a gente mora no agora

Resenha faixa a faixa de “A gente mora no agora” do Paulo Miklos

O disco acaba de sair nas plataformas de streaming

Na última segunda-feira tivemos a honra de escutar o disco “A gente mora no agora” do cantor Paulo Miklos em primeira mão e no dia seguinte partimos para uma entrevista com o artista (sai ainda hoje, fiquem ligados no site) que já era conhecido por seu talento na música com a banda Titãs e por seus trabalhos como ator. Agora, Paulo lança o novo disco que é considerado o primeiro álbum solo de sua carreira. O álbum que ficou disponível à meia noite de hoje, conta com 13 faixas deliciosas de ouvir, com um toque de maestria na composição de cada instrumento e letras encantadoras.

Já não era de se esperar pouca coisa do disco logo que escutamos “Vou te encontrar”, divulgada na semana passada e composta por Nando Reis. A faixa retrata Paulo e os momentos difíceis pelos quais ele passou como nenhuma outra letra conseguiria. É a amizade falando mais alto na música.

A gente mora no agora
Divulgação

Além de Nando, o cantor convidou diversos outros nomes incríveis da música brasileira para abrilhantar esse álbum solo que ao mesmo tempo que é dele, é sentido como se fosse de cada um de nós, uma verdadeira obra em conjunto feita para ser dividida com o mundo. Ao todo são doze artistas que participaram das composições, tanto em letra, quanto em melodia. Alguns dos nomes são Emicida, Russo Passapusso, Céu, Pupillo, SILVA, Erasmo Carlos, Mallu, Guilherme Arantes e muito mais, conforme você confere no faixa a faixa abaixo.

Faixa a faixa

A gente mora no agora

1- A Lei Desse Troço (Paulo Miklos e Emicida)

A gente mora no agora
Divulgação

“Chorar é importante igual sorrir”. “A lei desse troço” possui instrumentos de sopro como protagonistas da festa que é o começo desse álbum. A faixa composta junto com o rapper Emicida é exatamente a que leva o nome do álbum “A gente mora no agora”. A letra nos lembra que nossa casa é o agora e que há momentos ruins que são tão importantes quanto os bons que vivemos. Com todo um gingado que será possível ver em todas as outras músicas, essa primeira é a que nos dá ânimo e ansiedade para continuar.

2- Vigia (Paulo Miklos e Russo Passapusso)

“Vou te pedir um favor, quando abrir a boca fala mais de amor para gente”. Sabe aquela música que começa e a gente já gosta? Tem um saudosismo de uma MPB que eu não vivi, mas que eu sempre gosto de escutar. E tem um toque a mais com instrumentos, paradas boas nas horas certas e a letra é um plus. Os jogos com as palavras fazem com que não tiremos a faixa da cabeça mesmo depois de um tempo sem ouvi-lá.

3- Risco Azul (Céu, Pupillo e Paulo Miklos)

Se tem a cantora Céu já para imaginar que é ainda mais legal. “Risco Azul” diminui um pouco o ritmo que vínhamos ouvindo nas outras duas canções. Essa é marcada pelo piano, batidas e pela letra. Aqui, o lar é a rasura de um relacionamento em papel. É a saudade, o fim, a página meia escrita, o borrado da tinta da caneta. A música fica melhor ainda com a adição dos violinos que chegam arrepiam e depois nos acompanham até o final da faixa. Tudo em seu lugar, tudo com protagonismo certeiro.

4- Vou Te Encontrar (Nando Reis)

“Vou te encontrar” é, como já dizemos acima, a música que o cantor e amigo há mais de trinta anos de Paulo, Nando Reis, escreveu. A faixa é sobre Paulo e sobre os momentos que ele passou com a perda de familiares, com as mudanças que sua vida teve em tão pouco tempo. Porém, mais do que isso, a faixa é sobre amor, é sobre seguir amando, seguir querendo um reencontro, é transbordar de amor de longe e de perto.

