada um seja seguro e certeiro o suficiente para não cairmos da escada. Temos planos para gravar uma versão em inglês deste disco para que nossos amigos e fãs de outros países nos entendam, assim como os fãs brasileiros nos entendem.
A  música é uma ferramenta de comunicação hiper poderosa, e seria absolutamente irresponsável de nossa parte limitar nossa comunicação apenas ao território brasileiro, sendo que existe  tanta demanda de fora do país, de outras cultura, de povos que falam outras línguas…  Não queremos mudar a linguagem da banda e nem deixar de cantar português, isso nunca passou pela nossa cabeça, mas queremos, sim, agregar conquistas e estamos trabalhando nisso neste exato momento, especialmente o Caio, que é quem carrega a mensagem da banda até o fã.

ETC.  TR3S tem uma sonoridade um pouco diferente das dos outros dois álbuns – dá pra sentir uma presença mais forte da percussão, as guitarras também estão diferentes…como vocês analisam essas mudanças?

Baffo: O lance da sensação percussiva das músicas novas tem a haver com a  minha entrada e a do Betto, mas o Project46 sempre teve esse swing nas guitarras, Jean e Vini sempre tiveram esse swing na mão, mesmo no primeiro disco.  O que muda de fato é a interpretação que a nova “cozinha” da banda está dando para essas guitarras, para o pulso da banda.  Ficamos bastante tempo discutindo uma maneira de soar com aquela pegada regional brasileira sem precisar fazer o que já foi feito, dar um passo à frente na linguagem rítmica e o Betto Cardoso entendeu esse contexto da melhor maneira.  Eu também sou guitarrista, então também tenho essa preocupação de não soar como mais uma guitarra, até porque muito do eu toco é em conjunto com a bateria, e não com as guitarras.  Isso evidencia a sensação rítmica à qual você se refere nas novas músicas.

Serviço:

Lançamento – TR3S: Project46

Data: 3/12/2017 das 15h às 23h

Local: Tropical Butantã (Av. Valdemar Ferreira, 93 – Prox. Metrô Butantã, 05501-000)

Ingressos: https://goo.gl/nMaqJG

Post Author: Sil Vasconcelos

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