Pendular

Pendular, novo drama nacional, estreia hoje nos cinemas

Além de ter recebido o prêmio Fipresci no “Festival de Cinema de Berlim 2017”, o longa também participa da mostra competitiva de longas do “Festival de Brasília do Cinema Brasileiro”

Por Jaqueline Oliveira

O drama de Julia Murat, filha da também cineasta Lúcia Murat, trata a arte e a vida de quem a vive e expressa em seus mais complexos extremos que vão desde a não conclusão de suas narrativas até o objetivo de claustrofobia. Praticamente todo filmado num galpão de uma fábrica abandonada, considerado a casa e o ateliê da expressão artística de um casal, Pendular possui aspectos intencionais que causam sensações de desconforto visualmente e sonoramente.

Sinopse

A bailarina contemporânea protagonizada por Raquel Karro e o escultor protagonizado por Rodrigo Bolzan dividem suas vidas e o espaço para seus projetos artísticos. Eles se amam sem conhecerem o passado um do outro. Conforme o tempo passa, seus passados vêm à tona, não deixando opção ao casal senão encará-lo. Uma fita laranja é colada no chão, fazendo com que o ateliê seja dividido em duas partes iguais: à direita o espaço de escultura dele, à esquerda o estúdio de dança dela. O lado pessoal atravessa a fita e a construção da história. O filme é divido em quatro partes que não possuem conclusões – metáfora sobre o processo ser mais importante que o resultado. Inspirado em Rest Energy (1980), de Mariana Abramovic e seu companheiro Ulay, Pendular é caracterizado como dono de um extremo nível de confiança e de, ao mesmo tempo, vulnerabilidade a um relacionamento intenso.

Roteiro

A arte, a performance e a intimidade se juntam em uma coisa só, mesmo com contrapontos explícitos. Desde a primeira cena pode-se observar um embate entre o casal e entre o artista com sua própria arte. As crises perduram por todo o longa e não levam a lugar nenhum. Três cenas explícitas de sexo são apresentadas de forma agressiva que desconstrói formatos clássicos da intimidade de um casal. Assinado por Matias Mariani, cônjuge de Julia, que também participou do processo de criação, o roteiro precisou de uma longa espera para a absorção de sua ideia e entendimento das motivações por trás do ato. É uma história com diálogos elusivos e que concentra em um espaço a sensação de não ter saída.

Direção

Julia Murat começou sua carreira em 1996 e tem uma longa experiência como assistente de direção, assistente de câmera e montagem. Tem no currículo filmes como “Os dias com ele”, de Maria Clara Escobar, “Rio Sex Comedy”, de Jonathan Nossiter, “Maré, nossa história de amor”, de Lucia Murat. Como diretora realizou o documentário DIA DOS PAIS (2008), que teve estreia mundial no Festival CINEMA DU RÉEL e brasileira na competitiva do É TUDO VERDADE e “Histórias que só existem quando lembradas”, que estreou no festival de Veneza e foi selecionado para mais de 80 festivais no mundo, incluindo San Sebastian, Toronto, Rotterdam, New Directors New Films. “Histórias” ganhou 36 prêmios internacionais, e foi ainda vendido para vários países, incluindo EUA e França.

Pendular

Ficha técnica de Pendular

Data de lançamento 21 de setembro de 2017

Duração: 1h48min

Direção: Julia Murat

Roteiro: Matias Mariani

Elenco: Raquel Karro, Rodrigo Bolzan, Neto Machado e Felipe Rocha

Empresa produtora: Esquina Filmes

Gênero: Drama

Nacionalidade: Brasil

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Post Author: Jaqueline Oliveira

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