5- Todo Grande Amor (Silva e Paulo Miklos)

SILVA é também um xodó da nova MPB. A melodia da música é dele e a letra é de Miklos. O conjunto da obra vira o tipo de música que você escuta no Rio de Janeiro ensolarado à beira da praia. Falando sobre amor novamente, a faixa é uma bossa com mais ritmos. O violão acelerado, o violino, o piano, tudo dá uma sensação de música boa antiga.

6- País Elétrico (Erasmo Carlos e Paulo Miklos)

Como não poderia deixar de ser, “País elétrico” já começa com elementos eletrônicos que se estendem pelas músicas com o que parece ser um sintetizador. A intenção é que a melodia se encaixe com a letra que fala sobre “raios que o parta” para mentirosos que habitam o país. Uma crítica política e social, que conta ainda com a referência de que o Brasil é o país com mais tempestades elétricas do mundo. São tantos raios e tantos mentirosos, que os raios levarão um tempo para cessar.

7- Estou Pronto (Guilherme Arantes e Paulo Miklos)

“Estou vivo, estou pronto, estou amando de novo. O meu destino é ser feliz”. A faixa possui versos que são uma declaração de amor à vida e aos recomeços. A balada composta por Guilherme Arantes é uma verdadeira joia de se ouvir, principalmente quando se está apaixonado junto com Miklos.

8- Não Posso Mais (Mallu Magalhães)

“Quero ser um herói, mas não passo de mim mesmo”. Mesmo sem saber que faixa seria a de Mallu Magalhães, você com toda certeza chutaria essa. A letra, as rimas, as melodias são muito a cara da cantora – que também tem disco recente lançado. O samba é um romance escrito no masculino e é arrebatado com um backing que parece (parece, talvez, quem sabe) da Mallu.

9- Princípio Ativo (Paulo Miklos e Céu)

“Doce mistério a se revelar que leva no pulso todas as estações”. Outra faixa que tem a participação da Céu. Começa lenta só com o dedilhado de um violão e a voz de Paulo que ecoa suave em nossos ouvidos. Num segundo momento, o backing da própria cantora e a meia lua fazem parte da composição trazendo ainda mais doçura à poesia da faixa.

10- Afeto Manifesto (Paulo Miklos e Lurdez da Luz)

A faixa fala sobre uma história de amor em tempos de discussões políticas por todos os lados, uma história possível, porém muito difícil até por conta da intolerância que vivemos atualmente. A faixa é tocada como um baião, só um pouco mais lento. Por conta do ritmo, é possível que sinta falta de um algo a mais, porém, mesmo assim, está recomendada.

11- Samba Bomba (Tim Bernardes e Paulo Miklos)

“Samba bomba” é uma música ótima! Composta em parceira com Tim Bernandes (vocalista e guitarrista da banda O Terno), a faixa é o rock do álbum. Ela muda muito, uma hora está em cima com tudo, na outra está agitada de um jeito um pouco mais tímido, mas nunca deixando o rock de lado. A qualidade está muito afinada. Adoramos!

12- Deixar De Ser Alguém (Paulo Miklos e Arnaldo Antunes)

Outra que amamos foi “Deixar de ser alguém” em parceria com Arnaldo Antunes. A faixa consegue animar qualquer pessoa com seu ritmo carnavalesco e o arranjo de sopros do Maestro Duda, de 81 anos, pernambucano e comandante de orquestras de frevo em Recife. Experiência musical aqui é o que não falta.

A letra fala sobre o grande dilema de muitas pessoas. Fazer o que ama e ficar sem dinheiro vs trabalhar para os outros e viver sem se sentir realizado por inteiro. É gente, a dificuldade é tanta que virou música.

13- Eu Vou (Tim Bernardes)

“Não vou mais aturar baixo astral na minha vida. Não vou mais carregar o peso e a dor que não é minha”. Paulo realmente quis falar conosco no nosso mais íntimo enquanto falava de si mesmo. A faixa arrebata todo o conceito do disco, que é amar, viver, aproveitar o presente, aprender a ver o copo sempre meio cheio. Lenta, sem ser triste, “Eu vou” é mais um ode à vida que Paulo Miklos entrega para o mundo. Um brinde a felicidade e ao sol que nasce todos os dias.

Escute “A gente mora no agora”

Post Author: Bruna de Oliveira

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *